Por: Ana Vieira
A Simplefy, empresa especializada em intermediação de crédito e na orientação financeira, completa este mês de janeiro dois anos.
Sem custos de entrada na adesão e sem necessidade de abrir uma loja física, a Simplefy inclui na sua estratégia a marca que o parceiro de Intermediação de Crédito possa já ter criado, contrariando o franchising tradicional.
Em entrevista à PME Magazine, Rui Lopes, CEO da Simplify, destaca a “possibilidade de um intermediário de crédito iniciar ou continuar o seu negócio de uma forma descomplicada, independente e com marca própria”.
PME Magazine (PME Mag.) – A Simplefy está prestes a comemorar dois anos de atividade. Como avalia o percurso da empresa e quais os principais marcos atingidos?
Rui Lopes (R. L.) – Um computador, um telefone, uma certidão comercial, um caderno com muitas ideias e, acima de tudo, muita vontade de descomplicar a intermediação de crédito. Este era o cenário a 23 de janeiro de 2023. De lá para cá, muita coisa aconteceu, com muitos milestones atingidos pelo caminho.
Em maio de 2023, lançámos a marca Simplefy no mercado, com o propósito de simplificar a intermediação de crédito e fornecer aos nossos parceiros as melhores ferramentas tecnológicas, formativas e operacionais.
“(…) temos, praticamente, 230 intermediários de crédito”
Em outubro do ano passado, fechámos o nosso primeiro contrato com um personal banker, figura chave no nosso modelo de negócio, e passado pouco mais de um ano, temos, praticamente, 230 intermediários de crédito que acreditaram na nossa ideia e pertencem à nossa comunidade.
É de realçar ainda que este ano a marca celebrou pela primeira vez em Portugal o Dia do Intermediário de Crédito Certificado, que se assinalou a 7 de julho, valorizando este segmento profissional. Para isso, realizou a conferência ‘O poder dos Intermediários de Crédito na Literacia Financeira dos Jovens’, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, que juntou Intermediários de Crédito, jovens e especialistas do setor para debater a importância destes profissionais no combate à iliteracia financeira de um segmento mais jovem.
PME Mag. – O mercado de intermediação de crédito tem registado um crescimento expressivo nos últimos anos. Quais são os fatores que têm impulsionado esse aumento e como é que a Simplefy se posiciona para atender a essa procura crescente?
R. L. – O crescimento do setor a que assistimos é natural, dado que o mercado onde os intermediários de crédito “navegam” não foi inventado, mas sim regulado pelo Banco de Portugal. A somar aos players já existentes antes da legislação que entrou em vigor em 2018, temos vindo a assistir à entrada de uma vaga de profissionais provenientes do setor financeiro, como banca, seguros ou investimentos, que veem na intermediação de crédito um caminho profissional no qual podem empreender e aplicar os conhecimentos e experiência adquiridos ao longo dos anos.
A área do crédito, um dos principais motores da economia e impulsionadora de vários setores de atividade, conta hoje com profissionais especializados que apresentam soluções adaptadas às necessidades específicas de cada cliente, permitindo que estes tomem decisões financeiras acertadas e informadas.
“A Simplefy quer ser a Comunidade dos intermediários de Crédito em Portugal”
A Simplefy quer ser a Comunidade dos intermediários de Crédito em Portugal e aposta forte nestes perfis com experiência e conhecimento. A nossa proposta de valor vai ao encontro das necessidades destes profissionais que não veem no franchising tradicional uma mais-valia. Ambicionamos ser, igualmente, uma referência para as instituições financeiras com quem os nossos parceiros têm acordo de vinculação. O intermediário de crédito representa o banco, com o qual tem um acordo de vinculação, e é responsável pela correta apresentação de produtos de crédito.
PME Mag. – A Simplefy promove uma abordagem diferenciada ao tornar os seus parceiros em Personal Bankers e Financial Partners. Quais os principais benefícios desse modelo para os parceiros e para os clientes?
R. L. – O modelo de negócio original brand powered by Simplefy é inovador neste setor. A possibilidade de um intermediário de crédito iniciar ou continuar o seu negócio de uma forma descomplicada, independente e com marca própria faz com que a Simplefy tenha uma penetração maior no mercado.
Aliado ao nosso modelo, implementámos a filosofia Tech by Human, em que a tecnologia estará sempre ao serviço do humano e não o contrário. Com isto, desenvolvemos ferramentas tecnológicas robustas, eficientes e que se adaptam ao nosso negócio, maximizando, assim, a eficiência no dia a dia dos nossos personal bankers.
Outro pilar importante é a formação contínua e especializada que a Simplefy proporciona aos seus parceiros com módulos técnicos, comerciais e legais, que visam garantir a conformidade e boas práticas exigidas pelo regulador.
Por fim, o apoio operacional e comercial junto da nossa comunidade, através de ações de dinamização e sensibilização. Com este acompanhamento queremos que todos os nossos parceiros estejam alinhados com o ADN Simplefy.
PME Mag. – Com a implementação de novas regras para a publicidade de produtos financeiros em 2025, de que forma a Simplefy está a preparar os seus parceiros para lidar com as exigências de transparência e conformidade regulatória?
R. L. – Todos os intermediários de crédito que se juntam à Comunidade Simplefy têm no seu onboarding uma sessão dedicada à transmissão das principais regras que devem cumprir no exercício da sua atividade, com destaque para a manutenção das condições de exercício da atividade e supervisão realizada pelo Banco de Portugal, precisamente com vista a assegurar que estão em conformidade com o regulamento em vigor.
“Iniciámos a comunicação direcionada sobre esta temática para que garantam a conformidade com as novas regras (…)”
Atendendo a que se anteviam alterações neste final de ano, tomámos a iniciativa de realizar um webinar direcionado a todos os profissionais do setor de intermediação de crédito para recordar todas as regras. Além dos planos que temos para continuar a promover iniciativas similares, serão incluídas ações específicas no Plano de Formação de 2025. Iniciámos a comunicação direcionada sobre esta temática para que garantam a conformidade com as novas regras e faremos também ações de diagnóstico e esclarecimento para que possam proativamente promover a correção de possíveis erros que possam existir previamente à entrada em vigor do novo aviso.
PME Mag. – Como é que a experiência no setor financeiro no Brasil influenciou a visão e estratégias implementadas na Simplefy?
R. L. – O facto de conhecermos e experienciarmos outras realidades que não apenas a nossa, faz com que não sejamos estáticos e achemos que só existe uma forma de fazer as coisas.
O Brasil está um passo (ou vários) à frente de Portugal no que respeita à transformação digital do processo de crédito. Os bancos disponibilizam, há vários anos, integrações entre os seus sistemas e os sistemas dos grandes correspondentes bancários, que são o equivalente aos intermediários de crédito. O processo flui, em alguns casos, de ponta a ponta (da simulação à validação jurídica, passando pela pré-escritura), o que o torna mais rápido e menos complexo. Acreditando que isto irá acontecer em Portugal, temos hoje uma plataforma de gestão de operações preparada para esta revolução.
Do outro lado do Atlântico, trouxe também a visão clara de que este negócio é, acima de tudo, de pessoas e não de marcas. À semelhança do que se passa nos seguros, onde recorremos ao nosso tradicional agente de seguros, acredito que no futuro, sempre que precisarmos de crédito, iremos recorrer ao nosso personal banker, esteja ele onde estiver. A Simplefy quer ser a casa dos personal bankers.