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A primeira edição da The Future of Cities Summit, a decorrer no dia 22 de setembro, é uma iniciativa da BPCC (Foto: Pexels)

BPCC convida a debater o futuro das cidades  

Por: Eduarda Coelho e Diana Mendonça

As cidades correspondem a 1% de toda a superfície do planeta e são a casa de 55% da população mundial, sendo responsáveis por 80% do PIB mundial. Até 2050, a expectativa é que mais de 2 bilhões de pessoas estejam a viver em cidades. 

Neste sentido, é fundamental que as cidades se tornem em centros inteligentes e sustentáveis, em prol da oferta de oportunidades, inovação e crescimento económico, enquanto mitigam os riscos ambientais.  

Uma cidade inteligente é aquela que utiliza as tecnologias digitais para conter as repercussões ambientais e socioeconómicas causadas pelas cidades, seja na diminuição da emissão de gases estufa ou na instalação de redes de transporte inteligentes e sustentáveis, que conectam e otimizam as cidades. De acordo com João Sousa Guimarães, vice-presidente da Câmara de Comércio Luso-Britânica (BPCC), as cidades inteligentes serão uma “realidade incontornável”, cuja integração da tecnologia será utilizada para que os recursos urbanos sejam utilizados de forma sustentável. 

Com este propósito, realizar-se-á a primeira edição da The Future of Cities Summit, uma iniciativa da BPCC, a decorrer no dia 22 de setembro, na cidade do Porto. O evento convida especialistas para debaterem o futuro das cidades com base em três pilares fundamentais: meio ambiente, social e tecnologia. 

O vice-presidente da BPCC considera que “as expetativas para esta primeira edição são altas”.

“O futuro das cidades é um tema urgente dada a conjuntura ambiental e social muito negativa e que nem sempre tem a visibilidade que merece ter”, refere. Apesar de não ser possível tratar cada temática com grande profundidade, “o evento tem um programa bastante abrangente que visa chamar a atenção para temas críticos”, completa. 

O certame visa, essencialmente, a consciencialização e capacitação dos cidadãos, de forma a que estes compreendam os riscos sociais e ambientais das cidades, bem como o impacto que a população tem no meio ambiente, devido aos recursos necessários para atender aos padrões de consumo atuais. Segundo Miguel Martins, sustainable investments partner na 3xP Global, isto relaciona-se “com o modo como hoje vivemos nas cidades e delas querermos extrair, bem como as escolhas que fazemos quotidianamente”. 

As cidades são um assunto que deve ser tratado por todos. De acordo com João Sousa Guimarães, “seja coletiva, seja individualmente, não podemos retirar ninguém da equação – se o fizermos, corremos o sério risco de comprometer o sucesso coletivo”.

Neste sentido, o vice-presidente da BPCC explica que é essencial que os cidadãos, o Governo e as empresas façam parte de um “triângulo virtuoso”, de maneira a que as empresas adotem medidas que levem a minorar efeitos negativos gerados pelo seu negócio, enquanto o Governo proporciona uma base para que estas medidas sejam exequíveis e os cidadãos colaborem para esta mudança de paradigma. Miguel Martins completa, afirmando que o nosso planeta “é um sistema fechado, em que nada se perde, mas tudo se transforma” e por isso, é necessário que “todos assumam a sua parte e sejam a solução”. 

Pelo facto de os problemas serem de diferentes naturezas e afetarem diferentes atores, as soluções serão mais eficazes se diferentes áreas estiverem a trabalhar para resolver a mesma questão, defende João Sousa Guimarães.  

Neste sentido, a primeira edição da The Future of Cities Summit procurou unir especialistas de diferentes áreas. “Só é possível seguirmos o desenvolvimento sustentável das cidades se tivermos um compromisso entre pessoas, ambiente e tecnologia”, finalizou João Sousa Guimarães.  

De acordo com Miguel Martins, o que falta para Portugal ter um maior número de cidades inteligentes é confiança. Esta, considerada “recurso escasso” no país pelo mesmo, é “fulcral” para transformar as cidades em centros de oportunidade e desenvolvimento, e deve começar com integridade e consistência por parte dos atores, para que estes ambicionem, em conjunto, a criação de “um mundo mais focado no bem-estar de todos e não somente no crescimento económico”.