Por: Mariana Barros Cardoso
Covid-19 ou coronavírus: a atenção mundial está de ouvidos postos no tema que viu o primeiro caso em 2019, alastrando-se até à data já com mais de 2 mil mortos e 80 mil pessoas infetadas. E, qual é o impacto e como é que afeta a economia, empresas e bolsa?
Na Europa nota-se o receio dos investidores face ao coronavírus. As bolsas estão a cair consecutivamente e a denotar o potencial impacto do vírus na economia global.
A semana abriu com fortes perdas para as bolsas mundiais e hoje, a quinta sessão, consecutivamente caiu, mantendo a tendência negativa. Isto acontece depois das autoridades da saúde dos Estados Unidos terem alertado os americanos para uma possível pandemia após ter sido reportado o número de infetados – Coreia do Sul é a quarta maior economia asiática e conta já com mais de 1.200 pessoas infetadas.
O metal amarelo – ouro – é um ativo de refúgio com uma valorização de 0,88% para 1.649,53 devido aos receios dos investidores pelo coronavírus. O outro valorizou em oito nas últimas 10 sessões da bolsa.
Numa altura em que Itália continua a ser o maior foco de preocupação, o índice de referência para a Europa tem o valor mais baixo desde outubro. Lisboa desce 1,96 do PSI-20 para 4.978,92 pontos.
Que repercussões pode ter a palavra ‘pandemia’?
A OMS – Organização Mundial de Saúde – diz existir a possibilidade de assumir a epidemia como pandemia. No entanto é reforçado que não é na palavra que nos devemos concentrar.
Tedros Adnanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS esclarece, esta semana que uma pandemia é baseada em três critérios:
- Dispersão geográfica do vírus;
- Gravidade da doença;
- Impacto na sociedade global;
Apesar destes três critérios não existe um número mínimo de países ou de mortes ou de taxas de contágio até que se declare uma pandemia.
É uma “palavra” com risco social e económico, assume o diretor da OMS, uma vez que as bolsas já estão a dar por adquirido que haverá um impacto económico que tem sido notório nos mercados.
O ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Ferreira, avança ao Jornal de Negócios que “há vários níveis de impacto que já estamos a ver”, completa ainda com o facto de haver “um impacto social relacionado com o absentismo escolar, profissional e ainda cancelamento de viagens e/ou eventos. Num terceiro momento, há um impacto na economia global, que já se está a sentir e que está a ser bem traduzido na bolsa.”.
O ex-ministro da Saúde remata com o facto de ser “inevitável considerar esta variável nas projeções económicas. A economia vai arrefecer, pode é ser um arrefecimento mais ligeiro, ou menos”.
Carníval “contagiado” pelo coronavírus.
A Carníval, operadora do Diamond Princess, é uma empresa de cruzeiros turísticos. Foi ontem, terça-feira, que a Carníval foi “atingida” pelo coronavírus com uma penalização em queda de 5,92% na bolsa. Com uma variação este ano de menos 27,58% e um valor em bolsa de 22,5 mil milhões de euros, a operadora caiu para mínimos de 5 anos, tendo caído 6,8% só na segunda-feira.
De forma geral o setor turístico sofreu uma queda com a expansão geográfica do novo coronavírus – atualmente com força na Europa, nomeadamente Itália.
A operadora com o cruzeiro Diamond Princess ao largo do Japão tem já alguns casos de pessoas infetadas com o covid-19.