Por: Martim Gaspar
Após a análise do atual Orçamento do Estado para 2023, a Comissão Europeia antevê um crescimento da economia de apenas 0,7%, a subida da inflação e o aumento do défice em 1,1%.
As estimativas da Comissão Europeia apontam para o crescimento económico, este ano, de 6,6% e um forte abrandamento no próximo ano, a rondar os 0,7%. Segundo o relatório apresentado por Bruxelas, “depois de uma recuperação expressiva [em 2022], prevê-se que a economia portuguesa abrande de forma significativa no próximo ano, sendo travada por uma procura externa fraca e os preços elevados da energia”.
Apesar do abrandamento do crescimento económico português, a Comissão Europeia considera Portugal como um dos países da Zona Euro que mais vai crescer economicamente no ano de 2023. A subida da inflação e dos custos energéticos, segundo a Comissão Europeia são os principais fatores que conduzirão as economias da Zona Euro a crescerem apenas 0,3% no próximo ano.
Em relação a Portugal, a Comissão Europeia prevê um aumento da inflação perto dos 6%, sendo apontados “fatores específicos do país”, que vão além da subida dos custos energéticos: “A seca extrema pressionou a inflação em Portugal, com os preços dos bens alimentares não processados a aumentarem 18,1% em termos homólogos, o que compara com 12,7% na Zona Euro”.
Segundo as previsões da Comissão Europeia, espera-se que a inflação desça para os 2,3% em 2024, um valor em linha com o estimado para a Zona Euro, mas acima da meta estipulada pelo Banco Central Europeu.