Por: Marta Godinho
No primeiro semestre deste ano, foram vários os estrangeiros que compraram imóveis na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Lisboa, contando com 790 imóveis residenciais e 403 milhões de euros investidos. Estas aquisições foram feitas por parte de compradores de 60 países distintos. Os dados pertencem à Confidencial Imobiliário e todas as transações de habitação foram feitas por particulares.
O dinheiro investido pelos estrangeiros durante o primeiro semestre atinge os níveis médios semestrais dos últimos três anos, estando posicionados entre os 360 e os 390 milhões de euros. Este período registou um exponencial recorde de 592,5 milhões de euros que representa uma antecipação das aquisições por causa das alterações nos critérios de elegibilidade dos vistos gold.
O primeiro semestre do ano obteve 56% do montante internacional investido por cinco diferentes nacionalidades. Os franceses foram os que mais investiram, com um total de 71,6 milhões de euros (detendo 18% do montante internacional), seguindo-se os norte-americanos com 48,4 milhões de euros. Os chineses apresentaram um investimento de 38,7 milhões, seguindo-se os britânicos, cujo montante ascendeu aos 33,2 milhões e, por fim, os brasileiros com 32,8 milhões de euros. Apesar disto, o Brasil é o país que mais investe por operação, apresentando tickets médios de investimento de 763,3 mil euros, sendo que os chineses ficam no final da tabela com o seu ticket médio em 464,2 mil euros.
Para os compradores estrangeiros, Santo António, Avenidas Novas, Estrela, Misericórdia, Arroios e Santa Maria Maior são as freguesias de eleição. Todas estas agregam 73% do investimento internacional. As três primeiras freguesias apresentam 13% do montante, com 50 a 53 milhões de euros; Arroios e Misericórdia com uma quota de 12% e investimentos de 47 milhões de euros; e Santa Maria Maior com uma quota de 11%, com 43 milhões de euros investidos.
No primeiro semestre do ano, a ARU de Lisboa espoletou 1,225 milhões de euros em investimento em habitação para um total de 3100 imóveis. Os portugueses foram responsáveis por 67% das compras num total de 822,3 milhões de euros, sendo que, em número de operações, a quota portuguesa foi de 74% com 2275 operações. Os estrangeiros são responsáveis por 33% das aquisições em valor e 26% em operações.
Estes dados evidenciam que, em média, o investimento realizado por compradores estrangeiros ascende em mais 40% por operação do que os portugueses, com uma discrepância de tickets médios de 509 mil euros e 361,5 mil euros, respetivamente.