Por: Marta Godinho
O ano de 2023 vai traduzir-se no abrandamento do crescimento da economia mundial, em particular na Zona Euro, onde as principais economias poderão registar uma recessão, segundo previsões das principais instituições internacionais.
Divulgada em outubro, as previsões económicas mundiais para o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimam um crescimento económico global de 2,7% para o próximo ano face aos 3,2% previstos para este ano.
A instituição liderada por Kristalina Georgieva afirmou que “este é o perfil de crescimento mais fraco desde 2001, exceto para a crise financeira global e pela fase aguda da pandemia de covid-19″.
Segundo os dados apresentados pelo FMI, a zona euro vai crescer 0,5% já em 2023, a França vai registar uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,7% e Espanha com 1,2%. Já a Itália e a Alemanha vão atingir uma recessão de 0,2% e de 0,3%, respetivamente.
Para além do FMI, o Banco Central Europeu (BCE) também prevê o abrandamento do crescimento económico nos países da zona euro e que, em dezembro, reviu em baixa as previsões para 2023 para 0,5%, que podem ser comparados com os 0,9% previstos em setembro.
Devido ao clima de grande incerteza que se vive, a crise dos preços da energia e a perda de poder de compra, a Comissão Europeia acredita numa recessão na zona euro e na grande maioria dos estados-membros no primeiro trimestre de 2023.
Aquando do verão e confiança da subida de 1,4% na zona euro e 1,5% na União Europeia, Bruxelas, após as previsões macroeconómicas de outono, prevê agora apenas um crescimento do PIB de 0,3%. Quanto ao PIB da Alemanha, o executivo comunitário estima que este contraia 0,6% em 2023, enquanto o de França cresça 0,4%.
Ademais, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê um abrandamento do crescimento económico mundial de 3,1% em 2022 para 2,2% em 2023, face às últimas previsões da organização divulgadas em novembro. Devido à guerra na Ucrânia “o crescimento está a meia haste, a inflação elevada é persistente, a confiança corroeu-se e a incerteza é elevada”, afirma a OCDE.
Segundo Álvaro Santos Pereira, economista chefe da organização com sede em Paris, “a economia mundial está a viver a sua pior crise energética desde os anos 70″.