Home / PORTUGAL / Católica-Lisbon cria pacto sobre a saúde mental no local de trabalho em parceria com a MindForward Alliance
Evento Mind Alliance
João Vieira de Almeida, senior partner da VdA; João Bento, CEO dos CTT; Sílvia Barata, CEO da BP; Gonçalo Quadros, chairman da Critical Software; e, como moderadora, Catarina Furtado (Fonte: Divulgação)

Católica-Lisbon cria pacto sobre a saúde mental no local de trabalho em parceria com a MindForward Alliance

Por: Marta Godinho 

O Center for Responsible Business & Leadership, da Católica Lisbon School of Business & Economics, lançou o Pacto para a Saúde Mental em Ambientes de Trabalho, o primeiro pacto global desenhado para promover a melhoria da saúde mental nos locais de trabalho. Em parceria com a MindForward Alliance, uma organização sem fins lucrativos que procura transformar a cultura existente em ambientes de trabalho de forma a promover a saúde mental dos seus colaboradores, decorreu esta quarta-feira, 08 de novembro, o seu primeiro evento da MindAlliance Portugal, marca sob a qual ficará conhecido o projeto, no Museu do Oriente, em Lisboa.

A abertura do evento foi feita por Filipe Santos, reitor da Católica-Lisbon, que alertou para a necessidade de mais eventos que discutam a saúde mental e afirmou que a mesma “não tem a atenção devida”. O seu discurso atravessou palavras de incentivo e apoio à causa e o próprio mostrou que está na hora de entrar em “ação em prol da saúde mental”.

O evento teve por base a discussão de ideias sobre a temática entre quatro líderes, nomeadamente Gonçalo Quadros, chairman da Critical Software; João Vieira de Almeida, senior partner da VdA; João Bento, CEO dos CTT; e Sílvia Barata, CEO da BP. A conversa em mesa-redonda foi moderada pela apresentadora Catarina Furtado. O evento também contou com a presença de Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho, Sofia Ramalho, vice-presidente da Ordem dos Psicólogos, Nuno Moreira da Cruz, do Center for Responsible Business e Leadership da Católica-Lisbon; e Gustavo Barreto, membro da comissão executiva Grupo Ageas Portugal.

Segundo Miguel Fontes, o trabalho, “para além de fonte de rendimento, é a expressão de realização e não de sofrimento”. São, hoje, 4,8 milhões de portugueses que estão na vida ativa e isso faz com que a lógica de pensamento seja cada vez mais voltada para a saúde física e psicológica dos trabalhadores.

Gonçalo Quadros foi um dos muitos casos de empresários de sucesso que foram abaixo durante um certo período da sua vida. O responsável relatou um sentimento de vergonha face ao sucedido e assumiu apoio de um psiquiatra. Até hoje, enquanto engenheiro, não sabe explicar como se sentiu e o que originou o seu problema. Já noutro panorama, João Almeida afirmou nunca ter passado por um sentimento de “falhanço” quando atravessou um período mais conturbado e hoje acredita que “expor vulnerabilidade é bastante eficaz” nas empresas.

Todos os oradores reforçaram que as empresas têm de saber, cada vez mais, promover a saúde mental, de forma a seguir o mote de João Bento de que “não há empresas boas sem pessoas bem”.

O evento abordou muitas empresas nacionais e internacionais, uma vez que 60% dos casos de problemas associados à saúde mental têm origem no trabalho e ao seu ambiente inerente, pois um “espaço tóxico mais rapidamente leva a problemas de teor mental”, segundo Gonçalo Quadros.

Sofia Ramalho reforçou que “a mudança está nas lideranças” e que “o mais importante a fazer é as pessoas atingirem o máximo das suas capacidades“ para obterem maior satisfação pessoal e laboral.

Segundo Anabela Figueiredo, responsável pela MindForward Alliance, o principal objetivo deste evento foi “criar rostos para quebrar o estigma”.