Por: Rita Pablo
Numa altura em que os ataques informáticos são frequentes e quando em causa chega a estar a segurança dos Estados, o Horizonte Europa está a financiar em 4,6 milhões de euros o projeto CROSSCON – Cross-platform Open Security Stack for Connected Devices, no qual o Centro ALGORITMI, da Universidade do Minho, terá um papel essencial, podendo captar até 577,2 mil euros. O projeto financiado pelo Horizonte Europa pretende inovar na segurança de dispositivos e aplicativos de Internet of Things, IoT.
Atualmente, a IoT está presente em soluções de domótica, em dispositivos wearables (como smartwatches), aplicações de smart cities (parqueamento inteligente, monitorização do meio ambiente, controlo de tráfego e de rede de transportes, entre outras), na indústria 4.0, na monitorização remota de serviços de saúde, e em várias outras aplicações.
A IoT apresenta vários desafios ao nível da segurança, desde ataques cibernéticos a dispositivos inteligentes como à própria infraestrutura de rede, condicionando o funcionamento dos aplicativos e colocando dados sensíveis à mercê de terceiros.
O projeto europeu CROSSCON pretende mitigar os problemas de segurança atuais associados à necessidade de existirem dispositivos totalmente distintos entre si ligados à Internet. Trata-se de uma solução denominada de security stack (camada de segurança, em português), a qual será capaz de providenciar diferentes níveis de segurança aos dispositivos ligados, tais como impedir o acesso externo a informação sensível, permitir ligação segura e controlada dos dispositivos, providenciar mecanismos de autenticação multi-fator e atualizações remotas autorizadas e seguras.
O Centro ALGORITMI vai liderar o pacote 3 do projeto, que arrancou em novembro do ano passado. “O grupo de sistemas embebidos (ESRG) tem um papel fundamental no desenvolvimento do projeto, nomeadamente no desenvolvimento de toda a componente de software da CROSSCON security stack”, explica Sandro Pinto, investigador principal e responsável da equipa de investigação, da qual fazem ainda parte Tiago Gomes, João Luís Monteiro, e David Cerdeira, todos membros integrados do Centro ALGORITMI da Universidade do Minho.
Com duração de 36 meses, não será necessário esperar pelo fim do projeto para a sua entrada no mercado. Como adianta o investigador, “durante a execução do projeto, e à medida que os artefactos comecem a surgir, é expectável que a sua utilização possa ser imediata”.