De acordo com os dados do Banco de Portugal, cerca de 70% das empresas já voltou ou espera voltar ao nível de atividade do período pré-pandemia, mesmo tendo em conta a quebra na atividade verificada ao longo do confinamento imposto desde o início deste ano.
Apesar do agravamento da pandemia no início deste ano, o inquérito COVID-IREE, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística e pelo Banco de Portugal, indica que cerca de 70% das empresas já voltou, ou espera voltar, aos níveis de atividade pré-pandemia.
De acordo com o referido estudo, na primeira quinzena de fevereiro verificou-se que 65% das vendas das empresas participantes se situavam abaixo do nível normal. Contudo, uma vez garantido o controlo da pandemia no decorrer deste ano, 36% das empresas esperam recuperar o nível de atividade pré-pandemia, com apenas 4% a afirmarem que tal não aconteça.
As projeções variam consoante os setores, uma vez que existem diferenças neste campo relativamente aos níveis de atividades e às quebras verificadas. Assim, os serviços de informação e comunicação (59%), a construção e a indústria (45%) – os setores menos afetados pelas medidas de contenção – apresentam um maior número de empresas que já regressou aos níveis de atividade normais.
Em sentido inverso, nos serviços que envolvem contactos pessoais, a perspetiva das empresas aponta para uma dificuldade em regressar aos níveis de atividade verificados antes da pandemia, o que justificam com o risco de perda de capacidade produtiva.
O alojamento e a restauração destacam-se por apresentarem a menor percentagem de empresas que já voltou ao normal (2%), sendo a maior proporção de empresas que espera ficar permanentemente abaixo do nível pré-pandemia (10%).
Nos transportes e armazenagem (37%), no comércio (32%), no alojamento e na restauração (33%), o estudo destaca a percentagem de empresas que não sabem se recuperarão ou não o nível normal, o que poderá refletir a incerteza quanto à evolução da pandemia.
Com o plano de desconfinamento anunciado ontem pelo primeiro ministro, António Costa, muitas das empresas encontram-se na expetativa para poder retomar as suas atividades e recuperar os níveis de produtividade pré-pandémicos.