Por: Diana Mendonça
A venda de casas a cidadãos estrangeiros aumentou mais de 70% em Portugal. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de compradores com domicílio fiscal na União Europeia (UE) aumentou 72,3%, face a 2021. Já o número de compradores com domicílio fiscal em outros países aumentou 79,1%.
Segundo os dados do INE, os estrangeiros compraram 2556 imóveis, sendo que 1435 foram comprados por cidadãos residentes na UE e 1121 foram comprados por cidadãos de outros países.
O aumento da compra de casas por cidadãos estrangeiros deve-se à retoma dos mercados e também ao número de vistos gold atribuídos. A aquisição de imóveis através deste regime gerou 190,2 milhões de euros só nos primeiros cinco meses do ano.
A procura de casas quer por estrangeiros, quer por portugueses, aumentou no país. Nos primeiros três meses do ano foram vendidos 43 544 imóveis em Portugal, registando um aumento de 25,8%, face ao período homólogo.
A compra de habitações novas aumentou 28,7%, o que corresponde a 7603 casas. Já a compra de habitações usadas passou para 35 941 imóveis, o que corresponde a um aumento de 25,2%, face ao período homólogo. A compra de habitação por famílias foi a grande impulsionadora deste mercado, representando 86,9% do total das compras de imóveis.
O volume de negócios do mercado residencial em Portugal gerou 8,1 mil milhões de euros nos primeiros três meses do ano, mais 44% face a 2021. As compras das famílias foram responsáveis por sete mil milhões de euros, sendo que a maioria das compras foram de imóveis usados.
Com o aumento da procura, os preços das casas no primeiro trimestre do ano subiram 12,9%, registando o maior aumento desde 2010. Os preços das habitações existentes registaram um aumento de 13,6% revelando um incremento superior ao das habitações novas (10,9%).
O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação imobiliária de Portugal, Paulo Caiado, diz que estes dados necessitam de uma contextualização “pois não refletem a realidade nacional, são números que acontecem em 20 concelhos do país e não no seu todo”.
O aumento dos preços de construção também tem levado a um aumento do preço das casas, sejam estas novas ou usadas.