Domingo, Novembro 24, 2024
InícioEmpresasCasos de Sucesso"O CX não é um ângulo, é a fundação do projeto" -...

“O CX não é um ângulo, é a fundação do projeto” – João Santos

Por: Rafaela Silva

A empresa que começou há 20 anos, começou apenas com três empreendedores focados no design e no branding. Atualmente, e após uma transformação ao longo de duas décadas, o WYgroup é uma organização de serviços e de marketing especializados em Customer Experience (CX). A empresa, que conta com mais de 250 marcas e com cerca de 320 colaboradores, está presente em Portugal, em Lisboa e no Porto, e nos Estados Unidos com um escritório em Boston.

Para além de estar comprometido em construir um negócio sustentável, a identidade do WYgroup está orientada para o Customer Experience, assumindo-se como designers de experiências, combinando o capital humano com a tecnologia, a criatividade e a inovação.

Em entrevista à PME Magazine, João Santos, o COO do WYgroup, aborda os últimos anos da empresa, referindo a forma como se distingue das demais organizações do setor em Portugal e como é o mercado do CX.

PME Magazine (PME Mag.) – Como surgiu o WYgroup? Como analisa as duas décadas da empresa? Quais foram os maiores marcos atingidos?

João Santos (J. S.) – O WYgroup foi fundado em 2001, e começou com uma equipa de três empreendedores. Hoje, 20 anos depois, é já uma holding de sete empresas distintas – a Bliss, a Bloomcast, a By, a Fever, a Performance Sales, a NERVO e a White – nas áreas de criatividade, design & tecnologia e media & data, e conta com 14 partners e mais de 330 pessoas. Este crescimento sempre foi feito de forma sustentada, ano após ano, graças aos esforços combinados de liderança, pessoas talentosas e clientes e stakeholders que depositaram ao longo do tempo, a sua confiança no grupo. Agora lideramos o nosso mercado, com um crescimento sólido de 20% ao ano. Em 2020, que acredito ter sido um ano duro e desafiante para todas as empresas, o grupo cresceu mais de 21%, com todas as unidades a atingirem ou a ultrapassarem os seus planos.

PME Mag.  – Qual a maior inovação ou novidade que o WYgroup trouxe ou tem trazido para o mercado português? Ou seja, o que diferencia o WYgroup das restantes empresas do mesmo setor?

J. S.  – Acreditamos que há dois eixos verdadeiramente diferenciadores da nossa oferta no mercado nacional. Em primeiro lugar, oferecemos a expertise única de quem trabalha nos mercados mais competitivos do mundo: apesar de existirem em Portugal muitas multinacionais do nosso setor, a verdade é que só fazem implementações locais. As estratégias são globais e as implementações são locais. No WYgroup, fazemos diferente: desenvolvemos a estratégia e a implementação quer o cliente esteja nos Estados Unidos, no Canadá, na Alemanha, na Holanda ou no México, e usamos essas mesmas ferramentas e o conhecimento adquirido para o aplicar no mercado português. As mesmas pessoas e as mesmas ferramentas, o mesmo conhecimento e o mesmo talento servem em múltiplas latitudes e em mercados distintos, e fazem-nos acumular experiências verdadeiramente globais. O segundo eixo prende-se com o facto de sermos um híbrido entre uma consultora e uma agência criativa: geralmente, nas consultoras fazem-se avaliações e análise de data, mas sem oferta de criatividade e conteúdos, e numa agência criativa, geralmente falta sempre uma análise mais quantitativa do modelo de negócio. Nós conseguimos ser uma autêntica “one stop shop”, um verdadeiro vertical de marketing tecnológico e digital que se vai ajustando em função das necessidades de cada um dos nossos clientes. E isto ninguém consegue entregar no nosso mercado.

Este crescimento sempre foi feito de forma sustentada, ano após ano, graças aos esforços combinados de liderança, pessoas talentosas, clientes e stakeholders que depositaram, ao longo do tempo, a sua confiança no grupo.

PME Mag.  – Devido à pandemia covid-19, qual foi o maior desafio/adversidade que o WYgroup teve que enfrentar? Como é que esses impactos alteraram a dinâmica de trabalho da empresa?

J. S.  – O business as usual mudou e o nosso modelo de trabalho não foi exceção. Embora desafiante, levámos a cabo um processo de adaptação e aprendizagem rápida, onde incorporámos a inovação e criatividade características do nosso ADN, fortalecemos a comunicação positiva e o feedback transversal, e demos, ainda, mais espaço à empatia. Este processo trouxe-nos um novo modus operandi e veio a revelar-se extremamente valioso, já que os nossos níveis de satisfação e felicidade organizacionais estão num nível muito positivo.

PME Mag.  – Como justifica o crescimento da empresa?

J. S.  – Penso que há uma combinação essencial de três fatores: liderança, mercado e talento. Temos uma liderança realmente inspiradora, visionária e empreendedora, e que veio a estruturar o grupo para crescer no digital. E a pandemia foi um catalisador da digitalização e de novos modelos de comércio para os quais nós temos as ferramentas e o talento in-house para os desenvolvermos e potenciarmos. Vimos o futuro a tempo, e temos connosco as pessoas certas para o ajudar a construir.

PME Mag.  – Como vê o mercado da CX (customer experience) em Portugal? Considera que as empresas dão a devida atenção a este “ângulo” do mercado?

J. S.  – Existe cada vez mais essa preocupação. Mas o cerne da questão é que a experiência do consumidor não é um ângulo, é a fundação do projeto. Quando o desenvolvemos sem ter em conta esta peça crucial, geralmente o insucesso espera-nos mais à frente, ou por obsolescência rápida ou por opção. Gosto de dizer que cada euro investido em CX é uma espécie de seguro de vida, mas com retorno imediato.

A pandemia foi um catalisador da digitalização e de novos modelos de comércio para os quais nós temos as ferramentas e o talento in-house para os desenvolvermos e potenciarmos.

PME Mag.  – Existem perspetivas de expandir o negócio em termos internacionais? Para além do escritório em Boston, há mais mercados em vista?

J. S.  – Neste momento, trabalhamos em mais de 20 geografias diferentes, e estamos a ser desafiados para entrar em muitas mais. A pandemia veio mostrar-nos que os espaços físicos são facilmente alterados em função das necessidades. A presença física faz sentido por uma questão de fusos horários, mais do que outra coisa qualquer. A nossa expansão é sempre orgânica e orientada e a abertura física será feita quando o mercado, pela sua maturidade e interesse, o justifiquem.

PME Mag.  – Que projetos futuros podemos aguardar do WYgroup?

J. S.  – Estamos a desenvolver três projetos de inovação, que se pretendem que vão ao encontro das necessidades futuras do mercado, aquelas que pressentimos que existem e para as quais ainda não existe uma resposta estruturada e suficientemente abrangente. Uma dessas apostas já está em fase de produção, e deverá ser apresentada muito em breve. As outras duas, estão ainda em fase de estruturação e conceptualização. Acreditamos que será o início de uma importante área para o marketing do futuro e que, esperamos, venha a surpreender o mercado e os clientes.

PME Mag.  – Podem avançar números de faturação?

J. S.  – Claro, mas mais importante que a faturação é a margem bruta, valor com que gerimos todas as nossas operações. Em 2020, a margem bruta foi de 11 milhões de euros, e para este ano temos uma previsão de mais de 14 milhões de euros.

PODE GOSTAR DE LER
Continue to the category
PUB

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

NEWSLETTER

PUB

SUSTENTABILIDADE

Continue to the category