Terça-feira, Fevereiro 4, 2025
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“Continuamos a produzir de forma artesanal, com foco nos detalhes” – Francisco Bastos

Por: Ana Vieira

Há 91 anos, na Praça da Liberdade, no Porto, um salão de chá viria a tornar-se uma das maiores confeitarias de Portugal.

A Arcádia, fundada pela família Bastos, que ainda onde hoje se mantém à frente da marca, foi responsável, primeiro pelas populares drageias de licor, e mais tarde pelos macarons, uma linha de gelados e bolachas artesanais, entre outros.

Com uma faturação em 2023 de quase 18 milhões de euros, a Arcádia Chocolates tem 44 lojas e mais de 400 colaboradores. Em entrevista à PME Magazine, Francisco Bastos, diretor-geral do Grupo Arcádia realça que continuam a “produzir de forma artesanal, com foco nos detalhes, e a investir na formação das equipas, para que cada colaborador compreenda e valorize a nossa filosofia”. 

 

PME Magazine (PME Mag.) – Como é que a Arcádia equilibra a criação de novos produtos com a preservação dos clássicos que definem a marca?
Francisco Bastos (F. B.) –
Na Arcádia, acreditamos que a inovação e a tradição podem coexistir em harmonia. Trabalhamos constantemente para criar novos produtos que respondam às tendências e aos gostos dos consumidores, mas sempre preservamos os clássicos que são a alma da nossa marca, como os bombons artesanais e as amêndoas de Páscoa. Este equilíbrio é alcançado respeitando as receitas e os processos que definem a qualidade da Arcádia, enquanto apostamos em inovação para surpreender e encantar os nossos clientes.
 

PME Mag. – Sendo uma empresa familiar com várias gerações de história, que papel desempenham os valores familiares na gestão e na cultura empresarial da Arcádia?
F. B. – Os valores familiares são o coração da Arcádia. Desde a sua fundação, a empresa tem sido guiada por princípios como a integridade, a dedicação e a valorização das pessoas. Estes valores refletem-se não só na forma como conduzimos o negócio, mas também no nosso compromisso com a qualidade, com os clientes e com os colaboradores. Este legado familiar cria uma cultura de proximidade e respeito que inspira confiança e assegura a continuidade da visão da marca ao longo das gerações.
 

PME Mag. – Quais foram os maiores desafios ao crescer o negócio sem perder a qualidade artesanal?
F. B. – O maior desafio foi garantir que o crescimento não comprometesse os padrões de qualidade e autenticidade que nos definem. Para isso, continuamos a produzir de forma artesanal, com foco nos detalhes, e a investir na formação das equipas, para que cada colaborador compreenda e valorize a nossa filosofia. Além disso, implementámos processos rigorosos de controlo de qualidade, que asseguram que cada produto mantém o sabor, a textura e a experiência únicos da Arcádia, independentemente da escala do negócio.
 

PME Mag. – Como foi desenhada a expansão da Arcádia nas plataformas digitais? E quais os maiores desafios da expansão?
F. B. – A expansão nas plataformas digitais foi pensada para complementar a experiência em loja física, mantendo o mesmo nível de qualidade e atenção ao cliente. Investimos numa plataforma de e-commerce intuitiva e em campanhas de marketing digital, com destaque para as redes sociais, onde partilhamos histórias, lançamentos e promoções.

O maior desafio foi traduzir a experiência única da Arcádia para o ambiente digital, garantindo que os clientes percebessem o valor artesanal e a tradição por trás de cada produto, mesmo sem o contacto físico.
 

PME Mag. – Qual a presença da Arcádia nos mercados internacionais? Quais os produtos mais populares?
F. B. – Atualmente, a Arcádia tem alguma presença nos mercados internacionais, embora de forma ainda esporádica, com foco em parcerias pontuais e eventos que valorizam os nossos produtos premium e artesanais. Reconhecemos o potencial de crescimento neste canal e estamos a desenvolver estratégias para reforçar a nossa presença internacional nos próximos anos. Ao mesmo tempo, acreditamos que ainda temos muito espaço para crescer no mercado nacional, consolidando a nossa posição como uma referência no segmento de chocolates premium e fortalecendo a nossa relação com os consumidores em Portugal. Esse equilíbrio entre o mercado interno e externo é fundamental para o crescimento sustentável da Arcádia.
 

PME Mag. – Como é que a empresa lida com a responsabilidade social, que ações têm tomado para apoiar causas sociais, ambientais ou outras?
F. B. – A responsabilidade social é um pilar importante da Arcádia. Trabalhamos com fornecedores que garantem práticas agroflorestais sustentáveis, e que investem em projetos como o apoio a comunidades produtoras de cacau.

Além disso, a Arcádia tem participado em projetos locais e nacionais que promovem a educação, o bem-estar, a saúde mental e a inclusão social, através de parcerias como por exemplo o Projeto Manicómio e a Associação A Casa do Caminho. Na vertente ambiental, adotamos práticas que minimizam o impacto ambiental, como a redução do uso de plásticos single-use e a implementação de soluções mais sustentáveis nas nossas operações.

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