Por: João Carreira
Miguel Ferreira é o CEO da COPS, empresa portuguesa de segurança privada e, em conversa com a PME Magazine, apontou algumas medidas que poderiam ser implementadas para a manutenção do bem-estar psicológico do vigilante.
PME Magazine (PME Mag.) – Tendo em conta os recentes acontecimentos que envolvem a segurança privada em Portugal, na sua opinião, de que forma poderão ser evitados?
Miguel Ferreira (M. F.) – Infelizmente, voltámos a assistir, numa discoteca em Albufeira, a acontecimentos pouco dignos do bom nome da segurança privada. A COPS tomou por opção não trabalhar com serviços noturnos em bares e discotecas. Este tipo de problemas ligados à área comportamental do vigilante só podem ser evitados com uma seleção apurada de profissionais, sujeitando-os a formações de sensibilização, assim como avaliações frequentes do seu estado psicológico.
PME Mag. – A elevada pressão horária é algo que pode levar, em último caso, a um esgotamento do vigilante?
M. F. – Sim! Temos conhecimento de vigilantes que, em algumas empresas do setor, fazem mais de 300 horas por mês, sem quaisquer folgas para descanso. Este excesso de carga horária, associada à constante mudança de turnos, traz consequências graves, de âmbito psicológico, ao vigilante e pode, posteriormente, levar ao esgotamento e a atitudes comportamentais menos corretas. Deve existir uma fiscalização mais assídua por parte das entidades competentes e mais exigência dos vigilantes para com as empresas, exigindo os seus direitos a folgas na lei.
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