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Marlene Gaspar, diretora geral da LLYC Portugal (Foto: Divulgação)
Marlene Gaspar, diretora geral da LLYC Portugal (Foto: Divulgação)

Tempos excecionais exigem comunicação excecional

Por: Marlene Gaspar, diretora geral da LLYC Portugal

Perante o contexto macroeconómico imprevisível em que vivemos e numa sociedade cada vez mais polarizada e exigente, as empresas precisam de repensar as suas estratégias de comunicação e de se readaptar para conseguirem continuar a crescer e a gerar valor.

O mundo está em permanente transformação que ocorre a uma velocidade vertiginosa, onde a tecnologia, a globalização e a acessibilidade são provavelmente os maiores “culpados” disto tudo. As empresas, mais do que acompanharem essas mudanças, devem estar um passo à frente destas, trabalhar no presente a preparar o futuro, e a comunicação tem um dos papéis principais como solução para responder aos desafios. É fundamental investir numa estratégia de posicionamento de mercado para desbloquear este contexto. Não dá para continuar a comunicar da mesma forma e pensar-se que se conseguem os mesmos resultados, só porque já funcionou. O que assistimos na Conferência Episcopal Portuguesa relativo aos abusos da Igreja demonstra isso mesmo. A comunicação antes não funcionou, durante não foi feliz e depois ainda não convenceu. Os danos reputacionais ainda não foram medidos, mas o estrago está feito.

É então fundamental que as empresas adotem soluções de “business intelligence” para se prepararem para este futuro, de forma a irem ouvindo as exigências dos clientes, e medindo e ajustando o impacto das suas ações de marketing. Como diz o Dr. Arthur I. Gates “a espécie humana anseia por compreensão.” Não é possível gerir sem compreender, não é possível gerir sem data. Apesar do investimento em marketing ser, para muitas empresas, uma parcela vulnerável em momentos de crise e a primeira a receber cortes, a realidade, segundo o estudo “New Times, New Rules: 10 desafios para tempos imprevisíveis” da LLYC, é que as empresas que investiram mais em estratégias de marketing em contextos adversos, foram as que mais aumentaram os seus resultados ao nível do negócio. Então como é possível gerir sem considerarem este dado que não é novo?

Mais do que cumprir o seu propósito é exigido às empresas participarem no debate social e para isso precisam ouvir e analisar os dados recolhidos e com essa interpretação definir quando agir, de que forma e com que interlocutores. A criação de uma imagem de marca clara e coerente e o posicionamento em áreas estratégicas são uma alavanca para captar a atenção dos diversos stakeholders.

A escuta ativa é uma importante ferramenta de análise para repensar a gestão estratégica dos nossos clientes, potenciais clientes e público-alvo. O recurso à análise do debate através da escuta digital, para além de permitir antecipar eventuais fatores de risco, permite-nos retirar insights dos consumidores de forma personalizada e automatizada. Isto é, sem dúvida, um impulsionador da transformação das empresas, que lhes permite acompanhar os passos largos a que correm estes novos tempos.

Esta angústia causada em tempos de incerteza, faz com que os clientes sejam mais exigentes e façam um maior escrutínio ao serviço prestado pelas empresas. Para isso, as marcas têm de se manter atualizadas acerca das tendências do mercado, oferecerem serviços inovadores, de forma a atrair, criar engagement e fidelizar os clientes. O recurso à tecnologia de IA e análise de Big Data, permite ser Future Driven, através da antecipação de tendências que garante uma vantagem competitiva. Tudo isto sem descurar a evolução da sua oferta de produtos e serviços, de forma a satisfazer as necessidades dos clientes, que estão também em permanente mudança. A aprendizagem é um processo ativo e dinâmico.