De acordo com o inquérito da Associação dos Medidores do Imobiliário de Portugal (ASMIP), as empresas associadas declaram uma redução da atividade em cerca de 50% relativamente ao ano passado.
Do inquérito realizado em janeiro relativo à situação de atividade das empresas associadas da ASMIP, associação de empresas de mediação imobiliária com 850 associados ativos, pode concluir-se que as empresas estão preocupadas com o futuro das suas atividades, uma vez que 46% perspetiva uma redução de atividade para este ano, com 30% a demonstrarem manter os mesmos índices e 24% a confiar num crescimento do negócio.
Em termos de setores de negócio, os inquiridos esperam um aumento na componente residencial e nos terrenos, perspetivando, para todos os outros setores, uma quebra nas vendas. Neste aspeto, o destaque vai para a quebra nas vendas de habitação turística, prevista por 77% dos inquiridos.
Comparativamente a 2019, cerca de 54% dos inquiridos afirma ter reduzido a atividade em 2020, com a maior parte a afirmar quebras até aos 25%. Os restantes inquiridos dividem-se igualmente entre os que afirmam ter mantido o mesmo nível de atividade e os que asseguram ter aumentado a atividade.
Com uma mudança no que vinha sendo habitual, o relatório apresenta uma maior procura de moradias, em detrimento dos apartamentos, o que representa um “fator a ter em conta nos novos projetos em desenvolvimento” como afirma Francisco Bacelar, presidente da ASMIP.
Quanto aos preços da habitação, o inquérito demonstra ainda que 40% dos inquiridos afirmam a manutenção dos preços, com 30% a declarar um aumento e os restantes a afirmarem um decréscimo. A maioria dos inquiridos (44%) aponta ainda para uma manutenção na oferta de habitação, sendo que 42% afirmam uma diminuição da procura.
Os dados do relatório apresentam, desta forma, uma quebra no setor imobiliário, com o presidente da ASMIP a afirmar que as consequências desta quebra “serão transversais para muitas outras áreas”.