Sexta-feira, Dezembro 20, 2024
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As TI em 2025: o que nos espera?

Por: Rui Cruz, CEO da Opensoft


A aproximação de um novo ano convida à reflexão sobre o que está por vir. Para as empresas no setor de Tecnologias de Informação (TI), este é um período de importância acrescida, já que o progresso tecnológico obriga a um quase constante exercício de previsão das oportunidades e desafios que terá que enfrentar.

No setor das TI em Portugal, estamos certos de que em 2025 continuaremos a experienciar o aprofundamento da revolução digital, ou da Quarta Revolução Industrial, que traz consigo grandes oportunidades, mas também grandes desafios. Neste contexto, as organizações de TI podem assumir a responsabilidade e o papel fundamental de apoiar as organizações privadas, órgãos públicos e cidadãos na criação de soluções compatíveis com este momento de efervescência tecnológica.

Apesar de estar a abordar o setor tecnológico, começaria por destacar as pessoas que compõem as organizações. O talento é uma peça fundamental na criação de soluções tecnológicas. Cada vez mais, face às novas ferramentas de Inteligência Artificial (IA) ou aos novos desafios de cibersegurança, este talento – que é atualmente bastante escasso – precisa de especialização em áreas estratégicas.

Em 2025, perspetivo que a skills gap que temos sentido se mantenha. Neste sentido, estar na linha da frente enquanto empresa significa ter a capacidade de oferecer formação contínua aos colaboradores, proporcionando um desenvolvimento profissional mais cirúrgico. Assim, o próximo ano continuará a ser marcado pela adaptação através da formação contínua, ou upskilling, e até através da amplificação de competências, orientada pelas necessidades específicas do setor, ou reskilling.

Outro dos pontos que merece destaque é a interoperabilidade, um princípio que deve guiar o desenvolvimento de soluções tecnológicas que serão cada vez mais procuradas pelas empresas e serviços públicos. No fundo, em 2025 o caminho continuará a passar pela procura de experiências digitais menos burocráticas e mais simplificadas, ao serviço do cidadão e das empresas. A interoperabilidade, a integração e a transmissibilidade das plataformas digitais, não é um princípio amplamente familiar para o cidadão comum, mas tem um impacto muito material na sua experiência digital, que tenderá a tornar-se mais fluída. A tendência aponta para uma maior procura destes serviços de interoperabilização de sistemas.

Seria insensato falar do futuro sem mencionar a IA, uma ferramenta que não é novidade para as empresas do setor tecnológico mas que entrou recentemente na vida do cidadão comum. A sociedade e as empresas estão simultaneamente entusiasmadas e expectantes em relação ao futuro da IA e ao potencial disruptivo da sua normalização.

Antevejo que 2025 será um ano de recalibração no que toca a IA, já que todos aqueles que a utilizam terão que avaliar como tirar proveito dos seus benefícios de forma eficiente e segura. Face a este clima de agitação e incerteza em relação às múltiplas facetas da IA, também as empresas tecnológicas têm a necessidade de rever o tipo de serviços, produtos e soluções tecnológicas ligadas à IA que pretendem proporcionar aos seus clientes.

Finalmente, termino sublinhando novamente o valor do capital humano para as empresas, para o setor tecnológico e para a sociedade em geral. O crescente interesse na integração de ferramentas tecnológicas ligadas à automatização obrigará também ao aperfeiçoamento do capital humano como fator distintivo. Este movimento de proporcionalidade direta entre o desenvolvimento tecnológico e humano é algo que requer reflexão por parte das empresas e da sociedade em geral. Para algumas empresas deste setor continua a ser fundamental para o modelo de negócio a humanização dos serviços e o contacto empático, próximo e construtivo com o cliente. Em 2025, o setor continuará atento às sinergias entre o progresso humano e tecnológico.

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