Quarta-feira, Dezembro 11, 2024
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Women’s Club Portugal: o networking (in)convencional

Por: Mafalda Marques

Sexta feira fui a um evento de networking, o Women’s Club Portugal. Até aqui tudo normal. O convite veio de Sandra Isabel Correia, empreendedora e empresária. Quando cheguei aconteceu tudo, menos o que eu esperava.

 

Já fui a centenas de eventos de networking. De madrugada, ao almoço e ao final de tarde após um dia de trabalho. Os formatos costumam ser semelhantes. Chegamos, fazemos uma pré acreditação onde nos entregam um autocolante de identificação, o programa previsto, mas depois, é preciso circular e falar com as pessoas presentes. Todos têm um objetivo comum: fazer contactos.

Mas este não foi assim. Cheguei, entrei no Hotel Fonte Cruz na Avenida da Liberdade e indicaram que me dirigisse ao bar, com um terraço acolhedor. Identifiquei o grupo onde estava a anfitriã e fui recebida… com um Abraço! Sim, um abraço sentido e fui de imediato apresentada aos empresários já presentes.

De seguida, cada um apresentou o que o trazia ali, sempre após uma introdução da anfitriã que explicava como conheceu aquela pessoa e como a vida os tinha cruzado até essa data. Mais personalizado, nunca assisti.

Apresentações à parte

À medida que outros empresários chegavam, recebiam o Abraço da anfitriã e cada um se juntou ao grupo partilhando as suas estórias. Repito: estórias. Sem discursos comerciais na tentativa de vender o que fosse. As histórias foram tão pessoais que rapidamente as pessoas se ligaram e o networking foi natural. Repito: natural.

Desde empreendedores, advogados, gestores, bancários, designers, bloggers, todos estavam unidos por uma pessoa -a anfitriã. Todos estavam descontraídos a usufruir do encontro, a mostrarem-se como são, a partilhar os seus desafios, medos e inseguranças.

Repito: desafios, medos e inseguranças. E não a vender! O que não é normal. Mas este encontro foi tudo menos convencional. O entusiasmo com que as pessoas falavam de si e dos seus projetos foi contagiante.

Empresários a todo o gás

O Bistro da Bekas , um negócio de conservas em frasco, destacou-se pela diferenciação, pois na partilha de cartões de visita distribuiu origamis. O projeto é recente mas foi seleccionado pela Websummit para mentoring e plano de negócios até 2025. Isabel da Nova não cabia em si!

O negócio da Diana Diogo, Different Style, é uma loja online de roupa para mulheres motoqueiras. O facto da roupa motard ser tão masculina, incomodou-a e incentivou-a a investir neste segmento.

A Raquel Comprido, da Right Buddy, que deseja ser voluntária para todo o sempre, vai abrir a sua agência de comunicação com foco na responsabilidade social, ambiental e animal, doando 10% do lucro de cada serviço a uma causa à escolha do cliente. Esperem, mas não é só. Promete que ninguém da sua equipa vai trabalhar fechada num escritório.

A Ana Machado, da Mad About Dreams, dedica o seu projeto a todas as mulheres, de todos os quadrantes, latitudes e idades, às mulheres empreendedoras, às criativas, às mães, às que amam e sonham com um mundo melhor.

A Susana Cunha, da Suco by Susana, vende moldes de costura escritos em português. Todos os artigos são feitos à mão, em pequena escala, podendo alguns ser exclusivos, com tecidos escolhidos especialmente pelo seu design, estilo e qualidade. Feito com amor, em Portugal.

A Ana Ganhão, da Promotoravida, deseja ensinar a verdadeira Qualidade de Vida na prática através do coaching. A Dina Horta, da Pop Up The Buble, tem uma loja online de acessórios personalizados que distinguem-se pela diferença. Muitos mais empresários estavam presentes, cerca de 30, mas todos tiveram o seu tempo de antena para se divulgar.

Os convidados escolhidos para oradores foram geniais: o Fernando Vaz das Neves sobre a sua experiência em Bruxelas e o José Pedro Cobra, que conseguiu captar o ADN de todos e resumir a sessão. Vejam o TED dele e perceberão o que escrevo.

Quando o networking é genuíno

Regressei de coração cheio. Porque são pessoas assim que fazem andar a economia, são empresas de pessoas assim que arriscam e investem, são anfitriões assim que organizam encontros sem pedir nada em troca.

Repito: sem pedir nada em troca. O evento Women’s Club é gratuito, aberto a homens e mulheres, ninguém se registou ou contribuiu para uma base de dados, não foi obrigado a circular para conhecer os convidados ou se apresentar. Foi tão natural como chegar a um grupo de amigos.

Regressei pensativa, como sempre saio destes encontros profissionais, após sentir o ADN e conhecer a estória de cada um. Cheguei mais tarde a um jantar com família e amigos, mas certa que estive onde tinha de estar para dar voz a estas iniciativas que contribuem para um Mundo Melhor.

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