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Carina Meireles, especialista em finanças pessoais (Foto: Divulgação)

A importância do apoio da Banca às PME

Por: Carina Meireles, especialista em finanças pessoais

A Banca está a ser obrigada a rever novamente as condições que tem com as empresas, nomeadamente no que se refere aos financiamentos, avaliando a sua situação financeira.

As pequenas e médias empresas (PME) estão numa posição em que vai continuar a ser necessária a apresentação de resultados favoráveis para a continuação de apoio a estas empresas, que tanto representam no mercado e tão importantes são para o desenvolvimento do nosso país.

Estamos num ano de elevada pressão, nomeadamente do sistema financeiro, de reanálise de condições de aprovação de novos financiamentos, dos financiamentos a decorrer e de todo um conjunto de medidas que poderão representar um maior enfoque naquilo que as empresas representam no setor, no mercado, etc..

As empresas, ainda a respirar desta crise e a precisarem de financiamento, têm a banca a pedir garantias, muitas das vezes adicionais, para a obtenção de crédito, porque cada vez mais os bancos querem diminuir o risco, porque também eles estão a aprender com esta pandemia e pretendem salvaguardar-se cada vez mais com possíveis incumprimentos futuros.

Mais de 90% das empresas em Portugal são PME, o que significa que, segundo dados publicados pela Pordata (da Fundação Francisco Manuel dos Santos), no ano de 2018, as PME em Portugal representaram cerca de 60% da riqueza, onde também grande parte destas empresas foram afetadas durante meses pela pandemia, obrigando a uma ginástica financeira considerável e que ainda se vai verificar durante mais algum tempo.

Estamos atualmente a verificar que a Banca está a emprestar menos, mas com mais reforços de garantias, o que não a torna muito competitiva, mas importante.

Ainda durante este ano de 2021 os bancos vão ver-se numa situação onde terão que lidar com possíveis aumentos do incumprimento, aquando do termo das moratórias, que influenciam as famílias e as empresas que acabam por ir de arrasto, porque levam a uma redução na procura em certos setores, como o do Turismo, que representa uma fatia considerável no desenvolvimento económico do nosso país, e, como com outras empresas, cuja recuperação vai ser lenta. As empresas com menos vendas, por consequência, acabam por cortar inevitavelmente nos custos, como já se tem verificado com a pandemia, obrigando muitas famílias a verem-se numa situação difícil de gerir, tornando todo este processo numa bola de neve.

A pandemia trouxe sem dúvida muitos desafios para as PME, que precisam de financiamento, canalizando sempre para a Banca uma fatia representativa de apoio ao investimento.

Esperemos que este ano de 2021 seja um ano de viragem e não uma miragem, para que as PME possam continuar a destacar-se no mercado e a conseguir recuperar rapidamente apostas feitas, como sendo uma fonte de crescimento, destaque e desenvolvimento da economia.

Portanto não se esqueça que o relacionamento com a Banca é bom e muitas vezes necessário, no caso das PME, mas deve ser saudável no sentido de, com a evolução, diminuir a exposição ao risco e não depender totalmente das condições que a Banca possa propor.

Lembre-se que pode e deve procurar várias opções para poder poupar nos custos associados às contas. Uma sugestão pode passar por ter a conta do seu negócio no mesmo banco da sua conta pessoal, para que possa negociar melhores condições para o seu negócio, mas sempre com toda a informação muito bem entendida, para que possa seguir em frente com qualquer que seja a operação e, mais concretamente, no que toca aos financiamentos.

Saiba que existem várias opções no mercado que pode e deve comparar e não espere que um financiamento chegue ao final para negociar condições, pode estar a perder dinheiro ao longo do tempo que com o devido acompanhamento poderá ser melhorado e rentabilizado.