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Taxa de juro
Aumento da taxa de juros surge em resposta ao aumento generalizado dos preços nos países da zona euro (Foto: Unsplash)

BCE sobe taxas de juro pela primeira vez em 11 anos

Por: Diana Mendonça

O Banco Central Europeu (BCE) subiu as taxas de juro na zona euro em 50 pontos, registando o primeiro aumento em 11 anos. Na reunião do banco central foi também aprovado um mecanismo para prevenir a repetição de uma crise de dívida soberana na zona euro, designado de Instrumento de Proteção da Transmissão (IPT).

Através desta subida, a taxa de juro aplicável às operações de refinanciamento subiu para 0,50%, a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez aumenta para 0,75% e a taxa aplicável à facilidade permanente de depósito evoluiu de -0,5% para 0%, revelou o BCE.

Em mais de uma década, esta é a primeira vez que os juros sobem, conduzindo ao fim dos juros negativos na zona euro. Em comunicado, o BCE diz que “nas próximas reuniões do Conselho do BCE será apropriada uma nova normalização das taxas de juro”.

A decisão de aumentar os juros surge em resposta ao aumento generalizado dos preços nos países da zona euro. Em junho, a taxa de inflação média dos países da zona euro fixou-se em 8,6%, um máximo histórico desde a criação da moeda única.

“Em consonância com o seu forte compromisso de cumprimento do seu mandato de manutenção da estabilidade de preços, o Conselho do BCE tomou hoje novas medidas fundamentais para assegurar o regresso da inflação ao seu objetivo de 2% a médio prazo”, revela o BCE em comunicado.

Os responsáveis pela política monetária consideraram “apropriado dar um primeiro passo maior, na sua trajetória de normalização das taxas de juro diretoras, do que o sinalizado na reunião anterior”, que tinha sido na ordem dos 25 pontos base, acrescenta.

A decisão de aumentar a taxa de juros em 50 pontos base, em vez dos 25 pontos base sinalizados na reunião anterior, resulta da “avaliação atualizada relativamente aos riscos de inflação”.

Quanto ao novo instrumento, o IPT, o BCE diz que é uma medida “necessária para apoiar a transmissão eficaz da política monetária”, que tem como objetivo evitar o agravamento dos spreads entre a dívida dos países da periferia e as bunds alemãs. O IPT “assegurará que a orientação da política monetária é transmitida uniformemente em todos os países da área do Euro”, conclui o BCE.