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Frederico Rodrigues, managing partner da Stellaxius (Foto: Divulgação)

“Apresentamos o rigor que os clientes esperam das grandes consultoras” – Frederico Rodrigues

Por: Marta Godinho 

A Stellaxius é uma consultora boutique de salesforce especializada na tecnologia e soluções de low-code. Em entrevista à PME Magazine, Frederico Rodrigues, managing partner da Stellaxius, conta-nos um pouco sobre os projetos e volume de negócio, o selo da consultora de Great Place to Work, a responsabilidade social e os planos para este ano.

PME Magazine (PME Mag.) – Como caracteriza a empresa?

Frederico Rodrigues (F. R.) – A Stellaxius é uma consultora boutique de salesforce, ou seja, altamente especializada na tecnologia e soluções de low-code desenvolvidas pela salesforce, um dos maiores fornecedores de software empresarial do mundo. Apresentamos o rigor e a qualidade que os clientes tipicamente esperam das grandes consultoras com um método de trabalho e abordagem de parceria que nos diferencia. Apostamos muito nas nossas pessoas, com aprendizagem constante e certificações, benefícios e uma cultura participativa e de grande transparência e liberdade.

PME Mag. – Como explica o aumento do volume de negócios em 2022?

F. R. – Temos tido ao longo dos anos, e em particular desde 2017 quando estabelecemos a parceria oficial com a Salesforce, um crescimento sustentável superior a 20% ao ano. Este ano, mais do que duplicámos esse crescimento, fruto de um plano ambicioso alicerçado nos nossos maiores clientes e apostas estratégicas para os próximos cinco anos, com um grande esforço de toda a equipa para acolher uma grande transformação que nos permitiu ultrapassar a barreira dos 50 colaboradores e que exige inovação interna ao nível dos processos para obter uma maior capacidade de execução, por exemplo, ao nível dos departamentos financeiro e de recursos humanos que foram profundamente reforçados.

PME Mag. – Fale-nos um pouco dos projetos em que a Stellaxius participou.

F. R. – A Stellaxius tem tido a felicidade de trabalhar em grandes projetos de transformação, ajudando clientes de dimensões e indústrias distintas a darem saltos qualitativos e atingir níveis de produtividade ímpares através da implementação dos processos e ferramentas de que somos especialistas. Os nossos maiores projetos são na área de telecomunicações, com grandes grupos multinacionais, alguns dos quais têm operações em Portugal. Temos, também, projetos de dimensão média, com equipas que podem variar entre cinco a 15 pessoas em empresas de pharma, serviços profissionais ou em startups. Em projetos mais pequenos, trabalhamos setores como o imobiliário, onde temos contribuído para a adoção de soluções menos proprietárias que são características neste mercado.

“Apostamos muito nas nossas pessoas, com aprendizagem constante e certificações, benefícios e uma cultura participativa e de grande transparência e liberdade”

PME Mag. – A empresa recebeu o selo de Great Place to Work e também entrou no ranking Teamlyzer das empresas mais queridas de Portugal. Como se sente em receber este nível de reconhecimento e satisfação por parte dos seus colaboradores?

F. R. – Ficamos muito felizes com o reconhecimento do nosso trabalho. As pessoas são o nosso pilar mais relevante e ao longo do tempo temos vindo a desenvolver ações para manter a nossa cultura e valores mesmo em regime de remote-first. Temos ainda muito por fazer e a aposta na direção de recursos humanos e na sua equipa, bem como uma revolução ao nível das carreiras e modelos de remuneração e benefícios dão-nos bons indicadores, com este e outros internos (e.g., Employee NPS) de que estamos no caminho certo.

PME Mag. – As pessoas são a empresa. Concorda com esta afirmação?

F. R. – Sem dúvida. Não existe Stellaxius sem as pessoas. E queremos as pessoas motivadas, qualificadas e felizes. A sensação de sabermos que qualquer dos nossos recursos está suficientemente qualificado e valorizado pelo mercado, e decide estar connosco mesmo podendo sair, é impagável e um fator de união da equipa.

PME Mag. – A responsabilidade social é uma caraterística intrínseca da vossa empresa. Que parcerias ou projetos estão envolvidos para fomentar o vosso ADN junto dos vossos clientes?

F. R. – Nós, na Stellaxius, entendemos o nosso papel e alinhamos a nossa agenda com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas que também estabeleceram as bases para os princípios da salesforce sobre responsabilidade social e ambiental. Temos um foco em três P’s: Pessoas, Planeta e Prosperidade. Também participamos do movimento Pledge 1%, onde é doado 1% do nosso tempo para caridade, 1% do nosso lucro e 1% dos nossos serviços como o já feito para o Movement On the Ground. Durante o ano de 2022, estabelecemos parcerias com algumas organizações que nos permitem colaborar e criar oportunidades para os nossos colaboradores também se sentirem úteis e conscientes dos problemas para os quais podem contribuir.

“Não existe Stellaxius sem as pessoas”

PME Mag. – Como empresa sediada em Portugal, sente que o mercado português ainda tem muito para crescer no ramo da consultoria?

F. R. – Sim, há uma evolução a fazer do ponto de vista de consultoria, para a qual temos vindo a procurar contribuir. Existem excelentes profissionais em Portugal, com muita experiência adquirida em grandes projetos de transformação aqui e no estrangeiro, mas o tecido empresarial tem dificuldades para abraçar os desafios com uma cultura de parceria, transparência e confiança essenciais para que os consultores possam ser mais do que mão de obra qualificada ou um simples aumento de capacidade. É necessário partilhar objetivos estratégicos, definir metas conjuntas e ter um modelo de entrega de resultados mais regular e rápido, proporcionado por metodologias Agile que fixam a capacidade e o tempo, mas não o âmbito. Esta abordagem permite que não se opte por projetos megalómanos com pouca probabilidade de cumprimento de planos e orçamentos e se identifiquem rapidamente possíveis pontos de falha e oportunidades de correção de rumo. Quando é possível trabalhar neste modelo, quer a consultora quer o cliente, têm o mesmo incentivo para conseguir atingir os objetivos e cria-se um cenário de win-win que entrega muito mais valor para todos, em particular para os beneficiários da transformação que conseguem percebê-la e participar nela de forma mais rápida e com menos resistência à mudança. As ferramentas como as que implementamos prestam-se a estas abordagens e é claramente uma oportunidade perdida quando se tenta definir todos os detalhes à priori para a variabilidade e volatilidade que os mercados apresentam, a todos os níveis, e desde logo nas necessidades e expectativas dos seus clientes finais.

PME Mag. – Quais são os planos para 2023?

F. R. – Para 2023, vamos aumentar a nossa aposta no mercado português, procurando trazer a experiência que adquirimos lá fora em benefício dos nossos clientes. Continuamos com uma aposta forte no mercado internacional que prevemos que continue a representar mais do que 75% da nossa faturação, mas pensamos que o mercado em Portugal está a atingir um nível de maturidade que vai gerar boas oportunidades para as soluções que implementamos. Ainda assim, sabemos que 2023 será um ano difícil e procurámos ser mais contidos nas nossas projeções, tirando partido também da reestruturação iniciada o ano passado e que nos permite ter uma base para crescimento mais rápido se gerarmos oportunidades acima do previsto. Temos várias iniciativas de melhoria das qualificações dos nossos recursos e do seu bem-estar, estando certos de que terão reflexo na qualidade dos nossos serviços. Tal como no ano passado com a criação da unidade de integração de sistemas – suportada na tecnologia Mulesoft da Salesforce – estamos, este ano, a procurar lançar mais duas áreas de competências muito ligadas ao que já fazemos, com foco em soluções de indústria, como é o caso das telecomunicações com o pacote Communications Cloud, ou retalho e pharma com o pacote Consumer Goods Cloud.