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Carina Meireles, consultora financeira (Foto: Divulgação)

A importância de um fundo de reserva para as PME

Por: Carina Meireles, consultora financeira

Torna-se cada vez mais imperativo para uma empresa ter sempre um fundo de reserva, ou porque existem despesas acrescidas, ou porque de repente tem de recorrer ao apoio da banca.

Quando se fala em apoio da banca, esta é a forma mais fácil, mas não a mais barata que as empresas têm de conseguir mais ou menos capital para fazer face a investimentos no presente e futuro.

Hoje, as empresas tentam ao máximo tornar-se viáveis, rentáveis, com potenciais de crescimento mais a longo prazo, mas grande parte delas nem sempre dispõe de capital criado correspondente a um fundo de reserva de cerca de oito a 12 meses de despesas pagas, que lhes permita fazer face a despesas como pagamento de salários ou outras despesas inesperadas e até mesmo investimentos a fazer.

Muitas vezes, as empresas recebem e investem logo ou acabam por pagar dívidas obrigatórias e esquecem-se de que quanto mais cedo pensarem que uma percentagem do lucro deve ser canalizada para uma poupança com esta finalidade melhor, porque, por circunstâncias diversas, as empresas podem ficar incapazes de cumprir com as suas obrigações, o que faz com que a forma mais fácil seja recorrer a financiamento junto de financeiras ou bancos.

“Quando se fala em apoio da banca, esta é a forma mais fácil, mas não a mais barata que as empresas têm de conseguir mais ou menos capital para fazer face a investimentos no presente e futuro”

A ideia de contratar algum tipo de financiamento também passa por vantagens fiscais, é certo, e por ser uma alternativa de a empresa não se descapitalizar. Nestes casos devem também ser analisadas as comissões que possam estar associadas, bem como as prestações/rendas, juros, etc., que são pagos aos bancos e que, na maioria das vezes, correspondem a valores astronómicos. E não nos devemos esquecer que também a banca cada vez mais quer garantias adicionais para fazer face à concessão de crédito, ou seja, livrança com aval dos sócios e cônjuges, segundas hipotecas, etc.

As empresas podem optar por financiamentos que têm o Estado por trás, com condições mais competitivas, nomeadamente no que toca ao apoio ao investimento, tendo de ser devidamente fundamentadas para serem aprovadas.

Defina como uma estratégia de atuação ter um fundo de reserva que passa também pela análise exaustiva das despesas atuais e futuras. Para isso, precisa de saber extamente como gasta o dinheiro da sua empresa e controlar e acompanhar trimestralmente, por exemplo, para evitar desvios. Planear muito bem quais são os objetivos da empresa a curto, médio e longo prazo e desta forma conseguir ter um planeamento que lhe permita definir e implementar essa mesma estratégia.

“As empresas podem optar por financiamentos que têm o Estado por trás, com condições mais competitivas, nomeadamente no que toca ao apoio ao investimento”

Pode começar com a contenção de custos ao nível da negociação com os bancos das condições que tem atualmente, com a ou as contas das empresas e com tudo que as envolve, créditos, seguros, aplicações financeiras.

Se pensarmos que não é só na nossa vida pessoal, mas também na empresarial que pagamos mensalmente uma fatia considerável de custos aos bancos e financeiras, começamos a fazer as contas.

Muitas vezes, o que acontece é que depois de contratarmos um financiamento raramente fazemos uma revisão das condições anualmente e só isto pode representar uma fatia significativa de redução de custos, também para as empresas, seja de que setor ou área de negócio for.

Para que a saúde financeira da empresa esteja bem, uma das coisas mais importantes a fazer e mesmo se quiser investir é planear e controlar tudo o que envolve o seu negócio onde a parte financeira está diretamente ligada.

É fundamental saber como negociar com a banca e aprender a utilizar os bancos só mesmo quando é necessário. Tente ao máximo caso precise de pedir um financiamento, ajustar o seu pedido ao seu negócio, àquilo que verdadeiramente precisa, negociando tudo, porque desta forma vai conseguir ajudar a melhorar as finanças da sua empresa e a permitir canalizar uma parte do que poupa para ajudar o seu fundo de reserva empresarial.