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Hugo Ferro, responsável pela comunicação da WeWood (Foto: Divulgação)

WeWood: uma marca internacional que nasce da produção portuguesa

Por: Sofia Neves

A WeWood – Portuguese Joinery é uma marca portuguesa de mobiliário, cujas peças de design resultam do trabalho de marceneiros portugueses, aliadas à inspiração de designers e arquitetos nacionais e internacionais, que desenham as peças que a marca produz e comercializa.

É em Gandra, concelho de Paredes, que encontramos a WeWood, a marca portuguesa de mobiliário que é um sucesso nacional e internacional. Foi nesta marca que nasceram algumas peças que preencheram os palcos da Web Summit, ou onde se sentou Barack Obama, no Porto, em 2018. A marca, que conta com 18 colaboradores exclusivos e com 70 colaboradores que trabalham também na produção para outras marcas, já tem dez anos e tem vindo a crescer ao longo da última década. Define-se como nascida na produção nacional, ainda que os desenhos das peças venham muitas vezes de quem está lá fora.

Hugo Ferro, responsável pela comunicação da empresa, diz à PME Magazine que a diferença para as restantes marcas de mobiliário é que esta “é uma marca que nasce na produção, ou seja, não é uma marca criada por designers, mas criada por pessoas com experiência na produção”.

“Daí a WeWood ter também o nome Portuguese Joinery, que é marcenaria
portuguesa”, adianta.

A marca portuguesa produz e comercializa para mais de 50 países, porque,
apesar das especificidades de cada país, a coleção da WeWood é “um pouco universal”.

Hugo Ferro explica: “O nosso design e os nossos produtos são globais e também intemporais, não são marcados no tempo nem destinados a um gosto específico de um determinado tipo de cliente”.

Apesar de produzidas cá, as peças da WeWood são maioritariamente vendidas para o exterior, com uma menor percentagem de compradores nacionais.

Uma marca que nasceu da crise

A WeWood nasceu da Móveis Carlos Alfredo, uma empresa de mobiliário nascida em 1964. Na crise de 2008, precisou de reinventar-se. Foi assim que, em 2010, nasceu a WeWood, “uma marca de mobiliário para um segmento mais premium” e com algum foco no mercado internacional, a quem procura levar peças de design, explica o responsável.

Em 2012, a marca apresentou-se ao público na Feira Maison & Objet, em Paris, uma “das maiores feiras do mobiliário europeias e do mundo”. Desde então, passou a estar presente noutras feiras de mobiliário, como a ISAOLINI, em Milão, ou a feira de Estocolmo.

A WeWood viu, assim, o aumento do seu número de clientes e a mostra de produtos que era feita em grandes eventos começou a ser complementada por estratégias de marketing digital.

“A partir do momento em que temos uma carteira de clientes, as coisas tornam-se mais fáceis. O trabalho comercial não é feito in loco, mas sim remotamente, por telefone, por email”, destaca.

Em 2019, a marca abriu um showroom em Londres, o “ponto de contacto com o cliente final, na Hills, que é uma das maiores lojas de mobiliário do Reino Unido”, refere o responsável.

Comunicação e sustentabilidade

A marca, que nasceu sem grande experiência no mercado internacional, tem vindo a passar por períodos de aprendizagem constante. O crescimento fez-se acompanhar de uma forma diferente de comunicar os produtos.

Uma evolução clara aconteceu na forma de mostrar o produto, que era inicialmente apresentado isoladamente, num fundo branco, com stands maioritariamente minimalistas. O produto passou, então, a ser inserido nos ambientes em que seria utilizado, dando-se uso ao conceito de casa para as fotografias de catálogo e para os próprios stands, que passaram a ser associados a uma narrativa. As próprias peças, cujos nomes procuram transmitir a ideia inicialmente pensada pelos designers, guiam a história criada depois à volta do produto.

Além disso, a WeWood trabalha sobretudo com carvalhos e nogueiras, materiais provenientes de florestas sustentáveis. Mas este não é o seu único marco de sustentabilidade. Em 2019, a produção que existia na Rebordosa desde os anos 60 mudou-se para Gandra, local onde eram feitos os acabamentos. Assim, passou a ser possível uma economia circular, assente num menor desperdício de materiais, através do reaproveitamento de alguma madeira. A marca mantém, ainda, uma parceria que permite a recolha diária do plástico.

Seriedade para enfrentar a Covid-19

Também a WeWood sentiu o impacto da pandemia, segundo explica Huro Ferro.

“O que fizemos foi manter uma atitude séria”, sublinha, acrescentando que a produção “nunca parou”.

“O nosso pessoal da parte dos escritórios – logística, vendas, marketing, financeira – foi todo colocado em trabalho remoto. Mas isso não é novidade para nós.

Como já trabalhamos assim com os nossos designers, com o nosso diretor de design, que vive na Hungria e já viveu em Paris e Londres, sempre trabalhámos de alguma forma de forma remota”, esclarece.

A WeWood tem vindo a trilhar o seu caminho ao longo dos últimos anos e “está em curva ascendente”, considera o responsável de comunicação da marca. Por agora, tenciona manter uma coleção de peças de design intemporal e manter o showroom em Londres, com a perspetiva de, no futuro, abrir outros showrooms.