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Jorge Ferreira, CEO da Palbit (Fonte: Divulgação)

“A inovação é a principal fonte de diferenciação”- Jorge Ferreira

Por: Martim Gaspar

A Palbit é especialista na produção de ferramentas de metal duro e conta com mais de 105 anos de experiência. Um século após a sua criação, a empresa procura desenvolver-se tecnologicamente, bem como tomar medidas que tenham em conta o tema da sustentabilidade.

Em entrevista à PME Magazine, Jorge Ferreira, CEO da Palbit, dá-nos a conhecer esta empresa centenária e o caminho que a mesma percorreu até à atualidade.

PME Magazine (PME Mag.) – A Palbit é uma empresa já com mais de 100 anos, quais os maiores obstáculos que encontrou?
Jorge Ferreira (J. F.) – A Palbit iniciou a sua atividade na exploração mineira, em 1916, evoluindo na cadeia de valor para fabricante de metal duro em 1952. A capacidade de adaptação da organização às alterações de mercado e às diferentes exigências está no seu ADN.

PME Mag. – Quais considera ser os pontos fortes desta empresa?
J. F. – Estamos certos de que a inovação é a principal fonte de diferenciação para que possamos competir no mercado do valor acrescentado e garantir o posicionamento da marca à escala global, alicerçada por uma forte perceção de qualidade, valor e excelência de serviço.

PME Mag. – Sente que esta empresa possui algum tipo de vantagem por estar no mercado há tanto tempo?
J. F. – A experiência e conhecimento transversais a todo o ciclo de produção são uma mais valia no nosso mercado. Dessa forma, estamos certos que a longevidade da Palbit pode ser encarada como um selo de qualidade, mas também com a vontade de abraçar novos desafios para o futuro.

PME Mag. – Qual foi o setor em que mais investiu?
J. F. – A Palbit, estrategicamente, canaliza, todos os anos, montantes que se situam entre os 4% e 5% do seu volume de negócios para processos associados a investimentos com foco na inovação. Como complemento ao investimento em tecnologia, temos atualmente um núcleo de I&D com perto de 20 profissionais altamente qualificados e dedicados exclusivamente a processos de inovação. A título de exemplo, a Palbit lidera a agenda mobilizadora do programa PRR, Hi-Rev, consórcio com mais de 20 instituições e empresas, que promove a inovação no setor dos componentes automóvel, com o principal objetivo de potenciar uma mobilidade mais sustentável e oferecer resposta às necessidades imediatas de descarbonização, através de processos industriais disruptivos. É esta aposta contínua em inovação tecnológica e a vontade de liderar a mudança que permite à Palbit competir pelo valor acrescentado, através de mais-valias proporcionadas pela eficiência, em que simultaneamente consegue oferecer soluções mais sustentáveis e competitivas para os mais variados setores industriais.

PME Mag. – Quais as vossas políticas de responsabilidade social?
J. F. – Dada a antiguidade e a relevância da Palbit na envolvente urbana, sabemos que famílias completas da nossa região trabalham diariamente connosco. Esse é um fator adicional de responsabilidade.

PME Mag. – Em que países está a Palbit?
J. F. – A Palbit trabalha diariamente para reforçar a sua rede de distribuição e as parcerias à escala global. É como resultado dessa estratégia que 90% do nosso volume de negócios é efetuado em mercado externo. Os mercados de destino são diversificados, com end users das mais variadas áreas de negócio, todavia o mercado EMEA possui uma relevância significativa nos nossos resultados.

PME Mag. – Como é que o atual contexto de guerra, inflação de preços e crise energética está a afetar o negócio?
J. F. – As diversas alterações de contexto socioeconómico e geopolítico são um desafio para uma empresa que possui uma estratégia de expansão internacional. Dessa forma, aliado à constante auscultação dos novos requisitos dos clientes, procuramos promover a constante adaptação às novas tendências digitais e garantir a evolução tecnológica dos nossos processos de industrialização, como forma de mitigar os riscos inerentes aos cenário de incerteza.

PME Mag. – Como se justifica o crescimento no volume de negócio de 30% registado em 2021?
J. F. – Procuramos acrescentar uma camada extra de personalização ao nosso serviço, através da valorização das parcerias com os nossos clientes. Estamos certos que esta parceria é uma mais-valia para uma resposta a mercados cada vez mais exigentes, em que existe uma híper especificação em cada processo, o que obriga a uma flexibilidade que estamos prontos a oferecer. A personalização oferecida, é alavancada pela capacidade tecnológica potenciada pelo investimento em Investigação e Desenvolvimento, que permite manter uma cadência de inovação adequada às exigências de mercado.

PME Mag. – Como esperam terminar 2022 e que novidades para 2023?
J. F. – O ponto central do presente e futuro da Palbit será garantir o cliente como centro de toda a definição estratégica. Como resultado desse alinhamento estratégico, em 2022, um valor superior a 30% do volume de negócios foi resultante de projetos de I&D dos últimos quatro anos. O nosso foco é aumentar o impacto dos projetos de I&D e otimizar o seu time to market de forma a atingir os objetivos dos nossos clientes.