De acordo com um estudo do Kaizen, cerca de 57% das empresas não conseguiram atingir os seus objetivos para o ano de 2020, num inquérito que reuniu 220 CEO e administradores de médias e grandes empresas em Portugal que, na globalidade, representam cerca de 35% do Produto Interno Bruto português.
Num estudo conduzido pelo Keizen a 220 CEO e administradores em Portugal, comprova-se que 57% das empresas com atividade em Portugal não conseguiram atingir os objetivos propostos para 2020, sendo ainda apresentada uma pontuação negativa no que à gestão da pandemia pelo Governo diz respeito (9,8 numa escala de 0 a 20).
Num estudo que analisa os impactos económicos da pandemia nas empresas, os inquiridos referem-se às vendas (56%), à gestão e motivação dos recursos humanos (39%) e à produtividade (38%) como os fatores com maior impacto nas organizações ao longo do segundo confinamento.
Em termos financeiros, 35% dos participantes afirmam que, no primeiro trimestre de 2021, a pandemia provocou uma redução na faturação das empresas em cerca de 5% a 20% abaixo do orçamento. Cerca de 48% das empresas afirma que cumpriu ou ultrapassou o orçamento previsto no que diz respeito à faturação relativa ao primeiro trimestre deste ano.
No que diz respeito ao grau de confiança dos gestores na economia nacional, o valor situa-se nos 10,4 (numa escala de 0 a 20), números idênticos em relação ao último inquérito (junho de 2020) e ligeiramente superiores ao registo de abril de 2020 (8,4).
O relatório indica que cerca de 45% dos inquiridos já iniciaram um plano estratégico de três a cinco anos, de forma a retomar os níveis económicos anteriores à pandemia. Neste aspeto, cerca de 67% dos inquiridos destacaram a agilidade organizacional como fundamental para dar uma resposta a esta retoma e aos novos desafios do mercado, com 53% a destacarem a centralidade no cliente e 54% a apontarem a importância da digitalização dos processos de negócio.
Destacando a consciência das empresas quanto à excelência da inovação e das vendas, António Costa, senior partner do Kaizen, aponta a necessidade de criar um processo estruturado de desdobramento dos objetivos em diferentes áreas, bem como “incorporação destas metas no quotidiano das organizações”.
Em relação às prioridades das empresas, cerca de 62% dos inquiridos neste estudo defendem a necessidade de inovação e desenvolvimento e revisão dos planos de produtos e serviços, com cerca de 41% a darem prioridade a uma aposta na investigação de novas tecnologias e do desenvolvimento do digital.
Ciente das necessidades de adaptação organizacional das empresas, António Costa destaca as que demonstraram agilidade na transformação das suas operações e oferta de valor, algo imprescindível às organizações que pretendam continuar a crescer de forma sustentável.
O senior partner do Kaizen, acrescenta ainda que o impulso para a mudança deve ir mais além da pandemia, focando-se no cliente e nas alterações “dos seus requisitos, padrões de consumo e necessidades, bem como pela evolução dos mercados e tecnologias”.