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Alba Hornero, Senior Product Manager, Factorial (Foto: Divulgação)
Alba Hornero, Senior Product Manager, Factorial (Foto: Divulgação)

Como a inteligência artificial está a mudar os recursos humanos

Por: Alba Hornero, Senior Product Manager, Factorial

A inteligência artificial está a transformar a forma como resolvemos problemas complexos. Até ao momento, desbloqueou oportunidades sem precedentes no que toca à otimização de processos, à tomada de decisões preditiva e baseada em dados, à personalização e, em última instância, ao próprio crescimento dos negócios. Assim, nos últimos anos, os departamentos de RH têm ganho importância e peso estratégico dentro das empresas – e consideramos que a IA tem ainda muito para contribuir neste âmbito, e vai continuar a fazê-lo.

A essência da gestão empresarial gira em torno do julgamento humano. Decidir quem contratar, quem promover e a quem atribuir a um novo cargo, por exemplo, são decisões difíceis, tomadas com base no julgamento pessoal. Quando lhes juntamos outras deliberações, como determinar a dimensão de cada equipa, planear os recursos da melhor forma, melhorar a produtividade, que objetivos cada pessoa deve ter ou como desenvolver competências mais rapidamente, a incerteza aumenta ainda mais. A IA pode ajudar os gestores a tomar a decisão final relativamente a todas estas questões, para aumentar a probabilidade de que seja a decisão correta – e, ao mesmo tempo, poupando muito tempo ao longo do processo. Ao libertar os profissionais de RH de tarefas manuais morosas, como o planeamento dos recursos de cada equipa, estes poderão dedicar até mais 30% do seu tempo ao que mais importa: as pessoas.

Apoiar a objetividade, a diversidade e a inclusão

As empresas estão constantemente sob pressão para melhorarem a sua gestão de RH com vista a enfrentarem os desafios atuais do mercado. Neste sentido, não devemos esquecer a importância da diversidade e da inclusão no local de trabalho – mas também no departamento de RH. Esta é outra área em que a IA pode ajudar: por exemplo, estudos demonstram que, na fase de recrutamento,  os algoritmos de IA são capazes de oferecer dados aos recrutadores que estes não obteriam de outra forma. Tal é possível graças à capacidade da IA para processar maiores volumes de dados e otimizar a redução do enviesamento, com uma probabilidade 25% superior de escolher e contratar a melhor pessoa para uma determinada posição, promovendo a objetividade, a inclusão e a diversidade. Com esta ajuda adicional, é possível difundir mais eficazmente estes valores nas equipas e na própria cultura da empresa.

Outro aspeto crucial para uma empresa é o desenvolvimento das suas pessoas. Graças à IA, agora temos a capacidade de recolher dados de várias fontes para inferir e avaliar quais as competências necessárias para cada posição e compará-las com as competências da equipa existente. Munidos dessa informação, os gestores podem, então, analisar e prever lacunas de conhecimento e utilizar a IA para definir percursos de aprendizagem e conteúdos personalizados para que os colaboradores cresçam, apresentem melhor desempenho e sejam promovidos. Tudo isto, por sua vez, é fundamental para reter e atrair os melhores talentos e fazer prosperar as equipas e a própria empresa.

Em suma, a IA está a revolucionar a capacidade dos profissionais de RH para tomar melhores decisões, para além de lhes poupar tempo para o que é essencial – a gestão das pessoas. Está, sem dúvida, na altura de as empresas se adaptarem e adotarem esta tecnologia como grande aliada. A chave será a colaboração entre os especialistas e os algoritmos de IA – ou seja, trabalhando com ferramentas que endereçam necessidades específicas, os especialistas poderão apresentar a melhor versão de si próprios, melhorando as suas capacidades e fazendo crescer os negócios.