Por: Diana Mendonça
A trajetória ascendente dos preços na produção e para o consumidor irá continuar a subir, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE), na síntese económica de conjuntura relativa ao mês de maio.
De acordo com os dados do INE, 56% das empresas já superaram os níveis de atividade pré-pandemia e 54% das empresas estima um aumento do seu volume de negócios, face ao ano anterior, apenas 14% das empresas preveem uma redução. Apesar da recuperação dos níveis de atividade, a conjuntura atual não se revela favorável para as empresas.
Em maio de 2022, o índice de preços na produção da indústria transformadora registou uma taxa de variação homóloga de 22,9%, o que revelou um crescimento bastante elevado face ao período homólogo e a subida de uma décima face ao mês anterior. O aumento dos preços foi influenciado pela evolução do preço dos bens intermédios e da energia, em especial do petróleo que apresentou um valor médio de 119,3 euros nos primeiros dezasseis dias do ano, representando um aumento de 11,3% face ao valor médio de maio.
Já a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 8%, registando o valor mais elevado desde 1993. A par do aumento deste indicador registou-se, também, o aumento da taxa de inflação subjacente que foi de 5,6%.
Por detrás da tendência ascendente dos preços estiveram indicadores de curto prazo da atividade económica. A nível da produção, o INE realça os dados de abril onde se verificou um crescimento elevado em termos nominais, ainda que com uma desaceleração face ao mês anterior. Já a nível da indústria, o índice de volume de negócios aumentou 19,7% em abril, crescimento associado ao aumento de preços da indústria.
O aumento dos preços das importações de bens face às exportações revelou perdas em termos de troca, sobretudo devido ao aumento dos preços dos bens energéticos.