Por: Fabiana Lopes, Head of Business Development na DIG-IN
Em pleno 2025, o setor da restauração e alimentar encontra-se numa encruzilhada. De um lado, os consumidores esperam mais: mais personalização, mais sustentabilidade, mais inovação. Do outro, os desafios operacionais fazem com que as empresas tenham de ser mais criativas e eficazes do que nunca. A chave para equilibrar estas expectativas? Dados.
Os dados não são apenas números ou gráficos sem vida. São a ponte que liga restaurantes, marcas e as reais necessidades dos seus clientes. Em 2024, por exemplo, o Korean BBQ e o brunch dominaram preferências, enquanto palavras-chave como “sushi” e “healthy food” lideraram as pesquisas online. Estes padrões, revelados pelos dados da DIG-IN, indicam não só tendências, mas também ajudam a prever as próximas grandes oportunidades.
Para além da Inteligência Artificial e da análise preditiva, é a integração de diferentes ferramentas tecnológicas que permite a transformação do setor. A análise de tendências de mercado, cruzada com dados históricos e em tempo real, possibilita a criação de estratégias adaptadas a cada realidade. Isto inclui a personalização de experiências gastronómicas, a identificação de novos mercados, o apoio à inovação no lançamento de produtos e a abertura de novos espaços. Além disso, a eficiência operacional beneficia de soluções baseadas em dados, como gestão otimizada de inventários e redução de desperdício, promovendo sustentabilidade e rentabilidade.
Para os restaurantes, sejam pequenos negócios familiares ou grandes grupos, os dados oferecem uma vantagem competitiva sem precedentes. Restaurantes independentes podem explorar nichos de mercado, ajustar menus de forma ágil e melhorar a relação com os clientes através de experiências mais personalizadas. Já os grandes grupos têm a oportunidade de centralizar processos e obter uma visão global que os ajuda a antecipar mudanças e a tomar decisões mais informadas. Crucialmente, a análise comparativa de performance com a concorrência permite identificar áreas de melhoria e alinhar estratégias para maximizar o impacto no mercado.
No caso das marcas, o cenário é igualmente promissor. Insights detalhados sobre preferências emergentes e padrões de consumo permitem a criação de campanhas mais eficazes e produtos que respondam diretamente às expectativas dos consumidores. A capacidade de ajustar ofertas em tempo real e de monitorizar resultados com precisão confere às marcas uma agilidade essencial num mercado em constante evolução.
Uma das tendências mais promissoras para 2025 é a sustentabilidade como pilar central. Ingredientes como as algas, ricos em nutrientes e de baixo impacto ambiental, estão a ganhar espaço nos menus e nas prateleiras. Mas a sustentabilidade vai além dos ingredientes e passa também por operações mais eficientes, otimizadas através de dados, que permitem reduzir desperdício e melhorar a logística.
Mais do que uma tendência, os dados estão a moldar o futuro da restauração e das marcas em Portugal. Num mercado cada vez mais dinâmico, estas ferramentas não são apenas reativas mas sim os motores que permitem liderar a inovação e criar experiências únicas. A questão não é se os dados vão continuar a transformar o setor, mas como é que restaurantes e marcas os irão utilizar para criar um futuro mais inovador, personalizado e consciente.
O futuro está servido e os dados são o ingrediente principal.