Home / Destaques / Portuguesa OLI aposta no Médio Oriente
António Ricardo Oliveira
António Ricardo Oliveira, membro do Conselho de Administração da OLI (Fonte Divulgação)

Portuguesa OLI aposta no Médio Oriente

Por: Mafalda Marques e Ana Vieira

O que é que uma casa de banho de um hotel no Dubai, um restaurante em Itália ou um estádio de futebol no Catar têm em comum? A portuguesa OLI, especialista na produção de autoclismos e outros sistemas sanitários, a marcar a diferença.

Com os autoclismos interiores a serem as estrelas da marca, destaque ainda para as torneiras de boia, que asseguram o rápido e silencioso enchimento do autoclismo, as estruturas autoportantes que permitem ao instalador ajustar a altura do sanitário, e as placas de comando com design contemporâneo e amplamente premiado.

Nascida há 70 anos, na terra dos ovos moles e onde navegam os moliceiros, começou como Oliveira & Irmão. Hoje está presente em casas de banho de todo o mundo e exporta para 70 países, com mais expressão na zona do Médio Oriente e norte de África.

A transformação começou logo na década de 80, quando a OLI se focou nos sistemas sanitários, criando a primeira unidade industrial dedicada à produção de autoclismos.


Em 1993 a OLI integra o grupo italiano Silmar

Dez anos depois, a internacionalização dá os primeiros passos com a entrada de um sócio italiano, e com a consequente abertura de uma filial no país, que ainda hoje se mantém, parte do grupo Silmar.

À PME Magazine, António Ricardo Oliveira, membro do Conselho de Administração da OLI, explica que foi nesta altura que “a partir de Portugal ou Itália, a empresa exportava tanto para clientes que compravam o nosso produto, com a nossa marca, como para clientes ‘Own Equipment Manufacturers’, que utilizavam os nossos produtos para integrar os produtos deles ou compravam os nossos produtos com a marca deles”.

“A partir do ano 2000, com os investimentos que tinham sido feitos na sequência da entrada do novo sócio, começámos a exportar, então sim, para muitas geografias”, acrescenta António Oliveira.

OLI

Foto: Expansão do complexo industrial da OLI, em 2023. (Fonte Divulgação)

Hoje a OLI – Sistemas Sanitários conta com filiais em Itália, na Alemanha, em Espanha, na Noruega e na Rússia.

Tendo em conta as características do seu produto, a marca portuguesa de Aveiro pretende crescer nos mercados onde os produtos de alta gama são mais valorizados, como o do Médio Oriente.

Num modelo de negócio business to business, a comunicação é feita maioritariamente em feiras do setor, como a Rebuild 2024 em Madrid ou a KBIS em Las Vegas, onde a OLI participou recentemente, em colaboração com parceiros e representantes locais nos respetivos mercados como é o caso da Matter em Espanha, uma empresa especializada em projetos de arquitetura e design de interiores inovadores e sustentáveis, e a ADWaters, representante e distribuidor da OLI no mercado norte americano.

Sem comunicação direta com o cliente final, “o arquiteto quando faz a especificação de uma casa, ele não compra o autoclismo, mas ele pode pôr no caderno de encargos qual é o autoclismo que prefere”, exemplifica António Oliveira.


A OLI é uma das empresas portuguesas que mais patenteia na Europa

Com 29 patentes ativas, a OLI – Sistemas Sanitários é hoje uma das empresas portuguesas com mais invenções patenteadas na Europa.

Com um investimento de quase dois milhões de euros em Investigação e Desenvolvimento (I&D) em 2023, a OLI fechou o ano com dois pedidos de patentes.

A aposta no design de autor, a proximidade com a arquitetura e a inovação estão também patentes nos produtos da OLI e que lhe têm valido a conquista de alguns prémios nacionais e internacionais.

Em 2021, a OLI ganhou mesmo o Red Dot Award e o iF Design Award, uns dos mais importantes prémios de design a nível mundial – com a placa de comando Less Is More desenhada pelo arquiteto italiano Alessio Pinto.

OLI

Foto: Placa de comando Less Is More. (Fonte Divulgação)

Investigação e Desenvolvimento também visíveis no processo da criação de moldes. “A OLI faz tudo, desde a conceção ao desenvolvimento até à fabricação do molde”, explica António Oliveira.

“No processo de desenvolvimento nós fazemos impressão 3D, sobretudo das partes plásticas, para efeitos de prototipagem e aprovação de conceito”, exemplifica o administrador.


António Ricardo Oliveira participou na Academia CEO

E porque a internacionalização da marca portuguesa de sistemas sanitários está no ADN da empresa, António Ricardo Oliveira participou na primeira edição da Academia CEO Future Ready for Global Business, uma colaboração entre a Universidade Católica e a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, sobre o tema “da exportação à internacionalização”.

António Oliveira destaca duas ideias importantes partilhadas no curso: a análise do risco e a escolha das parcerias para entrar em determinado país.

“Como é que se cria a parceria, qual é o objetivo, o que é que se define à partida? Da nossa experiência nós tivemos sempre uma internacionalização onde fomos sozinhos, criámos uma empresa e contratámos as pessoas”, o que diminuiu as margens de lucro iniciais.

Depois da Academia CEO Future Ready for Global Business, António Ricardo Oliveira reconsidera agora “olhar para as oportunidades que têm em aberto neste momento, que são várias, e procurar reduzir o investimento e o esforço, mediando e equilibrando isso com parcerias locais”, conclui o membro do Conselho de Administração da OLI, em entrevista à PME Magazine.

 

Esta entrevista foi feita em parceria com a Católica IBP – International Business Platform ao abrigo do Programa Academia CEO Future Ready for Global Business.