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Simão Cruz, country director da Urbanitae (Fonte Divulgação)
Simão Cruz, Country Director da Urbanitae (Fonte Divulgação)

“A Urbanitae é o ponto de encontro entre pequenos e médios investidores” – Simão Cruz

Por: Ana Vieira


A plataforma espanhola de crowdfunding imobiliário Urbanitae começou a operar em Portugal. Para o primeiro ano de atividade no nosso país, a Urbanitae pretende atingir um volume de negócios de 20 milhões de euros em projetos financiados.

Em entrevista à PME Magazine, Simão Cruz, Country Director da Urbanitae, considera que por ser “independente face ao momento que vivem as taxas de juro atuais, oferece um sistema mais ágil, com menos burocracia”. 

 

PME Magazine (PME Mag.) – Como funciona a plataforma crowdfunding imobiliário Urbanitae?
Simão Cruz (S.C.)- A Urbanitae é o ponto de encontro entre pequenos e médios investidores, que estão interessados em investir em imobiliário com pequenas quantias de dinheiro, e os promotores imobiliários que necessitam de liquidez para o desenvolvimento dos seus projetos.

A Urbanitae conta com milhares de pequenos investidores que, em conjunto, participam em operações com elevado potencial de rentabilidade. Para tal, a Urbanitae faz uma seleção exaustiva dos promotores e dos projetos com os quais trabalha, com base em critérios de rigor, de transparência e de viabilidade, a fim de oferecer as melhores garantias. Além disso, a Urbanitae é a única plataforma especializada em projetos de 2 a 5 milhões de euros, um nicho de investimento que, até agora, só estava disponível para profissionais e fundos de investimento.

 

PME Mag. – Numa altura em que as taxas de juro para o crédito para a habitação atingem números altos, é esta uma alternativa?
S.C. – O financiamento colaborativo estabeleceu-se, sem dúvida, como uma alternativa sólida aos modelos de financiamento mais tradicionais, como o bancário. Ao ser independente face ao momento que vivem as taxas de juro atuais, oferece um sistema mais ágil, com menos burocracia e permite que projetos comercialmente viáveis não sofram atrasos desnecessários que condicionam a sua correta execução.

Os números corroboram o crescimento do crowdfunding a nível mundial e na Europa. Nos países da UE, no final de 2022, acumulava um volume de 9,8 mil milhões de euros, dos quais 2,8 mil milhões de euros correspondiam precisamente a este último exercício económico. Na ausência de dados para o final deste ano, as previsões para 2023 são muito otimistas, dado o aumento significativo tanto do número de plataformas em operação como da comunidade de investidores interessados nesta fórmula.

 

PME Mag. – Tendo em conta a experiência em Espanha, qual o perfil do investidor Urbanitae?
S.C. – Não existe um perfil claramente dominante na comunidade de investidores da Urbanitae. O imobiliário é um dos produtos que tem demonstrado maior segurança e estabilidade e, por isso, é muito atrativo para investidores de perfis muito diferentes. Quando transferimos isto para o domínio do crowdfunding acontece algo semelhante, com vários incentivos que aumentam ainda mais o leque de potenciais investidores: o ser possível investir a partir de valores mais baixos, o facto de o processo ser muito simples e o permitir a diversificação dos investimentos, o que também reduz a exposição ao risco.

 

PME Mag. – Qual o valor mínimo de investimento?
S.C. – O valor mínimo é 500 euros. Trata-se de um montante suficientemente baixo para que qualquer pessoa possa investir, mas suficientemente elevado para que o investidor compreenda que é importante estudar e compreender bem em que consiste o projeto em que está a investir.


PME Mag. – Que expectativas têm para Portugal? 
S.C. – Já temos investidores portugueses na nossa comunidade, mas o objetivo é multiplicá-los nos próximos meses. Não podemos esquecer que qualquer investidor da UE pode participar nos nossos projetos, independentemente do local onde se desenvolvem, uma vez que dispomos de uma autorização europeia como prestador europeu de serviços de financiamento participativo (PSFP). Estamos também a estudar o financiamento de projetos que nos foram apresentados por promotores imobiliários locais e lançaremos em breve as primeiras operações de investimento.

Em termos de atividade, o objetivo é atingir um volume financiado de 20 milhões de euros em 2024.