Fotos: João Filipe Aguiar Fotografia
Com a Renova na sua quarta geração familiar, Paulo Pereira da Silva, CEO, marcou presença na apresentação da PME Magazine de janeiro, como figura de capa, para uma palestra a dezenas de empresários, na Nova SBE, em Carcavelos.
“Para mim era sempre um bocadinho triste, quando dizia que trabalhava nesta área havia sempre uns sorrisos e eu estava a fazer um produto em que as pessoas quase tinham vergonha de o comprar”, começou por confessar o CEO, na apresentação que decorreu no passado dia 15.
Paulo Pereira da Silva sublinhou, de forma irónica, que “as pessoas só dão pela importância do produto quando não o têm e precisam”, o que levou a que pensasse “noutra maneira” de vender o seu produto e daí a importância da inovação e da criatividade.
“Se me perguntam o que é mais importante para ter inovação, para ter criatividade numa empresa, diria que é uma questão de cultura e de abertura, de diversidade: ter pessoas extremamente diferentes umas das outras”, advogou.
Para o responsáve, “se o papel branco era um produto tabu, o papel higiénico preto passou a ter uma relação afetiva”.
“E se se tem uma opinião sobre um produto, tem uma relação com o produto. Isso é uma coisa nova. Não é, meramente um papel higiénico, é um produto de decoração, meio icónico, de que se fala”, disse.
“Temos falta de marcas globais”
Falando da história da Renova, Paulo Pereira da Silva recordou que “a Renova antes de ser uma empresa era uma marca”, o que é um “bocadinho diferente daquilo que são as empresas habituais”.
“A marca está no nosso ADN. Todo o nosso desenvolvimento como empresa é baseado na marca Renova”, afirmou, criticando o facto de haver poucas “marcas globais” em Portugal.
“Em Portugal há muito poucas marcas. Temos uma enorme falta de marcas globais. Muitas vezes, quando falamos de ter um PIB baixo, temos dificuldade em captar para Portugal o valor daquilo que é feito cá, porque fazemos muitas coisas para outros.”
“Portugal, se calhar, não tem uma marca global”, acrescentou, dando o exemplo de outros países pequenos, como a Bélgica e a Suíça, mas com imensas marcas.
Paulo Pereira da Silva ressalvou, contudo, que esta questão “está a mudar em Portugal”.