Por: Catarina Sargento e Ana Vieira
A portuguesa Bloop apresenta-se como a primeira rede social de compras do mundo, permitindo aos utilizadores atuarem como influenciadores e serem remunerados. Para já, o seu acesso apenas está disponível por convite. Em setembro, terá acesso livre.
Sediada em Portugal, a startup Bloop arrecadou mais de 1.4 milhões de euros em financiamento privado na fase pre-seed, incluindo 410 mil euros provenientes de uma campanha de crowdfunding, contando com o envolvimento de 126 investidores.
Francisco Rodrigues, CEO da Bloop, explica à PME Magazine que a ideia de combinar uma rede social e um marketplace nasceu da vontade de democratizar o e-commerce, o que possibilitou resolver vários problemas, como os elevados custos de angariação de clientes e as baixas taxas de conversão.
A intenção da marca sempre foi conjugar a parte da rede social com a do marketplace. “Se, por um lado, tínhamos de ter uma componente de rede social que fosse alimentada pelos clientes da plataforma, por outro lado, um marketplace iria permitir que a plataforma pudesse crescer nas múltiplas categorias de produtos”, clarificou o CEO da Bloop.
Contudo, só após dois anos é que a ideia da rede social surgiu, através de um estudo de mercado junto da população mais jovem. “O principal motivo apontado foi quererem acompanhar a atividade e compras dos seus amigos, ou seja, estarem mais próximos da sua comunidade, sendo que muitos sublinharam igualmente o desejo de se sentirem relevantes ao fazerem estas recomendações para a comunidade”, deixando clara a oportunidade para a Bloop.
Para acederem à plataforma, nesta fase, os utilizadores irão necessitar de um convite direto de um Embaixador.
Utilizador recebe 10% em credit back por cada compra
Ainda de acordo com o CEO Francisco Rodrigues as recompensas na plataforma funcionam através de retorno de crédito. “Ao publicar uma fotografia ou vídeo do produto adquirido no Marketplace, o utilizador receberá 10% em credit back. Por cada compra que seja feita na sequência desta publicação, receberá, ilimitadamente, 5% do valor da mesma”, elucida.
No entanto, para as categorias de eletrónica estas taxas alteram-se, sendo de 5% na publicação e 2,5% por cada venda gerada.
Além disto, estes benefícios só são válidos se os utilizadores fizerem uma publicação com o produto em até um mês depois da compra. Por outro lado, a publicação de cada produto só dará créditos durante 90 dias e os créditos adquiridos só podem ser aplicados em compras também num período de 90 dias.
Plataforma desenvolvida em menos de um ano
A rede social de compras foi feita “em apenas 9 meses, com uma equipa de 5 engenheiros”, apontou Francisco Rodrigues.
O CEO explica ainda que a marketplace procurou estratégias para disponibilizar um produto robusto e escalável. “Optámos por uma abordagem de headless composable commerce, escolhendo os melhores parceiros de Software as a Service (SaaS) para cada componente do nosso sistema, motores de e-commerce, backoffices de gestão de vendedores, feeds de atividade social, sistemas de descontos e promoções, entre outros” refere.
Para encontrar os parceiros ideais foram feitas mais de 100 reuniões com mais de 50 fornecedores diferentes “nas quais aprendemos muito, quer a nível técnico, quer de negócio. Nem todos corresponderam às nossas expectativas, mas a nossa abordagem deu-nos a flexibilidade para escolhermos os que eram mais adequados para nós e para o nosso modelo de negócio.”
Considerando os desafios do mercado português, não sendo “fácil atrair profissionais experientes para uma startup em fase inicial, especialmente quando estes já têm carreiras estáveis em grandes empresas. Para ultrapassar isso, recorremos à nossa rede de contactos de confiança”, explicou ainda o CEO da Bloop, Francisco Rodrigues.
Em dois anos, Bloop quer chegar aos EUA
Com metas muito bem definidas, a Bloop ambiciona faturar mais de 40 milhões de euros até 2026, ganhar mais de 2 milhões de clientes e superar os 300 milhões de euros de
vendas. Ainda durante este ano a empresa quer reunir 500 vendedores na oferta de produtos e experiências na sua plataforma, garantir a próxima ronda de financiamento de VC (Venture Capital) e aumentar dos 15 colaboradores para os 65.
Em 2027 a startup portuguesa pretende chegar aos Estados Unidos da América.