Por: Ana Vieira
A startup portuguesa de mobilidade e serviços de entrega Avenidas conta atualmente com mais de 70 veículos de transporte de passageiros. Com perto de 40 carrinhas comerciais e 100 estafetas, juntam-se ainda 120 motoristas TVDE.
Manuel Reis, CEO & Co-Founder da Avenidas, em entrevista à PME Magazine, afirma que os objetivos foram superados, “sentimos que depois do enorme salto que demos, onde crescemos 10x em dois anos, neste ano demos uma série de passos essenciais para nos permitir apontar a esse objetivo ao longo do próximo ano”, considera.
PME Magazine (PME Mag.) – Como surgiu a startup portuguesa de mobilidade e serviços de entrega Avenidas?
Manuel Reis (M.R.)- A Avenidas foi fundada em 2016 com apenas um veículo dedicado ao serviço de TVDE. Hoje em dia, opera nos setores de mobilidade (Ride), viagens e turismo (Tour), distribuição e logística (Send) e operações de crescimento (Grow) e tem como missão ser um parceiro de negócio de referência de empresas de diferentes setores.
Queremos apresentar um serviço de qualidade, distinto do atual mercado saturado, e acreditamos que o nosso lado humano e muito mais próximo do cliente é um fator que evidencia essa vontade de ter um serviço diferente e mais premium.
PME Mag. – Que empresas detém a Avenidas?
M.R. – A nossa rede de clientes e parceiros é, já, bastante grande, especialmente porque temos diferentes verticais. No Avenidas Ride temos algumas dezenas de parcerias com empresas para realização de transporte de passageiros B2B, entre elas a IBM, a Luggage Storage, a Climex, a GS1, e largas centenas de clientes individuais B2C (famílias, etc); Na Avenidas Tour, temos um pouco mais de 20 parcerias B2B com empresas como a Viator, Airbnb, Expedia, Get Your Guide, Living Tours, Windsor Travel, entre outros. No âmbito do Avenidas Send, já somamos vários clientes/marcas a trabalhar o serviço end-to-end Food Delivery, num total de mais de 40 lojas em Lisboa e no Porto, mais 5 parcerias last-mile logistics, com a Fonte Viva, Paack, Correos Express e Terra Boa, com quem fazemos cerca de 3000 entregas diariamente (e-commerce e q-commerce); Já a Avenidas Grow trabalha, atualmente, apenas com a Worldcoin, sendo que implementámos 10 localizações da empresa de Norte a Sul de Portugal.
PME Mag. – Em que cidades estão presentes?
M.R – Neste momento, a Avenidas está presente em toda a grande Lisboa e no grande Porto, mas através do nosso serviço Tour acabamos por operar também em Sintra, Nazaré, Berlengas, Sesimbra, entre outros locais com elevados fluxos de atividades turísticas.
PME Mag. – Quantos veículos e motoristas circulam atualmente?
M.R. – Atualmente, a Avenidas conta com mais de 70 veículos de transporte de passageiros, desde carros de 5 lugares a carrinhas de 9 lugares, onde cerca de 70% são elétricos. Contamos ainda com perto de 40 carrinhas comerciais e cerca de 100 estafetas. A estes últimos juntam-se 120 motoristas TVDE, dos quais 15 são guias turísticos, e 40 promotores afetos ao nosso cliente na área de Growth.
O nosso compromisso com a qualidade é levado bastante a sério e, por isso, procuramos ativamente garantir a qualidade de trabalho dos estafetas e motoristas através da conciliação de oportunidades e profissionalização dos colaboradores. Temos, inclusivamente, algumas pessoas que começaram a colaborar connosco enquanto estafetas ou motoristas TVDE e progrediram para um trabalho de escritório, tanto no departamento financeiro como no departamento de operações.
PME Mag. – Tinham como ambição aumentar a faturação para os 10 milhões em 2024, escalando o negócio para além de Lisboa. Como está este objetivo?
M.R. – Para nós, 2023 foi um ano de consolidação e isso foi muito positivo. Em termos operacionais, foi um ano muito bom, em que superamos os nossos objetivos com uma equipa robusta e cada vez mais eficiente. Sentimos que depois do enorme salto que demos, onde crescemos 10x em dois anos, neste ano demos uma série de passos essenciais para nos permitir apontar a esse objetivo ao longo do próximo ano.
Logicamente, estamos conscientes que o objetivo de aumentar a faturação para os 10 milhões é ambicioso, mas estamos a trabalhar para o conseguirmos alcançar em 2024. Ao nível do investimento projetado, contamos atingir níveis parecidos aos que a Avenidas investiu este ano: entre 1,5M€ e 2M€.
Alguns projetos a nível europeu, nomeadamente as nossas duas candidaturas ao PT2030 e outra ao PRR, poderão ajudar-nos a investir um pouco mais, o que, de certa forma, ditará a nossa oferta de serviços. Não estamos necessariamente focados em oferecer mais serviços, mas sim em trabalhar a qualidade de cada marca e investir na capacitação de cada uma, dos respetivos serviços e carteira de clientes, com foco em cada nicho dos quatro departamentos agora claramente identificados com o novo rebranding da Avenidas.
PME Mag. – O capital da Avenidas mantém-se 100% português?
M.R. – Sim, o capital da Avenidas é 100% português. Em 2022, captamos um investimento de 110 mil euros por parte da Khola, uma sociedade investidora institucional.
PME Mag. – Quais os planos para 2024?
M.R. – Os próximos passos são garantir que cada um dos nossos departamentos ganhará espaço próprio para crescer autonomamente, com equipas capazes de seguir a identidade de cada área. Houve um rebranding, temos um novo site, e associado a isso, um investimento nas equipas em cada área, para que cada departamento possa organizar-se e olhar positivamente para o próximo ano.
Com uma estrutura mais descentralizada, onde cada área de negócio conta com um elevado grau de autonomia ao mesmo tempo que tem acesso a um conjunto de recursos e serviços centrais que são partilhados pelas diferentes áreas, estamos perante um sistema que nos permite olhar para a expansão geográfica com muita confiança. Tencionamos fazer uma aposta muito forte no crescimento de todas as áreas da Avenidas no grande Porto durante o primeiro semestre do próximo ano, e, após isso, expandir estrategicamente algumas das nossas áreas para as outras grandes cidades do país, como Braga, Coimbra, Leiria e Aveiro.
Para além disto, estamos focados em tornar o nosso negócio ainda mais sustentável através da eletrificação da restante frota, mantendo o nosso compromisso de não adquirir viaturas a combustão ao qual se junta a nossa vontade em substituir atuais veículos a combustão por novos elétricos. Este desafio requer também continuar a investir em soluções informáticas para otimização de processos operacionais, com vista a não só uma redução dos custos de carregamentos, mas também a uma utilização mais eficiente dos mesmos, objetivos esses que fazem parte de uma das nossas candidaturas ao PRR.