Por: Redação
70% das empresas em Portugal discordam da implementação da semana de quatro dias, de acordo com um estudo da AIP-CCI (Associação Industrial Portuguesa/Câmara de Comércio e Indústria).
O Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral, referente ao quarto trimestre de 2024, contou com a participação de 523 empresas.
As maiores taxas de rejeição estão entre as empresas dos setores do Comércio, Indústria e Construção. Das que concordam com a medida, 71% acreditam que a adesão não deveria ser obrigatória.
Sobre outros tópicos, a pesquisa destacou que a maioria das empresas prefere discutir internamente temas laborais como salários, benefícios e limites de horas extraordinárias, ao invés de seguirem convenções coletivas de trabalho.
O banco de horas individual conta com 71% de aprovação, sendo que 74% das empresas preferem que este seja acordado dentro da própria empresa.
Em termos de regime laboral, o trabalho presencial predomina na maioria das empresas, com apenas 19% a adotar modelos híbridos e 2% o teletrabalho. Das que adotaram o modelo híbrido, a maioria relatou um aumento de produtividade e planeia continuar com essa abordagem.
Salário Mínimo Nacional unânime
Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que o mesmo não deve constituir-se como um instrumento de redistribuição de riqueza.
O aumento para 1.020 euros mensais previstos até ao final da legislatura é considerado suportável por mais de metade das empresas, embora quase todas afirmem desconhecer qualquer estudo que fundamente a capacidade de o suportar pelo seu setor de atividade.
Auto declaração de doença rejeitada
Outras questões laborais também dividiram opiniões. A auto declaração de doença é rejeitada por 55% das empresas, ainda que a maioria reporte que este recurso nunca foi utilizado ou é muito raro.
Já o “direito a desligar” também divide as opiniões, com 50% de aprovação e rejeição. A comunicação obrigatória dessa prática à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) é rejeitada pela maioria das empresas.