Sexta-feira, Novembro 29, 2024
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Nonagon – o Parque de Ciência e Tecnologia dos Açores

Por: Mafalda Marques 
Fotos: Nonagon 

O Nonagon é o primeiro parque de ciência e tecnologia da região autónoma dos Açores, localizado na cidade de Lagoa, ilha de S. Miguel. Tem, à data, 28 empresas instaladas, sobretudo na área das tecnologias de informação e comunicação (TIC) e das indústrias culturais e criativas (ICC). Em entrevista à PME Magazine, Arnaldo Machado, presidente do conselho de administração, apresenta-nos o lado empreendedor do arquipélago.

O Nonagon é uma iniciativa do Governo Regional dos Açores, em parceria com a Câmara Municipal de Lagoa, sendo o seu grande objetivo promover a articulação entre o setor público, privado e universitário. O parque tecnológico afirma-se como um polo agregador na prestação de serviços especializados, direcionados à promoção da transferência de conhecimento para as empresas, à incubação de empresas de base tecnológica, fomentando o surgimento de startups e spin-offs, criando emprego qualificado e novos produtos ou serviços. 

Atua ao nível da disponibilização de espaço, energia entre outros serviços gerais e de valor acrescentado para empresas. Disponibiliza espaços de incubação, espaços empresariais e de cowork. Apoia a sua comunidade empresarial com uma equipa de gestão que acompanha o desenvolvimento dos negócios, facilita a articulação com veículos de financiamento, com especialistas e mentores em áreas técnicas específicas. Além disso, as empresas incubadas podem, ao abrigo de protocolos, beneficiar de consultoria em propriedade intelectual, aceder a laboratórios de referência para testes de soluções tecnológicas numa abordagem de test before invest (testar antes de investir).

 
Organiza ainda workshops e seminários dedicados à capacitação das startups e PME instaladas, em temáticas da inovação e empreendedorismo, sendo toda a comunidade convidada a participar. Dois exemplos destes foram a realização da primeira edição do Azores Tek, subordinado ao tema “Fronteiras da Inovação”, um evento de dois dias com vários oradores e uma mostra tecnológica que contou com mais de 600 participantes, e as quatro edições do Startup Weekend Azores na qual, durante um fim de semana, os participantes puderam desenvolver uma ideia de negócio com recurso a mentores e coaches em diversas áreas. 

Certificação Internacional

Com a certificação EU|BIC, atribuída pela EBN (European Business Innovation Centre Network) em 2016, a Nonagon passou a fazer parte de um grupo restrito de 140 organizações a nível mundial, sendo que apenas sete destas são portuguesas.  

“Este selo EU|BIC valoriza-nos enquanto entidade de apoio no estímulo da competitividade empresarial, por via da iniciativa privada. Fazer parte desta rede garante ao Nonagon acesso a um leque de competências e mecanismos globais, contribuindo para estreitar a relação entre o mercado regional e os mercados globais. Pertencer a este grupo de elite permite-nos, num exercício de benchmarking, aprender com os EU|BIC “seniores”, parte de ecossistemas de empreendedorismo e inovação com elevado nível de maturidade, as melhores práticas de fomento do empreendedorismo e inovação, assim como definir mais habilmente programas de apoio à nossa comunidade empresarial”, afirma Arnaldo Machado, presidente do conselho de administração do parque tecnológico, em entrevista à PME Magazine. 

Um hub de inovação digital 

Também neste sentido, a Associação Nonagon, que gere o parque tecnológico, coordena o Azores Digital Inovation Hub (DIH), um centro de competências para a inteligência artificial, a cibersegurança, a computação de alto rendimento e o desenvolvimento de competências digitais. Este hub tem como propósito fomentar a transformação digital dos agentes económicos na região autónoma dos Açores e estimular o respetivo ecossistema de inovação.

“O Azores DIH colocará em contacto fornecedores de tecnologias digitais como o cloud computing, o high performance computing (HPC), a inteligência artificial e a internet do futuro, com empreendedores, PME e outros agentes do ecossistema de inovação dos Açores, os quais, através destas tecnologias, fortalecerão a sua competitividade e posição no mercado, potenciando a expansão e até o desenvolvimento de novas áreas de negócio, em prol da digitalização da economia dos Açores e de uma melhor cultura de inovação na região”, explica o responsável.

Promover a programação nas camadas jovens

Já no âmbito da sua política de responsabilidade social, o Nonagon associou-se desde o início à comunidade internacional de clubes de programação CoderDojo, que proporciona a jovens entre os 9 e os 17 anos um ambiente seguro e divertido para aprenderem a programar. Ao longo dos anos, desenvolveu, em colaboração com entidades parceiras, sessões gratuitas que, além de desenvolverem nos jovens as competências para a programação, ajudam a estimular o raciocínio e a melhorar a capacidade de resolução de problemas.

“No Coderdojo apostamos numa aprendizagem aberta e livre que contribua, a brincar e a criar, para o desenvolvimento das mais variadas competências”, adianta.

Adaptação à pandemia

Para fazer face à pandemia, o parque teve, com a maior celeridade possível, de adaptar-se às circunstâncias decorrentes da Covid-19, como explica Arnaldo Machado: “Toda a equipa transferiu a sua atividade para teletrabalho e, felizmente, quer para os nossos colaboradores, quer para as 28 empresas instaladas, tornou-se relativamente simples dar continuidade ao desenvolvimento dos projetos em curso. Temos vindo a realizar webinares, sobre diversas temáticas com inegável interesse para as empresas regionais”.

Seguindo as tendências digitais, também a revista online da Associação Nonagon, Think Tech, lançou recentemente a sua quarta edição, dedicada a uma temática relevante para o desenvolvimento do tecido empresarial e da sociedade nos tempos que correm: a investigação científica.

“Estas iniciativas têm proporcionado, nesta fase, uma maior proximidade com o meio empresarial e, de uma forma mais lata, com a comunidade em geral, contribuindo igualmente para promover a interação entre empresas, centros de conhecimento e entidades públicas”, adianta. 


A presença nas redes sociais também foi reforçada com a partilha de conteúdos relacionados com as suas áreas de intervenção, de forma a contribuir para aquela que será uma das soluções para ultrapassar os desafios desta pandemia: a digitalização da economia. 

Artigo originalmente publicado na edição de Julho de 2020

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