Por: Marta Godinho
A Paynest é uma plataforma exclusivamente online que se destina a empresas que permitem que os seus colaboradores sejam pagos de forma flexível e que recebam uma parcela do seu salário de forma simples, sem juros e pragmática. Em entrevista à PME Magazine, Nuno Pereira, cofundador & CEO da Paynest, conta-nos um pouco sobre o funcionamento da empresa, a sua aplicação, o apoio financeiro individual que é prestado e os planos para 2023.
PME Magazine (PME Mag.) – Como caracteriza a plataforma?
Nuno Pereira (N. P.) – A Paynest é uma plataforma online destinada a empresas que permite que os seus colaboradores sejam pagos de forma flexível e recebam uma parcela do salário pela qual já trabalharam, de forma simples, rápida, transparente e, o mais importante, sem juros. A par da funcionalidade de remuneração, a Paynest tem um mecanismo de prevenção ao endividamento baseado na promoção da literacia financeira, através de conteúdos personalizados e do acesso individual e confidencial a uma equipa de coaches financeiros.
PME Mag. – Como funcionam os métodos de pagamento?
N. P. – Disponibilizar o serviço da Paynest numa determinada organização é simples e rápido. As empresas definem as condições que querem oferecer aos seus colaboradores e criam o fundo de onde saem os adiantamentos, e integramos a solução com o seu sistema de processamento de salários, sem necessidade de interrupções ou mudanças nos seus processos. Ao longo do tempo, os empregadores podem ajustar e personalizar as suas definições em qualquer altura, através da plataforma de gestão, assim como acompanhar os movimentos e obter uma visão geral da situação económica e da literacia financeira dos seus colaboradores. Do lado dos trabalhadores, basta que instalem a app da Paynest e ficam, instantaneamente, com acesso ao valor pelo qual já trabalharam e às ferramentas de literacia financeira gratuitas. Caso tenham questões, podem sempre contar com o acompanhamento individual, personalizado e confidencial de um coach financeiro, através de um chat.
PME Mag. – Como é que se diferenciam de todas as outras plataformas de apoio salarial?
N. P. – A Paynest é a solução neste segmento de benefícios mais completa para as empresas por agrupar os dois tipos de serviços: por um lado, os adiantamentos salariais e, por outro, a promoção da educação financeira. A nível nacional, a Paynest não tem um concorrente que disponibilize um produto que integre estas duas componentes.
PME Mag. – O que podem dizer aos vossos utilizadores sobre a dinâmica e pragmatismo da vossa aplicação?
N. P. – A Paynest é uma alternativa segura, transparente e muito eficiente para os trabalhadores portugueses que se veem com dificuldades económicas em alguns momentos da sua vida. Um estudo da Pordata mostrou recentemente que seis em cada dez portugueses com rendimentos abaixo do limiar da pobreza não conseguem fazer face a uma despesa inesperada. Com esta solução, em vez de escolherem o caminho do endividamento, com empréstimos com taxas de juro pesadas, podem levantar aquilo que já é seu por direito, uma parcela do salário pelo qual já trabalharam, enquanto têm apoio no desenvolvimento da sua literacia financeira e na gestão das suas finanças pessoais.
PME Mag. – De que forma é que reduzem as possibilidades de endividamento dos vossos utilizadores?
N. P. – A missão da Paynest é acabar com os microcréditos a que se recorre quando há imprevistos ou despesas de última hora que não podem esperar pelo fim do mês para serem cobertas. Tomemos o exemplo de um colaborador que receba 1000€ líquidos mensais e não tenha grandes poupanças. Se tiver problemas com o carro e necessitar de cobrir a despesa do seu arranjo, uma solução como a Paynest pode evitar o recurso ao crédito com juros acima de 20%. Para além disso, a Paynest dispõe de serviço de apoio e desenvolvimento de literacia financeira com diversos conteúdos e coaches especializados que ajudam a entender como se pode evitar estas situações e poupar para o futuro.
PME Mag. – Sentem que o apoio financeiro individual é uma caraterística iminente da vossa plataforma? Se sim, quais são as suas vantagens?
N. P. – A Paynest ainda está a arrancar a sua operação, mas outras empresas deste segmento presentes noutros mercados comprovam que 78% dos colaboradores que já usufrui desta solução afirmam gostar de conseguir pagar um custo extra inesperado, 86% sente-se menos stressado e considera que tem mais controlo sobre as suas finanças e 88% consegue antever a redução de dependência de créditos. Do ponto de vista das empresas, a oferta de serviços da Paynest é uma mais-valia, que será vista como uma pioneira na oferta deste tipo de benefício e, portanto, mais atrativa aos olhos de quem procura emprego. Além disso, esta solução poderá também melhorar os níveis de retenção, já que permite dar resposta aos 78% de colaboradores que demonstram estar dispostos a trocar de empresa em troca de mais benefícios monetários. Afeta também a produtividade, pois há um alívio da preocupação com as questões financeiras, que cria barreiras na performance do profissional. Para quem trabalha por turnos, também será previsível um aumento do número de turnos por colaborador, uma vez que este modelo salarial mais flexível lhes dá maior controlo sobre o que podem receber.
PME Mag. – Acredita que “carteira organizada” corresponde a “vida organizada”?
N. P. – Sim, um colaborador que tenha maior controle sobre as suas finanças, terá maior liberdade e uma vida mais estável e organizada. Ao trabalhar a literacia financeira e proporcionar aos colaboradores o benefício de resgatar uma parte do seu salário, a empresa está a aumentar a resiliência financeira dos seus colaboradores. Para o colaborador, um sistema como o da Paynest é benéfico porque pode gerir o seu trabalho de forma a maximizar os seus rendimentos e sentir um maior controlo sobre as suas finanças de forma transparente – tem visibilidade sobre os critérios de adiantamento do salário – e instantânea – pode receber o valor no momento, evitando passar pelo processo, por vezes incómodo, de apresentar o pedido ao empregador. Esta liberdade financeira reduz o stress associado às preocupações financeiras dos colaboradores, aumenta a sua produtividade e contribui para a sua retenção na empresa. Dados de empresas que operam neste segmento em mercados internacionais comprovam que 78% dos colaboradores que já usufruem desta solução afirmam gostar de conseguir pagar um custo extra inesperado, 86% sentem-se menos stressados e consideram que têm mais controlo sobre as suas finanças e 88% conseguem antever a redução de dependência de créditos. Para a empresa, esta solução poderá também melhorar entre 20 e 30% os níveis de retenção, já que permite dar resposta aos 78% de colaboradores que demonstram estar dispostos a trocar de empresa em troca de mais benefícios monetários, e para a produtividade, pois há um alívio da preocupação com as questões financeiras, que cria barreiras na performance do profissional. Para quem trabalha por turnos, também será previsível um aumento do número de turnos por colaborador, uma vez que este modelo salarial mais flexível lhes dá maior controlo sobre o que podem receber.
PME Mag. – Que novidades e novos planos tem para 2023?
N. P. – De momento, estamos em fase de arranque em Portugal e na Grécia, e estamos confiantes de que teremos novidades muito em breve do impacto na vida de centenas de colaboradores que conseguirão dar resposta a imprevistos e despesas urgentes, sem a necessidade de recorrer a créditos pessoais, enquanto aumentamos a sua literacia e resiliência financeira. Atualmente, contamos com 11 colaboradores em Portugal e Grécia e esperamos fazer crescer a equipa até às 30 pessoas até ao fim de 2023.