Terça-feira, Abril 29, 2025
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Ministro das Infraestruturas e da Habitação apresenta demissão

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Por: Marta Godinho

Foi na noite passada, 28 de dezembro, que Pedro Santos apresentou a demissão ao primeiro-ministro, António Costa, após sequência da polémica à volta da TAP e da atual ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis. O primeiro-ministro já aceitou e formalizou o pedido de Pedro Santos.

“Face à perceção pública e ao sentimento coletivo gerados em torno deste caso, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, entende, neste contexto, assumir a responsabilidade política e apresentou a sua demissão ao primeiro-ministro”, lê-se em comunicado do gabinete do governante.

Para além de Pedro Santos, também Hugo Santos Mendes, secretário de Estado das Infraestruturas se demitiu. “No seguimento das explicações dadas pela TAP, que levaram o ministro das Infraestruturas e da Habitação e o ministro das Finanças a enviar o processo à consideração da CMVM e da IGF, o secretário de Estado das Infraestruturas [Hugo Santos Mendes] entendeu, face às circunstâncias, apresentar a sua demissão”, pode ler-se em comunicado.

Apesar da confirmação de António Costa, este expressou publicamente o seu “agradecimento pela dedicação e empenho” com que o ministro das Infraestruturas e da Habitação “exerceu funções governativas ao longo destes sete anos, quer nas áreas da sua direta responsabilidade, quer na definição da orientação política geral do Governo”.

“O seu contributo decisivo para a criação de condições de estabilidade política enquanto Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e a energia com que assumiu as suas atuais funções, nomeadamente nas políticas ferroviária e da habitação”, sublinhando “do ponto de vista pessoal”, a “camaradagem destes anos de trabalho em conjunto”, destaca ainda António Costa.

Preços de casas aumentou em 2022

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Por: Martim Gaspar

De acordo com os dados de 2022, os preços das casas em Portugal subiram 6,4% em 2022, Segundo o índice de preços do Idealista, comprar casa apresenta um custo de 2.475 euros por metro quadrado no final do mês de dezembro.

Considerando os dados de dezembro de 2022 e o mesmo mês do ano passado, os preços das casas em Portugal subiu 6,4%. De acordo com o mesmo índice, comprar uma casa em Portugal no final do mês de dezembro de 2022 apresenta um custo de 2.475 euros por metro quadrado tendo em conta o valor mediano.

A subida dos preços no setor imobiliário provocaram o aumento de preços de casas em 19 distritos do país este ano com Évora a liderar as subidas (37,5%). A capital Lisboa e a cidade do Porto apresentam subidas de 3,1% e 7,4%, respetivamente.

Já em relação à variação mensal e trimestral, os preços das casas em Portugal subiram 0,6% e 3,6%, respetivamente.

5 tendências na gestão de Recursos Humanos em 2023 

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Por: Sara Ferreira, Commercial and Marketing Manager da Multitempo by Jobandtalent

Dezembro é o momento de refletirmos sobre as tendências para 2023. Não nos aventuramos a fazer uma previsão em outras áreas, nem que tivéssemos uma bola de cristal, pois vivemos num contexto multinacional, político e macroeconómico caracterizado por uma “rigidez frágil”, ansioso, não linear e incompreensível, designado por Mundo BANI.  

Mas, no que toca aos Recursos Humanos, a nossa experiência diz-nos que 2023 não será para “corações fracos” e que os profissionais desta área continuarão a ser colocados à prova. Não é de admirar que os recentes estudos chamem a nossa atenção para os riscos de burnout. Os últimos anos ensinaram-nos a pôr tudo em perspetiva e a não partir de grandes pressupostos. Colocámos em causa uma série de paradigmas. Estes tempos de mudança, ajudaram a acelerar algumas tendências que já tinham dado “o ar da sua graça”. 

A forte escassez de talentos, a gestão das “sequelas” decorrentes da pandemia COVID-19, o Quiet Quitting (mais ou menos evidente), a crescente importância e transversalidade do Employer Branding, dificultam o trabalho dos profissionais de RH, no âmbito da captação, gestão, motivação e retenção de colaboradores. 

Partilho, então, as cinco tendências sobre as quais acredito que estarão virados os holofotes em 2023, em matéria de RH:  

1) Digitalização “Humanizada” dos processos

Vamos continuar a assistir ao desenvolvimento da digitalização da área de RH. A tecnologia é, cada vez mais, um facto incontornável nos processos associados à gestão de pessoas: gestão de assiduidade, recrutamento assente em meios digitais, entrevistas e testes utilizando plataformas online, aplicações para a gestão do engagement, formação e gestão de trabalho híbrido. You name it!  

Em particular na área do recrutamento, as evoluções são tremendas. A inteligência artificial já é, neste setor, uma realidade há algum tempo.  

Parecendo um contrassenso, existe também uma tendência para a conjugação entre a tecnologia e o “voltar às bases”, às Pessoas. As soluções estratégicas omnicanal continuarão a ser importantes apesar da vertente digital ter vindo para ficar, continuando a ser essencial a valorização de outros meios para a captação de candidatos, como por exemplo o word of mouth e ações presenciais de ativação. 

Acreditamos também, e muito em particular no âmbito do recrutamento, em soluções estratégicas omnicanal, pois nem só de digital vive o Homem!

2)Competências digitais com posição reforçada

A transformação digital, que tem ocorrido de forma transversal em praticamente todos os setores de atividade, tem provocado alterações profundas no mundo do trabalho. Há cada vez mais um equilíbrio entre a importância das soft skills e das hard skills na gestão de pessoas, sendo que, com as digital skills, se cria aquilo a que se pode vir a designar como o “triângulo perfeito da empregabilidade”, tendência da qual não prescindiremos em 2023.

3)Mudança para uma contratação baseada em competências

Perante a necessidade de produzir resultados a curto/médio prazo, as organizações optam, preferencialmente, por contratar colaboradores com base em competências apoiadas na experiência, acabando por, às vezes, valorizá-las em detrimento do grau académico, nos critérios de contratação. Esta tendência traz desafios acrescidos na integração dos jovens no mundo do trabalho, que acabam por abraçar oportunidades de aprendizagem e integração através do trabalho temporário, programas de estágios e aprendizagem, que fornecem uma experiência relevante no desenvolvimento das suas competências. 

Esta tendência materializa de forma mais “vincada” os já bem conhecidos conceitos de upskilling e reskilling, que trazem o mindset de desenvolvimento de competências e aprendizagem ao longo da vida.

4)A procura incessante pela eficiência

As constantes mudanças nos objetivos e planeamento estratégico das organizações levam à procura da relevância e competitividade. Independentemente do mercado e do setor, a procura pela eficiência por parte das organizações colocará, em 2023, um foco ainda maior no recrutamento e retenção de colaboradores, com base nas capacidades e competências que contribuem diretamente para os resultados da organização. Por outro lado, acentuar-se-á a tendência de analisar os dados acumulados pelos departamentos de RH, para ser possível uma constante otimização das equipas e dos seus resultados. 

Exemplo disso é a crescente importância do People Analytics nas organizações, que traz novas ferramentas para analisar conhecimentos, competências e até comportamentos dos colaboradores, para prever cenários e planear ações que permitam a prevenção de riscos, que possam colocar em causa os resultados da organização.

5)O Employee Experience

A gestão da experiência do colaborador e o seu bem-estar integram o leque dos principais desafios atuais das organizações. Prova viva é o crescimento da oferta de formação avançada e até executiva sobre a gestão da felicidade e bem-estar organizacional. 

Os colaboradores, estando cada vez mais conscientes das suas competências, desafiam as organizações na definição de estratégias com vista à sua atração, engagement e retenção, garantindo uma “harmonia” entre os colaboradores e a cultura, missão e propósito da organização. 

Prevejo que, em 2023, se acentuará a tendência de se conhecer mais e melhor as preferências e motivações dos colaboradores, uma vez que, também neste campo, não há soluções one size fits all. 

2023 vai trazer desaceleração do crescimento na Zona Euro

Por: Marta Godinho

O ano de 2023 vai traduzir-se no abrandamento do crescimento da economia mundial, em particular na Zona Euro, onde as principais economias poderão registar uma recessão, segundo previsões das principais instituições internacionais.

Divulgada em outubro, as previsões económicas mundiais para o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimam um crescimento económico global de 2,7% para o próximo ano face aos 3,2% previstos para este ano.

A instituição liderada por Kristalina Georgieva afirmou que “este é o perfil de crescimento mais fraco desde 2001, exceto para a crise financeira global e pela fase aguda da pandemia de covid-19″.

Segundo os dados apresentados pelo FMI, a zona euro vai crescer 0,5% já em 2023, a França vai registar uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,7% e Espanha com 1,2%. Já a Itália e a Alemanha vão atingir uma recessão de 0,2% e de 0,3%, respetivamente.

Para além do FMI, o Banco Central Europeu (BCE) também prevê o abrandamento do crescimento económico nos países da zona euro e que, em dezembro, reviu em baixa as previsões para 2023 para 0,5%, que podem ser comparados com os 0,9% previstos em setembro.

Devido ao clima de grande incerteza que se vive, a crise dos preços da energia e a perda de poder de compra, a Comissão Europeia acredita numa recessão na zona euro e na grande maioria dos estados-membros no primeiro trimestre de 2023.

Aquando do verão e confiança da subida de 1,4% na zona euro e 1,5% na União Europeia, Bruxelas, após as previsões macroeconómicas de outono, prevê agora apenas um crescimento do PIB de 0,3%. Quanto ao PIB da Alemanha, o executivo comunitário estima que este contraia 0,6% em 2023, enquanto o de França cresça 0,4%.

Ademais, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê um abrandamento do crescimento económico mundial de 3,1% em 2022 para 2,2% em 2023, face às últimas previsões da organização divulgadas em novembro. Devido à guerra na Ucrânia “o crescimento está a meia haste, a inflação elevada é persistente, a confiança corroeu-se e a incerteza é elevada”, afirma a OCDE.

Segundo Álvaro Santos Pereira, economista chefe da organização com sede em Paris, “a economia mundial está a viver a sua pior crise energética desde os anos 70″.

Investimento Imobiliário com volume final acima dos 1.760 milhões de euros

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Por: Marta Godinho

Segundo a Worx (empresa especializada em soluções no mercado imobiliário), o volume final do ano de 2022 vai seguramente, segundo estimativas, ultrapassar a marca dos 2.500 milhões de euros canalizados para ativos de rendimento este ano.

O mercado de investimento em imobiliário comercial registou 1.760 milhões de euros até novembro deste ano e a consultora Worx estima que este valor possa ser substancialmente superior mesmo na reta final do ano.

A marca dos 2.500 milhões de euros poderá ser ultrapassada, muito por conta e influência do fecho (ainda não confirmado) do portfólio Crow.

Por sua vez, os escritórios assumiram a liderança no volume de investimento fechado até à data, somando 31% do investimento (prova da sua resiliência histórica a nível de desempenho e preço), pode ler-se no comunicado.

13 mil queixas foram apresentadas ao setor público em 2022

Por: Marta Godinho 

O Portal da Queixa recebeu mais de 13,400 reclamações sobre os serviços públicos (aumento de 41% face a 2019). As entidades do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), a Segurança Social, o Serviço Nacional de Saúde (SNS), Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e Autoridade Tributária (AT) são algumas das entidades que se destacam pelo aumento do número de reclamações. As reclamações dirigidas aos serviços públicos em 2022 disparam 41% num total de 13 mil queixas este ano.

Entre 1 de janeiro e 27 de dezembro de 2022, a categoria Serviços e Administração Pública recebeu 13.445 reclamações em comparação com as 9.483 reclamações feitas em 2019. Para além desta categoria, também foram analisadas subcategorias como Câmaras Municipais, Empresas de Gestão Municipal, Institutos Públicos, Polícia, Emergência e Bombeiros e Serviços Sociais e Providência.

No top dez, o IMT foi responsável por 4.992 queixas (37% do total), seguido da Segurança Social com 967 queixas, o SNS com 912 queixas, o SEF com 905 reclamações e a AT com 783 reclamações. A Câmara Municipal de Lisboa adquiriu 441 reclamações, o Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) com 396 reclamações, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) com 341 queixas, a Câmara Municipal de Almada com 271 queixas e o Centro Nacional de Pensões com 267 queixas.

Os principais motivos de reclamação às dez entidades mais reclamadas foi a troca de carta estrangeira no caso do IMT (com 3.035 reclamações, num total de 61% das queixas registadas). O mau atendimento e falta de resposta do organismo (50%) e problemas com o abono de família (31%) foram algumas das queixas mais apresentadas na Segurança Social. Também o mau atendimento/falta de apoio ao utente (49%) foi um dos problemas apontados no Portal de Queixa quanto ao SNS. Ademais, 25% das queixas ao SNS foram levantadas pelo apoio prestado devido à Covid-19. No SEF, os principais motivos foram os problemas com a renovação do título de residência (63%) e as dificuldades no atendimento telefónico para marcação de visita nas delegações do SEF (35%). Quanto à AT, os problemas com o IBAN (devido ao apoio extraordinário do Estado) gerou 47% das reclamações feitas às finanças e o atraso com o reembolso do IRS representou 32%.

Quanto às queixas dirigidas à Câmara Municipal de Lisboa, destacam-se as multas de estacionamento (29%) e os problemas com a recolha de lixo (22%). No Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) foram reportados problemas no levantamento do cartão de cidadão (27%), o mau atendimento (24%) e as dificuldades na renovação do passaporte (8%). No IEFP reforçou-se a demora na aprovação de estágios profissionais com 32%. Já na Câmara Municipal de Almada, 22% reclamou da recolha do lixo. Por fim, nas queixas ao Centro Nacional de Pensões (CNP) foi sublinhado o problema com o cálculo e atribuição das reformas com 56%.

De acordo com o Portal da Queixa e por entre os diferentes organismos públicos, a Autoridade Tributária é a que mais resolve os problemas que lhe são reportados com 96,9% de Taxa de Solução, 99,6% de Taxa de Resposta e 91/100 pontos no Índice de Satisfação (IS). O IEFP apresenta 100% de Taxa de Resposta, 95,8% de Taxa de Solução e 88,8/100 pontos no IS, sendo que foi distinguido como “Marca Recomendada 2022”. Já o IMT apresenta 100% de Taxa de Resposta, 77,8% de Taxa de Solução e 82,3/100 pontos no IS. A Câmara Municipal de Lisboa registou 100% de Taxa de Resposta e a Câmara Municipal de Almada registou 97,7%.

As seguintes entidades foram as que apresentaram taxas de resolução muito baixas: Segurança Social (16,7% de Taxa de Solução, 15,8% de Taxa de Resposta e 17,1/100 de IS), o SNS (10% de Taxa de Solução, 9,4% de Taxa de Resposta e 11,4/100 de IS), o IRN (16% de Taxa de Solução, 15,4% de Taxa de Resposta e 16,7/100 de IS), o SEF (15,2% de Taxa de Solução, 14,4% de Taxa de Resposta e 16,5 de IS) e o CNP (15,8% de Taxa de Solução, 15,2% de Taxa de Resposta e 15,4/100 de IS).

Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa afirmou que “o serviço público em Portugal deve ser encarado como um serviço de excelência ao cidadão e a expetativa deste não deve ser muito diferente da que tem relativamente ao serviço privado”.

Webhelp quer contratar mais pessoas em 2023

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Por: Martim Gaspar

Após o investimento de 15 milhões de euros em território nacional, a Webhelp, quer contratar mais 400 pessoas em 2023, aumentando o número de colaboradores de 2600 para 3000.

A multinacional francesa especialista em experiência do cliente e soluções empresariais, anunciou que em 2022 apresentou o maior crescimento a nível global desde a sua criação, estando presente em 60 países e com 125 mil colaboradores a nível mundial.

Em Portugal desde 2015, a Webhelp pretende continuar a apostar no mercado português, com escritórios localizados em Braga, Oeiras, Lisboa e Aveiro e 2600 colaboradores, a Webhelp pretende contratar mais 400 colaboradores em 2023.

A nível global, a Webhelp estabeleceu-se em mais seis países, alcançando um grande crescimento no número de clientes. Assim, a empresa procurou reforçar o trabalho híbrido e remoto de forma a poder melhorar a sua performance para com os clientes e responder às preferências dos colaboradores.

Para 2023, de acordo com Olivier Duha, CEO da Webhelp, em comunicado, a empresa pretende continuar a crescer e a expandir-se pelo mundo: “Temos muito orgulho no trabalho brilhante que os nossos webhelpers realizam em nome dos nossos clientes e esperamos continuar esta tendência em 2023, investindo ainda mais em tecnologia e nas pessoas.”

Os Contact Centers fazem parte e reforçam os processos de digitalização das empresas

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Por: Pedro Miranda, Presidente da Associação Portuguesa de Contact Centers (APCC)

Começo por clarificar o conceito de contact center. O também designado call center, expressão internacional clássica atualmente desatualizada daquilo que é a atividade dos centros de contacto. Focado inicialmente apenas no canal telefónico, este conceito evoluiu e abrange agora várias dimensões. Começando de uma forma mais material, o conceito de contact center consiste em instalações e tecnologia que possibilitam a orquestração organizada de pessoas em equipas, muito desenvolvidas em formação continuada, seja dos produtos e serviços, o âmbito principal das suas atividades, como em comunicação, liderança e gestão de relação, baseada em processos e tecnologia. Sendo esta última, o suporte dos diversos canais de relacionamento com os clientes finais, como por exemplo o já referido canal telefónico, para além da tecnologia que serve a gestão e o suporte à própria atividade.

Hoje em dia também não podemos deixar de mencionar que a atividade dos centros de contacto é complementada com soluções de trabalho remoto, com necessidades específicas, a começar pela segurança de acessos, entre outras. Ainda no âmbito destes centros especializados incluem-se atividades de back office que, não sendo diretamente atividades de contacto com os clientes finais, estão relacionados com essa finalidade. Finalmente, todas estas componentes podem ser externalizadas. Isto é, por um lado, existem empresas que investem e mantêm centros para a sua própria utilização e, por outro, empresas especializadas que fornecem este tipo de serviços à medida.

Como muitas vezes se menciona a externalização neste setor, que acontece por motivos de eficiência e flexibilidade, é utilizada frequentemente a expressão “BPO”, que significa Business Process Outsourcing e que diz respeito à externalização de processos e onde se podem incluir atividades de Contact Center.

Para as PMEs, faz muito sentido em diversos cenários recorrer à externalização, completa ou parcial, como forma racional de controlo de custos e de acesso a meios humanos e tecnológicos de enorme qualidade. A escala é o negócio do provedor de serviços.

O setor dos Contact Centers em Portugal

Os Contact Centers evoluíram muito na última década em Portugal. O setor, em 2022, representa no seu todo 104 mil profissionais e fatura cerca de 3 mil milhões de euros, mais de metade ao serviço do mercado internacional. Apresenta ainda taxas de crescimento significativas e boas perspetivas para o futuro. Provavelmente muitas pessoas não terão esta perceção, muito em parte porque o setor tem uma tradição de se apresentar como suporte ao negócio, mais discreto, e não como uma componente tão importante como outras na vida das empresas. Mas já voltaremos a este ponto mais adiante.

O mercado com destino ao segmento português, embora sendo um segmento aparentemente “nacional”, também já possui fortes influências da crescente imigração e do crescimento do turismo em Portugal. Os turistas consomem produtos e serviços apoiados, em parte, pelos Contact Center e os imigrantes que se estabelecem em Portugal abrem e utilizam contas bancárias, por exemplo, recorrendo também ao serviço dos Contact Centers, onde a língua inglesa é cada vez mais necessária.

De referir que o setor continua a estar muito concentrado em Lisboa e no Porto, com um peso de 85%. O Interior e outras cidades do país têm assim oportunidade de atrair centros de contacto para as suas localizações, permitindo fixar pessoas onde atualmente fazem falta.

Exportação de serviços

O segmento internacional que, operando em Portugal, tem como destino outros países, representa mais de 52 mil pessoas e uma faturação acima de 1.5 mil milhões de euros anuais. Este segmento tem sentido um enorme crescimento, principalmente através da utilização de empresas de outsourcing especializadas, mas também pela instalação de centros próprios. Trata-se de uma exportação de serviços digitais que incorporam mão de obra especializada intensiva e muita tecnologia.

Considerando a falta de mão de obra no mercado português, a maioria dos colaboradores do segmento internacional são estrangeiros, provenientes de diversos países. Dos fatores que tornam possível esta imigração destaque para o ambiente mais organizado e simpático das nossas grandes cidades, assim como a crescente oferta de serviços do turismo que também serve bem o segmento das pessoas que veem de fora para trabalhar em Portugal, como é o caso da oferta de restauração e diversão, do clima e das praias. Em contrapartida, a falta de habitação tem sido uma limitação. Contudo, as empresas têm conseguido dar resposta a esta questão, incluindo nos seus contratos um pacote de alojamento e serviços. Geralmente, são pessoas qualificadas e, não podemos esquecer, que consomem produtos e serviços e pagam impostos, diretos e indiretos, em Portugal. Algumas delas acabam por fazer a sua vida cá, o que é ótimo para melhorar o perfil laboral português.

Portugal enfrenta concorrência de outros países neste setor, como é o caso da Grécia. A guerra na Ucrânia e a desestabilização consequente a Leste da Europa favorece outras regiões, como é natural, embora espera-se que temporariamente.

Setor com tradição tecnológica

Outra dimensão do setor é a tecnologia. Trata-se de uma área com forte tradição portuguesa porque muitas empresas de referência internacional começaram a sua atividade em Portugal. Também aqui importa referir que as soluções mais avançadas a nível mundial estão disponíveis e ao serviço do próprio setor. São exemplo disso, soluções completas de suporte ao Contact Center e BPO na cloud, destacando-se as evoluções mais recentes como soluções de voz natural para os canais de voz e assistentes virtuais, ambos fortemente desenvolvidos com base em componentes de inteligência artificial, soluções de gestão de relacionamento, bases de conhecimento de suporte, formação digital interativa e soluções cada vez mais evoluídas e integradas de workforce management.

A liderança da transformação digital no relacionamento

Adicionalmente, se a digitalização acelerada das relações é uma realidade, como é o caso do comércio eletrónico, entre muitos outros exemplos em que se tem procurado transformar a dimensão presencial e burocrática para um novo patamar, recorrendo a facilidades de integração de dados e funcionalidades tecnológicas, também é verdade que essas novas formas de relacionamento só são possíveis porque na sua retaguarda têm aparecido, e estão em franco crescimento, novas soluções de apoio aos clientes que, embora com suporte tecnológico, nunca deixam de envolver equipas humanas que são imprescindíveis e com dimensões que a maioria das pessoas não tem noção. A par da evolução multicanal e tecnológica, esta nova realidade tem contribuído para um novo crescimento dos centros de contacto.

Um exemplo são as redes sociais. Provavelmente, a maioria dos utilizadores desconhece que, embora se recorra à inteligência artificial para escrutinar e catalogar os milhões de conteúdos que a cada momento são submetidos, uma boa parte desses conteúdos envolvem intervenção humana para confirmar ou, no mínimo, para calibrar as modelizações.

Já aflorado antes, no comércio eletrónico, a par das funcionalidades imprescindíveis para colocar os produtos e serviços em ambiente digital e da logística de entrega, aparecem os centros de contacto que reúnem virtualmente os especialistas que apoiam os clientes em todo o ciclo necessário de forma eficiente e eficaz.

EDP Renováveis vende parque solar nos EUA

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Por: Martim Gaspar

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP Renováveis anunciou a venda do parque solar Indiana Crossroads Solar Park, nos Estados Unidos, à Northern Indiana Public Service Company por 281 milhões de euros.

A venda foi realizada segundo um acordo de “build and transfer”. Segundo a EDP Renováveis, a venda representou 1,5 milhões de dólares por megawatt.

A transação foi realizada depois da fase de ‘mechanical completion’ inicial deste parque de 200 megawatts, no estado do Indiana.

Com a seguinte transação realizada, a EDP Renováveis”já assegurou 3,4 mil milhões de euros de encaixes com rotação de ativos que está inserida no contexto do programa de rotação de ativos de oito mil milhões de euros para 2021-25″, segundo informação enviada ao mercado.

54% dos portugueses acredita que 2023 será pior que 2022

Por: Marta Godinho

De acordo com o inquérito realizado pelo Observador Cetelem, 54% dos portugueses acredita que 2023 será um ano pior e 12% “muito pior”. Se o ano passado as expetativas dos portugueses eram de que 2022 fosse melhor ao ano anterior, este ano muitos preveem que 2023 não seja um ano muito facilitador. Temas como a pandemia, a guerra na Europa e o aumento do custo de vida são fatores que desmotivam os portugueses no final da reta de 2022.

Apesar disto, 24% dos portugueses inquiridos acreditam que o novo ano será melhor e 5% “muito melhor”. Já 17% categoriza que será igual. No universo deste inquérito, os mais jovens entre os 18 e os 24 anos são os mais positivos (51%) e a faixa etária dos 35 aos 44 anos e os mais velhos entre os 55 aos 74 anos são os mais pessimistas (65% de cada um dos grupos etários).

Quanto à passagem de ano, os inquiridos continuam a preferir passá-lo dentro das suas casas (60%), especialmente os inquiridos com mais de 55 anos (67%). Contrariamente ao espírito vivido o ano passado devido a medidas cautelares relacionadas com a pandemia, 37% dos inquiridos tenciona celebrar a entrada no novo ano em casa de familiares e amigos, principalmente os inquiridos dos 25 aos 34 anos (51%). Depois destes, também foram referidas celebrações em restaurantes (8%), na rua (6%) e em hotéis (2%).

Na região Centro existe uma preferência em passar a passagem de ano em casa (64%), enquanto nas regiões a Norte e Sul do país preferem passar a festividade em casa de amigos e familiares (38%). Nas áreas metropolitanas, a preferência é semelhante com 38% e 40% em Lisboa e no Porto (respetivamente) a preferir celebrar em casa de amigos e familiares e 60% e 57% nas suas casas.

Quanto aos gastos, os portugueses inquiridos tencionam gastar, em média, 83 euros, menos 24 euros que o observado em 2021. O grupo etário entre os 55 aos 74 anos tenciona gastar mais nas celebrações (91 euros) e o grupo etário com menos de 25 anos tenciona gastar menos (74 euros).

Os residentes na zona metropolitana do Porto e de Lisboa tencionam gastar valores semelhantes, 84 e 81 euros, respetivamente. Na região Sul, os inquiridos tencionam gastar 92 euros em média, mais 12 euros do que os inquiridos das regiões Norte e Centro que tencionam gastar 80 euros, respetivamente.