Por: Djeisibel Lopes
A Nota Informativa do Observatório da Despesa em Saúde conclui que Portugal é um dos países europeus com maior peso dos pagamentos diretos das famílias no financiamento do sistema de saúde.
Em 2021 os pagamentos diretos das famílias portuguesas ascenderam a sete mil milhões de euros, no momento da prestação de cuidados de saúde e aquisição de medicamentos nas farmácias comunitárias.
A evidência coloca o país como um dos países europeus com maior peso dos pagamentos diretos das famílias no financiamento do sistema de saúde.
Segundo os investigadores, a posição de Portugal sugere a existência de uma significativa desproteção financeira no momento de acesso aos cuidados de saúde.
De acordo com a nota informativa, cerca de 63% das despesas de saúde das famílias portuguesas são referentes à aquisição de medicamentos e produtos farmacêuticos, enquanto 28% são para as despesas em cuidados de ambulatório, 7% para aparelhos e material terapêutico e 2% destina-se aos serviços hospitalares.
Relativamente ao peso no total do rendimento, nas famílias mais desfavorecidas, as despesas de saúde representam mais de 10% do seu ordenado anual líquido, enquanto nas famílias mais favorecidas as despesas representam menos de 4%.
Segundo dados do Observatório da Despesa em Saúde, o impacto assimétrico das despesas nos níveis de rendimento poderá ser ultrapassado com a redução dos pagamentos diretos das famílias na compra de medicamentos e no acesso a cuidados de ambulatório.