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Unbabel, uma startup a caminho do topo
Unbabel, uma startup a caminho do topo

Unbabel, uma startup a caminho do topo

Por: Denisse Sousa

A Unbabel foi criada em 2013, após um debate de ideias de negócio entre João Graça, CTO e Vasco Pedro, CEO da empresa numa viagem a Aljezur. Seis anos depois a Unbabel é uma startup portuguesa em plena rampa de crescimento, com três escritórios nos Estados Unidos. Conversámos com o seu CEO sobre como é gerir esta empresa de sucesso.

 

Vasco Pedro e João Graça são ambos doutorados em áreas relacionadas com a linguagem. Durante uma viagem a Aljezur, falaram sobre como a tradução automática ainda não tinha sido capaz de resolver de forma confiável questões básicas da comunicação entre pessoas. Nesse mesmo Verão começaram por pensar em protótipos de algumas soluções, começando por uma landing page e terminando na construção daquilo que é hoje a Unbabel: uma plataforma que combina a tradução automática e humana.

Ao combinar a machine learning com a experiência humana, a start up consegue oferecer às empresas e aos clientes a capacidade de se entenderem, fazer escolhas mais inteligentes e ter experiências mais ricas.

Impulsionada por uma combinação de Neural Machine Translation e uma rede global de 100.000 tradutores que melhoram segmentos de texto sinalizados pelos seus sistemas como imprecisos, a Unbabel combina a velocidade e a escala da tradução automática com a qualidade que apenas os falantes nativos têm.

“Ajudamos as empresas centradas no cliente a expandir e a superar as expectativas de forma global. A abrangente cobertura multilingue que facultamos proporciona às empresas a flexibilidade de desenvolverem iniciativas estratégicas ousadas e uma melhor experiência para os clientes,” explica Vasco Pedro, CEO.

Atualmente, a Unbabel lida com uma equipa com profissionais em todo o mundo e pretende captar, atrair e reter os melhores talentos respondendo às necessidades dos seus colaboradores, quer seja através das melhores condições possíveis de trabalho – ao serem considerados em 2018 a 2ª melhor empresa para trabalhar em Portugal – quer seja através dos desafios profissionais que lhes lançamos e que os motiva.

De Portugal para o mundo 

No início de 2018, a Unbabel fechou com sucesso uma ronda de financiamento Série B de 23 milhões de euros. Entre os investidores estiveram a Scale Venture Partners, a Notion, a Microsoft Ventures, a Salesforce Ventures, a Samsung Next, mas também a Caixa Capital e a Funders Club.

“Os investidores têm sido um papel determinante no sentido em que nos tem ajudado ao nosso crescimento, à nossa internacionalização e ao desenvolvimento da nossa tecnologia e, consequentemente, do nosso produto,”

Através de uma análise de mercado inicial, a Unbabel conseguiu conhecer as necessidades e potenciais clientes no mercado, o que se traduziu na abertura de escritórios e na formação de equipas talentosas.  Com o terceiro escritório nos Estados Unidos, a startup consegue estar mais próxima dos seus clientes que incluem gigantes como Under Armour, Microsoft e Logitech.

“Existem vários desafios que temos de enfrentar quando entramos em mercados como os Estados Unidos, mas salientaria o desafio de acompanharmos e respondermos às necessidades dos nossos clientes e conseguir disponibilizar um produto que não só seja único no mercado, mas que também supere as expectativas,”

Como próximos passos a Unbabel tem vindo a apostar na área de apoio ao cliente, que já representa 80% do negócio. Prepara-se para lançar um novo produto na área do vídeo, um produto que ainda não está pronto, está em versão ‘early access’ (acesso antecipado) para algumas empresas, e que se trata de legendagem de vídeos curtos, com entre cinco e dez minutos.

Do ponto de vista das vendas, as áreas de viagens, gaming e big tech (grandes tecnológicas como a Google e o Facebook) são as principais apostas, especialmente nos Estados Unidos. Em 2020 o objetivo é chegar à Ásia, entrando pelo sudeste asiático (Singapura) ou pela China (Shenzhen ou Xangai) e, em 2023, a meta é a entrada em bolsa.

 

A fórmula da internacionalização

Para aqueles que se procuram internacionalizar-se Vasco Pedro, acredita que a confiança é o melhor ativo. Confiança no produto, mas também na equipa que compõe a empresa, sem medo de arriscar.

“A somar a isto, é importante conhecer bem o mercado para onde se vai e ter a certeza que estão reunidas todas as condições – financeiras e organizacionais – para se avançar com a internacionalização,”

Para o CEO a solução passa por sair da sua zona de conforto para se conseguir alcançar os seus objetivos. Os falhanços e erros são cruciais para a aprendizagem “tanto como empreendedores como pessoas, e que nos ajudam a crescer e a caminhar no sentido daquilo que pretendemos alcançar”.