Por: Ana Vieira
O atual contexto de globalização em que vivemos torna os mercados externos cada vez mais importantes para o crescimento, e até sobrevivência, de uma empresa.
Deste modo, a internacionalização assume um papel fulcral na competitividade de uma organização.
A OLI – Sistemas Sanitários, sediada em Aveiro, tem filiais em França, Itália, Alemanha, Espanha, Noruega e Rússia e exporta para mais de 70 países.
“Qualidade da oportunidade” – António Oliveira
António Oliveira, membro do Conselho de Administração, explica à PME Magazine que o primeiro passo antes de avançar para um novo mercado prende-se com a “qualidade da oportunidade”.
“Na avaliação podem ser tidos em conta fatores como a proximidade geográfica, cultural, a dimensão do mercado ou o nível de concorrência no mercado. Naturalmente, após a análise dos dados, é necessário compreender se temos o parceiro certo no mercado”, explica o administrador da OLI, acrescentando a importância da “confiança no parceiro e alinhamento no nível de ambição”.
Como se trata de um processo complexo, não é possível determinar o período de tempo comum para avançar para outro país. Para António Ricardo Oliveira, “depende do mercado, da nossa competitividade em vários aspetos, de quanto vamos investir, e da própria reação da concorrência à nossa entrada”.
Contudo, importa estar atento ao próprio mercado para não desperdiçar uma oportunidade como “quando se abre uma falha de mercado ou quando há uma oportunidade de aquisição por motivos não planeados”.
Mais importante do que o tempo que se demora, o administrador da OLI destaca a forma de o fazer, “com um produto adequado, nível de serviço adequado e uma estratégia de preços que garanta a rentabilidade da operação no longo prazo”.
No setor do mobiliário e decoração, a Laskasas está presente em 60 países. Celso Lascasas, fundador e presidente do Grupo Laskasas, percebeu a necessidade de sair do país em 2012, mas só deu o passo em 2017, para Espanha, atraído pela proximidade geográfica.
“Se os consumidores vão aceitar bem os nossos produtos” – Celso Lascasas
Mas qual é a maneira mais eficaz de calcular o risco de entrada num novo mercado? “Tentamos sempre analisar alguns fatores como o ambiente político e económico do país, as leis nele aplicadas e claro se os consumidores vão aceitar bem os nossos produtos”, explica Celso Lascasas à PME Magazine.
“Além desta análise geral, recebemos sempre muito feedback de comerciais e contactos locais que nos vão aconselhando algumas apostas no mercado”, acrescenta o fundador da marca portuguesa.
E uma forma de entrar num mercado internacional é através de um parceiro local. Para Celso Lascasas, “um parceiro local vai sempre oferecer uma compreensão profunda da cultura local e das preferências dos consumidores – pensa local, age local -, e dá sempre uma resposta superior a qualquer estudo feito ao mercado”.
Além disso, uma parceria local agiliza contactos e distribui responsabilidade. “Facilita o acesso ao mercado pela rede de contactos que já possui e acelera o processo de entrada no mercado, reduz os custos e os riscos”, já que há uma partilha de investimento e responsabilidades, “minimizando o impacto financeiro de uma entrada no mercado”.
Uma aprendizagem comprovada após a abertura de uma loja em Marbella, Espanha, por conta própria que em menos de quatro anos teve de fechar, como conta Celso Lascasas. “Há uns anos abrimos a loja de Marbella, por conta própria, e passado 3/4 anos tivemos de fechar porque deu prejuízo por falta de estudo de mercado. Aqui vimos que a solução mais eficaz é, efetivamente, estabelecer parcerias locais”, conclui.
António Oliveira, administrador da OLI Sanitários e Celso Lascasas, fundador e presidente do Grupo Laskasas, vão participar no 2º Fórum PME Magazine, na mesa redonda “Exportação e internacionalização, Como fazer crescer o meu negócio além-fronteiras?“, no dia 22 de outubro, na Universidade Católica.
Conheça aqui o programa completo do 2º Fórum PME. Inscrições aqui.