Alteração climática e transição energética mudam risco do setor

A alteração climática e a transição energética estão a transformar o panorama de riscos no setor energético, sendo o problema dominante atualmente enfrentado pela indústria, de acordo com um estudo da consultora Willis Towers Watson.

Um estudo recente da líder global em consultoria, Willis Towers Watson, aponta para que as alterações climáticas e a transição energética estejam a transformar os riscos e desafios que a indústria energética tem vindo a enfrentar.

A análise da consultora aponta para que a capacidade energética teórica total tenha aumentado nos mercados de Property Upstream e de Downstream, situando-se agora nos 9.200 milhões de dólares e 6.200 milhões de dólares, respetivamente. Ainda assim, as pressões administrativas continuam a caracterizar um impedimento desta capacidade energética em termos práticos, que assim se situam, realisticamente, entre os 7.000 milhões de dólares e os 4.000 milhões de dólares, respetivamente.

Quanto ao mercado de liability, estes valores permanecem estáveis nos últimos tempos, fixando-se em cerca de 3.000 milhões de dólares, cerca de 1.000 milhões de dólares de uma perspetiva mais realista, para a maioria das atividades energéticas.

Desta forma, os dados da consultora apontam para que os dois primeiros mercados possam ter sido rentáveis ao longo do ano passado, ao passo que a carteira de passivo deverá manter-se em níveis deficitários.

Já em relação à taxa de riscos, tem vindo a ser desenvolvido um mercado composto por dois níveis para property, com os negócios a apresentarem uma boa distribuição do risco, o que possibilita a atração de subidas mais moderadas do que o resto da carteira.

Referindo os acontecimentos relativos ao preço do petróleo, ao impacto da procura e à maior atenção para questões ambientais, sociais e de governança, Pedro Maia, responsável da área de Energias Renováveis da Willis Towers Watson em Portugal, afirma que “a indústria da energia enfrenta uma maior amplitude de desafios”, apesar da grande problemática se encontrar à volta do risco climático.

Assim, o responsável afirma que se está a observar uma maior transição energética, o que terá “um maior impacto significativo na futura configuração da indústria”. Pedro Maia aponta ainda para o facto de que “as empresas energéticas de hoje têm que saber definir planos de transição sólidos para garantir um futuro sustentável”.

De referir que este estudo engloba ainda o ponto de vista de clientes, operadores e especialistas do setor energético, destacando a importância de elaborar análises de risco para implementar iniciativas de transição energética.