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David Iachetta, lançou Bravon em 2014 (Foto: Divulgação)

Gamificação a trabalhar para a produtividade das equipas

Por: Ana Rita Justo

As novas tendências do trabalho fazem com que, cada vez mais, se recorra a técnicas de gaming para motivar equipas. Algo que a Bravon faz e que quer dar a conhecer, cada vez mais, aos negócios B2B.

Na Figueira da Foz nasceu, em 2014, a Bravon, empresa criada por David Iachetta, belga com ascendência portuguesa que quer tornar as estratégias de jogos ‘amigas’ da produtividade e da gestão de equipas.

Na Figueira da Foz, rapidamente percebeu que a casa dos avós “era demasiado pequena”. A Bravon passou então para o Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, agora com uma equipa de nove pessoas.

Com background em development em banca e também em consultoria para grandes empresas, David Iachetta sempre foi um “apaixonado por gamificação”, mas sabia que “o mercado não estava preparado”, por isso esperou pela altura certa para avançar.

“A abordagem old school são os incentivos, em que pedimos que as pessoas atinjam um certo nível de resultados e, em seis meses, um ano, têm um bónus. Hoje, as novas gerações já não estão focadas nisso, mas sim na flexibilidade, querem trabalhar remotamente, são viajantes, não querem estar no escritório das 9h00 às 17h00, portanto, a gamificação vem resolver este tipo de questões para os gestores”, advoga o empresário.

 

Pontos que incentivam

A Bravon trata-se, assim, de uma plataforma online, personalizável mediante os objetivos da empresa. “Se dizem que querem trabalhar no talento, na aprendizagem, se têm um problema de engagement, então desenvolvemos uma estratégia gamificada e pomos em prática com as equipas de gestão”, explica.

Através de desafios, cada trabalhador vai ganhando pontos mediante a superação dos mesmos ou não e, a partir daí, tem uma recompensa.

Um dos exemplos de implementação da plataforma vem de uma cadeia de comercialização de eletrodomésticos e eletrónica na Bélgica, onde os trabalhadores foram desafiados a vender mais smartphones Samsung em detrimento de iPhones, uma vez que estes últimos davam uma menor margem de lucro.

“Decidimos colocar desafios para que os colaboradores vendam Samsung, de forma a tornar a venda fácil e divertida e depois eram recompensados. É uma forma de aumentar a margem nos produtos que vendemos sem pedir simplesmente ao empregado: ‘Tens de vender Samsung porque assim ganhamos mais’. Se dissermos isto a um jovem ele vai-se embora, certamente”, sublinha.

Outro desafio foi o facto de gestores da cadeia não partilharem os seus colaboradores quando alguém falta.

“Quando faltam pessoas por estarem doentes, ou em férias em alguns departamentos, não tiravam pessoas de um departamento para outro, simplesmente contratam trabalhadores temporários e isso custa dinheiro. Então, foi-nos pedido um desafio em que se os gestores trabalharem juntos e partilharem recursos serão recompensados.”

O resultado, diz o empreendedor, foi “uma mudança completa” da parte dos colaboradores: “Viu-se as pessoas a mudarem de atitude porque gostam das recompensas e é motivador para eles”.

 

Uma mudança de paradigma

Querer acompanhar as novas gerações de trabalhadores é objetivo primordial de quem aposta em estratégias de gamificação. O desafio, confessa Iachetta, é convencer as empresas de que este é o caminho a seguir.

“A gamificação é demasiado recente e as empresas vêm isto como jogos e dizem que não querem jogar porque estão a trabalhar. Contudo, nós só estamos a usar estratégias de jogos.”

O retalho é o setor onde este tipo de estratégias mais é procurado, mas também nas empresas de serviços, “que precisam de um sistema de recomendações”, empresas com equipas comerciais e com grandes departamentos de recursos humanos.

“Temos um modelo de negócio aplicável a pequenas empresas, até mesmo a startups, por isso acho que vamos vingar em Portugal. trata-se de uma abordagem de pagar pelo uso [pay as you use], por isso as empresas só pagam pelas pessoas que querem que trabalhem com a aplicação”, advoga.