Domingo, Novembro 24, 2024
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Crónica Adam’s Choice: Gerir uma empresa como uma orquestra

Por: Mafalda Marques, diretora PME Magazine

Em plena pandemia em 2020, Joana juntou-se a um grupo de empresários na procura de mentoria num programa de desenvolvimento pessoal de nome Adam’s Choice, organizado pela Nova SBE. 

Oriundos das mais variadas áreas, Joana cruzou-se com empresários em sessões inspiracionais online, de mentoria, de co-criação e workshops temáticos com o objetivo final de criar novas formas e caminhos para o seu negócio. Joana já tinha clientes além-fronteiras e, como uma maestrina, quis antecipar-se ao mercado, marcando o contratempo.

Para quem não perceba de música, o contratempo é a nota fraca antes do tempo forte que marca o ritmo de uma música, ou seja, Joana queria antecipar-se ao mercado e agir antes que os outros o fizessem.

Quase que ao som do Reggae, Joana acompanhava o compasso dos seus concorrentes, mas com os olhos postos na internacionalização. 

Desde o início da pandemia que os empresários se sentem incapazes de planear a médio prazo, as decisões são tomadas a curto prazo, nos sucessivos estados de emergência, alterações legislativas, fiscais e, em regime de teletrabalho que veio forçar a aceleração digital nos processos.

Joana sabia que os seus concorrentes eram maiores, daí que sentissem mais o impacto da pandemia. Gestora de uma microempresa, Joana aproveitou para enfatizar a sua flexibilidade e rapidez de resposta às necessidades de mercado. 

Um dos palestrantes que mais motivou Joana foi Martim Sousa Tavares, numa masterclass sobre A Sinfonia da Escolha.

Uma das frases que a inspirou foi “Temos que ser excelentes e acreditar que a excelência, originalidade e qualidade irão, inevitavelmente, agradar ao público e fazer o nosso mundo se expandir. A empresária concordou totalmente e decidiu então reorganizar a sua orquestra.

Substituiu o designer gráfico e contratou outro para criar a área de multimédia. Na equipa operacional, adicionou uma pessoa com experiência internacional e alargou o âmbito de estágios que já promovia na empresa.

Em dois meses, cresceu a equipa de 6 para 10 pessoas e fechou o ano com a equipa renovada. O ano 2020 estava a terminar, os custos pesavam num escritório vazio de pessoas, por isso, Joana renegociou a renda, abdicou do estacionamento e reorganizou a casa.

Houve uma frase que Joana reteve da masterclass de Sinfonia: “Não há receita para uma situação particular. Tudo precisa ser experimentado e testado, mas saber antecipadamente como algumas coisas funcionam não pode fazer mal”. Ora aqui estava o mote para mudar o ritmo e o andamento da nova equipa em 2021.

Definidos os objetivos do ano, era preciso alinhar as pessoas com o propósito da empresa, e nada melhor que conhecer a solo acústico as personalidades individuais da sua orquestra. Joana resolveu seguir o conselho da sua mentora no programa Adam’s Choice e aplicar o teste MBTI ou tipologia de Myers-Briggs, uma ferramenta de assessment muito usada para identificar o perfil psicológico das pessoas. 

Mais do que conhecer o tipo psicológico, comportamento, preferências e tendências de cada um a resolver problemas, a maestrina Joana queria identificar os seus pontos fortes e fracos para complementar o trabalho em equipa. Ou seja, Joana procurou saber qual o instrumento que cada um iria assumir na orquestra.

Os resultados foram surpreendentes e Joana colocou-os a tocar nos compassos certos, a solo ou ensemble, fazendo as ligaduras de prolongação entre os vários departamentos, ie, compassos.

É assim que os CEO devem dirigir as suas equipas, como uma sinfonia, ao ritmo e pulsação que as tarefas exigem, em compassos binários, ternários ou quaternários, dando a cada instrumento a devida importância, sem esquecer o respeito pelas pausas.

Joana continuava focada em uma liderança eficaz com o objetivo de alcançar a harmonia e lembrou-se das três recomendações que Martim Sousa Tavares deixou na sua masterclass de Sinfonia: ser verdadeiro consigo mesmo em primeiro lugar; prestar atenção às escolhas na tomada de decisão e nas implicações de suas ações, sejam elas visíveis ou invisíveis.

Joana queria, acima de tudo, que a orquestra estivesse pronta para tocar sem si, pois isso dar-lhe-ia liberdade para se concentrar em melhorar o desempenho de todos, ao invés de controlar para evitar erros. Joana não tinha esse perfil pois cruzou-se sempre com chefias que lhe deram autonomia, que a deixassem errar. Ela quer desenvolver pessoas e deixá-las seguir a partitura… escrita por ela, pois claro.

Como eterna aprendiz de maestrina, Joana quer atingir os níveis de confiança e motivação para que os melhores resultados apareçam. E isso, só se consegue conhecendo a equipa (instrumentos na sinfonia), o negócio (sentir a pulsação do mercado) e marcar o contratempo na altura certa para uma performance e sinfonia de excelência.

Esta crónica faz o acompanhamento do programa Adam’s Choice, organizado pela Nova School of Business & Economics. Inclui testemunhos verídicos, sob pseudónimos, validando o impacto do programa nos participantes. 

Acompanhe as nossas crónicas e saiba mais sobre este programa.

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