Quarta-feira, Fevereiro 5, 2025
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Empreendedorismo, Inovação Social e Start-ups: qual o papel das Universidades?

Por: Carolina Santos, professora auxiliar convidada da Escola Nacional de Saúde Pública – Universidade Nova de Lisboa

 

“Com recurso a métodos baseados em investigação, os estudantes tornam-se líderes do desenvolvimento de soluções de base científica e tecnológica e da criação de negócios com impacto económico e social.”

O fomento ao empreendedorismo de base científica, à criação, identificação e crescimento de ideias que constituam oportunidades de negócio, no ecossistema das Universidades, em modelo colaborativo com parceiros relevantes, tem um potencial significativo na geração de produtos, tecnologias e serviços inovadores e na sua comercialização.

Os alunos e investigadores beneficiam de ações integradas que estimulam a conversão do conhecimento em ideias de negócio, de networking com organizações de saúde, empresas, ONGs, incubadoras e potenciais investidores e de estarem integrados num ecossistema que promove o desenvolvimento de modelos de negócio sustentáveis e a criação de start-ups.

Sabemos, por um lado, que o desenvolvimento de um projeto ou ideia de negócio requer a aprendizagem de metodologias de gestão de projeto; por outro, existe extensa evidência de que a aprendizagem baseada em projeto é eficaz para envolver e motivar os alunos e fomentar a retenção de conhecimento a longo prazo.

Esta metodologia fomenta a autonomia e responsabilidade dos estudantes, estimula o trabalho em torno de um problema ou necessidade real e significativa para os próprios, promove o estabelecimento de metas, a monitorização de resultados, reflexão e sustentação da sua motivação intrínseca, enquanto investigam e recebem apoio de professores e mentores e utilizam ferramentas ajustadas ao desenvolvimento das suas ideias. Com recurso a métodos baseados em investigação, os estudantes tornam-se líderes do desenvolvimento de soluções de base científica e tecnológica e da criação de negócios com impacto económico e social.

O modelo de colaboração com o tecido social e empresarial facilita o desenvolvimento de soluções para problemas prementes, associados a desafios globais, e a formação de uma comunidade de estudantes dotados de ferramentas inovadoras e competências avançadas em empreendedorismo corporativo ou particularmente preparados para criarem o seu próprio negócio. Os alunos não só desenvolvem o seu pensamento crítico, creatividade, conhecimentos e competências técnicas, mas também a capacidade de trabalho em equipa, autonomia e liderança, enquanto constroem relacionamentos duradouros com os professores e parceiros da Universidade.

Partilham-se, a título de exemplo, dois projetos de base científica e tecnológica do ecossistema da ENSP NOVA, que são reflexo deste panorama:

• OnVoc-Nose Technology: um grupo de alunos que pretendeu revolucionar o rastreio de cancro de pulmão e promover a deteção precoce através do desenvolvimento de uma tecnologia não invasiva. O projeto nasce na oferta curricular em Gestão de Projetos de Saúde e conquista o 1º lugar, em 2023, num programa de aceleração do H-INNOVA – HEALTH INNOVATION HUB. A equipa encontra-se neste momento a receber horas de mentoria e suporte no registo da start-up pelo H-INNOVA, paralelamente com um processo de incubação no Madan Parque.

• eBREATHIE: um inalador inteligente que vem para capacitar os doentes com ASMA na gestão da sua doença, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida. Neste vídeo a CEO da start-up, Dra. Ana Rita Constante, partilha como a formação avançada em Gestão de Projetos de Saúde lhe permitiu ganhar prémios e entrar no mundo do empreendedorismo.

O trabalho colaborativo em torno de desafios reais da saúde p‎ública e as parcerias são essenciais para alinhar as aprendizagens dos estudantes com as necessidades do setor da saúde. Traduz-se também numa oportunidade de aprendizagem significativa para cada aluno, intelectualmente estimulante, ao facilitar que desenvolvam o seu próprio projeto e ideia de negócio.

A construção do ecossistema de colaboração traduz-se não apenas num trabalho conjunto com os parceiros no sentido de proporcionar uma educação de qualidade, mas reflete-se também na criação de soluções com impactos positivos na vida de pessoas, grupos e comunidades, em termos de melhoria da saúde pública, promoção do bem-estar e da qualidade de vida. Por outro lado, contribui para o nosso alinhamento com vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e, em particular, com o ODS 3 (Saúde e Bem-estar), ODS 4 (Educação de qualidade) e ODS 8 (Trabalho digno e Crescimento Económico.

 

Parceria PME Magazine/ENSP-NOVA
Este artigo faz parte de uma parceria editorial estabelecida entre a PME Magazine e a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP NOVA).

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