Por: Ana Vieira
Após o chumbo da moção de confiança, proposta esta terça-feira pelo governo, o país vai novamente a votos. Depois de uma tarde marcada por propostas e recuos até ao último minuto entre a AD e o PS, o Parlamento chumbou a moção de confiança com votos contra do PS, Chega, PAN, Livre, BE e PCP.
Um desfecho que, para o presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas – CPPME, “é a melhor solução para ultrapassar esta situação”.
Em resposta à PME Magazine sobre os efeitos que uma ida às urnas pode ter nas Pequenas e Médias Empresas, Jorge Pisco não tem dúvidas que a “instabilidade política nunca é favorável à atividade económica, porém, no atual contexto, a situação que se tem vivido já é de instabilidade e em nada serve o interesse das empresas e das populações. Pelo contrário, tem-se vindo a degradar a confiança nas instituições”.
Com uma “balanço negativo” à política que vinha a ser seguida pelo governo de Luís Montenegro, o presidente da CPPME explica que os benefícios foram dados aos grandes grupos económicos e nunca às MPME.
Ao documento apresentado pela Confederação no início da legislatura, “Para o desenvolvimento económico e social nacional, propostas para uma economia sustentável e dinâmica” e as 10 propostas para o Orçamento de Estado 2025, o governo fez “tábua rasa com as preocupações das MPME”, afirma o presidente Jorge Prisco.
Acresce ainda a falta de respostas, por parte do Governo, aos pedidos de audiência da Confederação. “Este governo desde cedo mostrou total desrespeito para com a CPPME, ao não responder aos pedidos de audiência logo após a sua tomada de posse (Primeiro-Ministro, Ministro do trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ministro das Finanças, Ministro da Coesão Territorial), bem como a sucessivos pedidos de esclarecimento enviados ao Secretário de Estado da Segurança Social, que nunca se dignou responder”.
Assim, o presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas – CPPME não tem dúvidas que a postura do governo sempre esteve focada nos grandes grupos económicos com a aprovação de “medidas fiscais que só favorecem as grandes empresas”.