O mais recente inquérito do Portuguese Investment Property Survey, em parceria com a Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), revela que a habitação para arrendamento interessa, cada vez mais, aos promotores imobiliários.
Numa altura de crescente aposta no desenvolvimento de habitação destinada à classe média portuguesa, o inquérito relativo ao primeiro trimestre deste ano identifica, no entanto, alguns obstáculos à atividade de promoção imobiliária, como os custos burocráticos, o licenciamento, os custos de construção e a ausência de uma taxa reduzida de IVA.
Hugo Santos Ferreira, vice-presidente da APII, garante, no entanto, que este “é um mercado com grande potencial de expansão no futuro e uma excelente opção para dar resposta à falta de oferta para a classe média”.
De acordo com os inquiridos pela Confidencial Imobiliário, para o referido relatório, nas intenções de investimento destacam-se os projetos dirigidos para o público português (42%) e os projetos de construção nova (78%), com as localizações da periferia de Lisboa a apresentarem-se como as mais interessantes para 34% dos inquiridos com intenções de investimento neste setor.
Para o vice-presidente da APII, estes impedimentos são agravados pela instabilidade legal e fiscal em Portugal, afirmando que a alteração constante das leis relativas a esta atividade “inviabiliza o arranque da maioria dos projetos analisados, apesar das intenções de investimento no mercado de arrendamento de longa duração”.
Devido à atual situação pandémica, os promotores sentem-se cautelosos relativamente ao futuro, apesar dos bons índices de preços e do bom desempenho de indicadores como o crédito à habitação.