Sexta-feira, Outubro 18, 2024
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“Promovemos momentos de intimidade, aprendizagem e empatia” – Hugo Lourenço

Por: Ana Vieira

 

Hugo Lourenço é o fundador do World Management Agility Forum, constituído por palestras e masterclasses ministradas por especialistas e líderes empresariais em gestão, liderança, TI e recursos humanos com uma estratégia e pensamento agile.

Mas o que é que as Pequenas e Médias Empresas poderão beneficiar desta gestão agile? Em entrevista à PME Magazine, Hugo Lourenço não tem dúvidas que há uma “maior capacidade de resiliência e adaptação às mudanças”, permitindo mais ganhos para as PME.

A 10ª edição do World Management Agility Forum 2024, a ter lugar em Lisboa, nos dias 19, 20 e 21 de setembro, pretende “inspirar uma mudança global no pensamento de gestão e na forma como gestores, líderes ou equipas podem se reinventar para garantir resultados exponenciais e sustentáveis”.

 

PME Magazine (PME Mag.) – Como é que a gestão agile pode ser usada pelas Pequenas e Médias Empresas portuguesas?
Hugo Lourenço (H. L.) – As PME, por definição, são empresas de menor dimensão, caracterizadas por terem até 50, no caso das pequenas, ou um máximo de 250 pessoas, no caso das médias empresas. Estas organizações podem ter diferentes formas de estruturação, mas geralmente, encontramos diversas equipas que colaboram entre si para alcançar objetivos partilhados.

Para que a colaboração ocorra da melhor forma possível, há diferentes aspetos que têm de ser considerados na sua organização. Por exemplo, uma equipa de 5 pessoas tem 10 canais de comunicação entre si. Quando a equipa aumenta para 10 pessoas, surgem 45 canais de comunicação, aumentando a entropia e exigindo uma maior capacidade de organização e sincronização para manter o foco e contribuir para um propósito comum. Bem feitas as contas, com pequenas equipas somos capazes de concretizar muito mais de nos adaptar face aos desafios e à imprevisibilidade que encontramos pelo caminho. Ser agile é considerar tudo isso, respondendo eficazmente e em tempo útil às necessidades dos clientes, por muito que estas mudem constantemente.

Tudo começa com duas pessoas. Duas ou mais pessoas formam uma equipa que pretende resolver um problema complexo. Foi assim com todas as empresas que hoje vemos como grandes; outrora foram pequenas, mas algo comum as une: o empreendedorismo, a inovação, responder a uma necessidade para a qual ainda não havia uma solução disponível, ou melhorar as existentes.

Portugal, com 99% do seu tecido empresarial composto por PME, é um terreno fértil para a aplicação do agile. No entanto, o que nos aproxima também é o que nos afasta. A burocracia, os processos e procedimentos formais, e a distância entre a gestão e a operação através de hierarquias, são tudo fatores que limitam a evolução organizacional.

No universo agile há vários formatos organização de empresas e equipas que permitem responder a desafios que se alteram a um ritmo estonteante. Através de alguns exemplos podemos observar a importância da resiliência – alguns casos não recorreram a técnicas e práticas agile, mas o modelo e forma de pensar estão intrinsecamente ligados a estas.

A Amazon introduziu o modelo das “Duas Pizzas”, querendo significar que uma equipa teria de ser capaz de ser alimentada apenas e só com duas pizzas. Porquê? Dessa forma aumentam e aceleram o processo de tomada de decisão, assim como a sua qualidade. Por outro lado, a Buurtzorg trouxe a autonomia, confiança e auto-gestão (self-management) a diversas equipas de enfermeiros. O que muda? A qualidade de serviço entregue aos seus pacientes aumenta significativamente. Além disso, a Haier, que se organizou em pequenas equipas com um elevado espírito empreendedor e capacidade de foco, cada uma responsável por um produto e/ou unidade de negócio, promovendo uma constante inovação e soluções alinhadas aos requisitos dos clientes.

Para concluir, as várias técnicas e ferramentas associadas ao agile, como Scrum, eXtreme Programming e Kanban, apoiam o “revolucionar” da forma de organização e colaboração de uma equipa. Promovem uma maior capacidade de resiliência e adaptação às mudanças. Especialmente no contexto das PME em Portugal, conhecidas pelo seu espírito de “desenrasque”, as pequenas equipas mostram-se como uma possibilidade de alcançar essa notável flexibilidade e adaptabilidade às exigências do mercado.

PME Mag. – Que conteúdos ou palestrantes irão fazer parte do World Management Agility Forum que possam acrescentar conhecimento às PME portuguesas?
H. L. – Este ano, no World Management Agility Forum, pretendemos partilhar histórias, experiências e casos de sucesso. Queremos trazer as vozes responsáveis pelo sucesso e descobrir as receitas para o caminho que tem vindo a traçar.

De forma concreta, vamos contar com empresas centenárias, como a L’Oréal, mas também outras que surgiram há menos de uma década, e alcançaram rapidamente o estatuto de unicórnio, como é o caso da Remote. Estas narrativas mostrarão momentos de resiliência e superação que transformam estas empresas no que são hoje.

As PME enfrentam uma infinidade de desafios e metas. Muitos gestores poderão reconhecer esses desafios diários e aspirar levar a sua PME para o próximo patamar, transformando-a numa grande empresa. Mas este é apenas um dos muitos cenários possíveis. Para enfrentar esses obstáculos, pode ser crucial obter uma segunda opinião ou apoio especializado diferenciado. Por isso, convidamos empresas de sucesso para compartilhar as suas jornadas, as conquistas e, principalmente, as quedas que constituíram e constituem o seu percurso no mercado.

Participar numa conferência como o World Management Agility Forum pode proporcionar não apenas inspiração, como um momento valioso de reflexão para as PME, marcando uma diferença significativa no seu crescimento. É uma oportunidade para aprender quais os comportamentos a promover, que decisões tomar, ou simplesmente expandir o conhecimento e compreensão sobre o que estas empresas fariam de diferente, se tivessem outra oportunidade.

O World Management Agility Forum promove uma relação de proximidade entre os diferentes speakers e os participantes. Não é todos os dias que, por exemplo, podemos sentar-nos à mesa e questionar o CEO da empresa criadora de inovações como a HDTV e a SIRI da Apple, ou ainda o criador do eXtreme Programming. Promovemos momentos de intimidade, aprendizagem e empatia entre todos os intervenientes desta conferência e celebração, que conta já com 10 anos a reunir os mais curiosos e experientes no que toca a novas formas de trabalhar, pensar, existir.


PME Mag. – Qual o foco da World Management Agility Forum 2024?
H. L. – O foco da World Management Agility Forum 2024, na sua 10ª edição, é inspirar uma mudança global no pensamento de gestão e na forma como gestores, líderes ou equipas podem se reinventar para garantir resultados exponenciais e sustentáveis.

O evento visa desafiar o status quo, descobrir novas oportunidades e soluções para desafios empresariais, promover uma liderança visionária e empática, e gerar produtos e serviços sustentáveis que se adaptem às mudanças e necessidades constantes. Com a participação de especialistas e líderes internacionais e nacionais, o fórum proporcionará conhecimento sobre práticas inovadoras que impulsionam o crescimento dos negócios, a produtividade das equipas, a criação de valor, e a relação entre colaboradores e clientes.

Além disso, destacará temas como fatores humanos, liderança com inteligência artificial e otimização do cérebro para a performance profissional, com masterclasses e deep dives que irão inspirar os participantes.

 

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