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Infarmed
Está em cima da mesa a possibilidade de aliviar as restrições da Covid-19 (Foto: Pexels)

“A ameaça persiste enquanto não houver uma vacinação global” – António Costa

O Governo ouviu os peritos do Infarmed na manhã desta quarta-feira, na sede em Lisboa, sobre a atual situação da Covid-19 em Portugal, encontrando-se em aberto a possibilidade de se aliviar algumas medidas implementadas. Sendo que os especialistas consideram que o país já ultrapassou o pico da quinta vaga, a 28 de janeiro, afirmando que a circulação do vírus será sazonal.

O primeiro-ministro, António Costa acredita que “a ameaça persiste enquanto não houver uma vacinação global”, acrescentando que “não podemos dar esta luta por encerrada”, tendo aproveitado ainda para agradecer “a todos os peritos que, ao longo destes dois anos, fizeram um trabalho muito importante para que todas as decisões pudessem ser tomadas com base no conhecimento e na melhor informação científica disponível em cada momento”.

“Lidámos com a experiência intensa de governar num quadro de incerteza muito elevado, solicitando aos cientistas respostas que ainda não tinham. Mas a verdade é que fomos vencendo etapas nesse desconhecimento e isso permitiu-nos ir calibrando as medidas ao longo de todo este tempo”, afirmou.

Durante a reunião destacaram-se alguns comentários de especialistas, nomeadamente o de Paulo Pinto Leite, da DGS: “A média diária na última semana foi de cerca de dois mil casos. Isso é um aspeto positivo: é que estamos numa fase decrescente relacionada com a onda pandémica onde nos encontramos.” O perito acrescentou ainda que “em cada 100 pessoas na faixa etária dos 80 anos ou mais com dose de reforço, só três são internadas.”

Henrique Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto considera que a Covid-19 está “objetivamente endémica” e Raquel Duarte, da ARS Norte e também parte do mesmo instituto, apresentou, hoje, uma proposta para que sejam aliviadas as medidas implementadas. “Caminharíamos para uma situação de normalidade, a que chamamos nível 0”, explicou.

Já Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), afirma que “há uma potencial sazonalidade que se possa vir a formal na circulação e na atividade epidémica da Covid-19 (…) a esta velocidade de crescimento, em cerca de dois meses podemos atingir uma taxa de incidência muito baixa de cerca de 60 casos por 100 mil habitantes”.

Por fim, Raquel Duarte acredita que existe, a nível nacional, uma série de fatores protetores e que há uma redução da incidência em todos os grupos etários, defendendo que deveriam ser levantadas as restrições no acesso a discotecas e que o certificado seja apenas usado em contexto de saúde ocupacional.

No fim da reunião, a ministra da saúde, Marta Temido considerou que Portugal está numa nova fase em relação à pandemia Covid-19, admitindo o alívio de medidas de mitigação, com uma nova política de testarem e a revisão da obrigatoriedade de máscaras, tendo afirmado que os alívios das medidas vão ser “tão rápido quanto possível e tão devagar quanto necessário”.