A presidência russa confirmou, esta terça-feira, a retirada de algumas tropas que se encontram perto das fronteiras da Ucrânia. O porta-voz presidencial russo denunciou, ainda, a “histeria ocidental” relacionada com uma possível invasão do país pela Rússia.
“Sempre dissemos que após a conclusão dos exercícios, (…) as tropas regressariam às suas guarnições originais. Isto é o que está a acontecer, este é o processo habitual”, Dmitry Peskov, citado pela agência francesa AFP.
Peskov adiantou que Moscovo tem o objetivo, no futuro, de organizar outros “exercícios em toda a Rússia”.
O porta-voz presidencial russo denunciou uma “campanha absolutamente sem precedentes para provocar tensões” da parte do Ocidente, especialmente dos Estados Unidos da América (EUA).
Algumas das tropas foram retiradas das fronteiras, porque, de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, já terminaram os exercícios militares em que estiveram envolvidas.
“As unidades dos Distritos Militares do Sul e do Oeste que cumpriram as suas tarefas já começaram a carregar pessoal e equipamento nos meios de transporte ferroviário e automóvel e começarão hoje a dirigir-se para as suas guarnições militares”, disse o porta-voz do ministério, major-general Igor Konashenkov, citado pela agência russa TASS.
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, anunciou na sua rede social Telegram, que a “propaganda da guerra ocidental” foi enxovalhada com o anúncio do Ministério da Defesa.
Para reiterar o comentário de Maria Zakharova, o porta-voz do ministério tutelado por Serguei Lavrov afirmou que o dia “15 de fevereiro de 2022 ficará para a História como o dia em que a propaganda da guerra ocidental falhou. Humilhada e destruída sem um único tiro disparado”.
Na sexta-feira passada, os EUA alertaram que a Rússia poderá atacar a “qualquer momento” a Ucrânia, aconselhando os seus cidadãos a sair do país.
O alerta surgiu depois de a Rússia ter colocado mais de 100 mil tropas nas fronteiras da Ucrânia para realizar uma nova invasão ao país vizinho.
A Rússia nega qualquer conflito armado, no entanto, exigiu uma promessa de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). O Ocidente rejeitou esta proposta, propondo em troca conversações sobre outros assuntos de segurança, tais como o controlo de armas ou visitas recíprocas a infraestruturas sensíveis.