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Carina Meireles, consultora financeira (Foto: Divulgação)

Covid-19: que lições retiram as empresas?

Por: Carina Meireles, consultora financeira

Esta pandemia criou um impacto significativo nos mercados, muito por culpa do abrandamento da economia mundial, no entanto, determinados nichos de mercado souberam aproveitar esta crise e potenciar o seu negócio.

Muitas empresas adaptaram o seu core business na criação de material necessário para o combate e prevenção desta pandemia, através das máscaras, viseiras, muitas delas personalizadas com várias cores e padrões, tornado o uso mais diferenciado, sempre como forma de ajudar a evitar infeções no contacto com as pessoas, sendo um cuidado fundamental na segurança de todos.

Direta ou indiretamente, algumas delas tiveram que se readaptar e saíram a ganhar com esta crise não só em Portugal, mas também pelo mundo, como é o caso, por exemplo, da Amazon que registou recordes históricos em compras, porque os consumidores tornaram-se obrigatoriamente mais digitais, o que fez com que empresas como estas se destacassem no mercado mundial, impulsionando as ações respetivas.

Também em Portugal, empresas ligadas à tecnologia tiveram com o confinamento bons resultados, dado os padrões de compra dos consumidores terem sido alterados, privilegiando muitos negócios online, o que levou por exemplo ao desenvolvimento de novas aplicações, que levassem as empresas a conseguir responder a esta procura.

Esta crise também abriu os olhos a muitas empresas, que olham atualmente para o teletrabalho como uma opção a ter em conta e que poderá, em alguns casos, reduzir custos de algumas despesas fixas, como as rendas, luz, etc.

O mercado está a mudar muito, fruto desta pandemia, e as empresas tiveram de adaptar-se a novos desafios e metas, de forma a tomarem uma posição ativa no mercado, cada vez mais exigente e desafiante. Os impactos ainda estão a ser analisados, porque a situação do país assim o pede, mas estamos a ver empresas que provavelmente estarão a atravessar a fase ou uma das fases mais difíceis das suas vidas e que, com o impacto nos resultados ainda por quantificar em muitas delas,  chegou a hora de começar a empurrar o barco para o levar a bom porto, com a ajuda da banca se for necessário, para que a atividade do país consiga rapidamente voltar ao normal.

Agora e cada vez mais é importante acompanharmos as evoluções do mercado e estarmos atentos a tudo o que nos rodeia.

Uma das coisas que temos que retirar desta crise é que as organizações devem estar cada vez mais presentes online, com ferramentas digitais adaptadas às várias áreas de negócio, de forma a poderem crescer e desenvolverem-se cada vez mais num mercado que é e que se avizinha muito trabalhoso.

As empresas estão aos poucos a voltar ao normal e a tentar ao máximo reerguerem-se, principalmente aquelas que foram mais afetadas como é o caso da restauração, pequenos negócios como cabeleireiros, hotéis, bares, ginásios, etc.

Estamos perante uma crise diferente comparando com a última que já vivemos, principalmente pela dimensão.

Espero que com este impacto as empresas percebam que é necessário ter, sempre que possível, um fundo maneio, o que significa ter de parte 12 meses de despesas pagas, ou para os particulares seis meses, de forma a, de futuro, a reação ser muito mais tranquilizadora e menos preocupante. É fulcral sairmos mais fortes e com a consciência de que existem fatores sobre os quais não conseguimos ter controlo, e quanto mais bem preparados estivermos financeiramente, mais facilmente os conseguiremos ultrapassar.

Foi sem dúvida uma mudança repentina, com grandes impactos sociais, financeiros e económicos, que irão traçar nos negócios rumos muito diferentes e devemos estar, de certa forma, preparados para os vários desafios que se avizinham, neste tempo que parece não passar.

Enquanto se espera que passe, é crucial tomar medidas estratégicas que permitam passar esta fase com o menor impacto possível em todos as áreas de negócio, nos mais diversos setores.