Home / Destaques / “A inteligência artificial só tem riscos para a humanidade se não formos inteligentes” – Guilherme Pereira  
DSPA
Guilherme Ramos Pereira, diretor-executivo da DSPA (Fonte: Divulgação)

“A inteligência artificial só tem riscos para a humanidade se não formos inteligentes” – Guilherme Pereira  

Por: Ana Vieira e Mafalda Marques

“A transferência do conhecimento do sistema académico científico para as PME tem que ser um processo evidente, ágil, de porta aberta e de baixo custo”, defende o diretor-executivo da DSPA – Data Science Portuguese Association.

Um dos temas abordado na DSPA INSIGHTS/2023, a Conferência Anual da Data Science Portuguese Association, foi os desafios trazidos pela inteligência artificial, no presente e no futuro das empresas.

Em entrevista à PME Magazine, Guilherme Pereira, diretor-executivo da DSPA – Data Science Portuguese Association (vulgo Associação Portuguesa de Ciência de Dados) considera que “a inteligência artificial só tem riscos para a humanidade se nós não formos inteligentes”, já que não se trata de “rocket science”, mas de um “conjunto de ferramentas”, defende. 

“Não é o fim do mundo, nem o princípio, mas sim uma arma que deve ser utilizada para potencializar a criação de novos produtos e serviços”, considerou Guilherme Pereira num balanço à Conferência que se realizou nos dias 21 e 22 de setembro.

Com mais de 560 pessoas e 40 oradores, para o diretor-executivo a edição deste ano teve como primeiro desafio “voltar a reunir intervenientes, à volta de uma mesa, assumindo-se a DSPA como entidade conceptual no domínio da ciência”, depois da saturação de eventos online e híbridos realizados nos últimos anos.  

O segundo grande desafio para a DSPA INSIGHTS/2023 passou por trazer os temas pequenos, mas que “não fossem o chamado mais do mesmo, fugindo dos picos comerciais das empresas”, dando-lhes espaço para “apresentar o seu portfólio e capital”. 

Com o objetivo de juntar a academia e as empresas em prol do mesmo objetivo, o papel da transição digital das PME é por isso uma obrigação, defende Guilherme Pereira. 

“Não podemos estar dispostos, temos que estar obrigados”, defende o responsável, realçando que as PME não são todas iguais, mas fazem parte de um conjunto alargado. “Temos que olhar para as PME de todos os países como um todo (Europa, Estados Unidos da América, por exemplo) e nós somos parte desse todo”.

Para tal, Guilherme Pereira revela ser necessário acabar com o ambiente fechado, de “quintas”, que se vive nos dias de hoje dificultando a passagem do conhecimento académico para as empresas. “A transferência do conhecimento do sistema académico científico para as PME tem que ser um processo evidente, ágil, de porta aberta e de baixo custo”, aponta. 

Nesse sentido, a Data Science Portuguese Association realizou, nos últimos dois anos, um projeto de norte a sul do país denominado Data Science – Transição Digital, com o objetivo de adotar uma nova visão para as PME, focada na digitalização de processos e modelos de negócio e em dados. O projeto final deverá ser publicado em breve.